Capítulo XV

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hm...Perdão??? Não tive intenção de demorar tanto, mas tive uns problemas e acabei demorando mais do que podia imaginar.

E as pessoas que falam comigo por aqui ou por Whatsapp, perdão por deixar vocês no vácuo, é que eu respondo mentalmente, mas esqueço de escrever, e quando percebo já passou mtt tempo e acabo ficando sem jeito. 

Enfim, mais um capítulo. Vou tentar postar mais um hoje 

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[Camila POV]

Dois dias haviam se passado. Dois dias de lágrimas, de tristeza, de conformidade, de raiva, de solidão. Dois dias sem Lauren. Ela não veio me procurar e eu não fui procurá-la. Eu tinha entendido tudo o que ela me dissera, todas suas palavras cravadas em minha mente, só não conseguia aceitar. Há dois dias, eu havia me despedido dela, só não sabia disso na hora.

E mesmo que minha mãe enchesse o saco, eu só saía do quarto de madrugada, andando cegamente pela mansão e sempre indo parar no nosso lugar do jardim. E então amanhecia e eu acordava encostada em uma árvore, abraçada a mim mesma. E quando conseguiam me tirar de lá, era pra falar do casamento. Já haviam me arranjado e eu não lutei contra isso.

Eu não tinha forças.

Às vezes, eu não me entendia. Não deveria me machucar tanto assim ou me deixar acabada. Estava explícito; tinha que acabar uma hora. Mas eu estava fodida desde o começo. Eu não pensei em sentimentos, em conseqüências, em mim. Era tudo entre Lauren e eu. Agora, a única pessoa que eu possuía um sentimento além de amor maternal estava longe. Ela estava ali, a uns três lances de escada; fisicamente perto. Eu não a sentia mais.

Mentira. Eu sentia-a de uma forma absurda. Seu cheiro, sua risada, seu calor, tudo estava impregnado no meu quarto, no meu corpo, na minha alma. Já no meu coração... Meu coração estava com ela. O meu coração eu não sentia mais.

Pisquei, notando que já anoitecera mais uma vez. Levantei do parapeito da janela da sacada, entrando em meu quarto frio e escurecido. Parei no meio e me senti cansada. Cansada de chorar e de sofrer. Cansada dos meus olhos arderem. Eu simplesmente cansei.

Quando cheguei à sala de jantar, de banho tomado, todos me olharam chocados: minha mãe, Austin, todos os empregados. Voltei idiotas, parem de me olhar.

Sentei, evitando olhar para frente, onde Lauren estaria.

- Oi filha, está melhor? – a voz da minha mãe penetrou aguda em meus ouvidos, num tom surpreso e receoso. Peguei meu garfo e faca enquanto acenava com a cabeça. Serviram o jantar em meu prato brilhante de porcelana e eu brinquei com a comida, sem fome.

- Camila? – respirei fundo e ergui o olhar para Austin, ao meu lado. Ele parecia chateado. Droga. – A gente pode conversar depois?

Concordei, tentando dar um sorriso. Ele queria conversar sobre aquela noite. Noite que eu não lembrava muito bem, mas que me vi acordada na mesma cama que ele no dia seguinte. Voltei a mexer na comida, desinteressada, captando algumas perguntas e respondendo outras. Suspirei, contrariando as regras de etiqueta e colocando o cotovelo na mesa e apoiando a cabeça em minha mão. Eu queria olhá-la, ver como ela estava. Precisava enfrentar esse sentimento ruim, encará-la de frente. Eu estaria preparada para isso?

Não. 

Levantei o olhar.

Lauren estava de pé, como sempre, quase encostada na parede. Seus braços estavam para trás, na mesma posição rotineira de conselheira real refinada e com postura, só que seus olhos – sempre tão vivos e expressivos – estavam desfocados e fixos em um ponto que eu não conseguia localizar. Aquele verde brilhante havia sido substituído por um verde frio e sem vida... e sua feição estava tristonha, até mesmo chateada, mas ninguém parecia perceber isso. A própria Lauren nunca permitiria, sempre com seu orgulho e convicção estúpidos. Suspirei com uma intensa sensação de nostalgia passando por mim, até sentia falta de nossas brigas tão bobas...

Charmed |Camren|Where stories live. Discover now