Tyson e Peixes-pôneis

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P. O. V. Elena

Já faz um ano que Henry se mandou pra Nova York, me deixando sem notícias. Tio Jasper me disse que está tudo bem, mas ele tem estado ocupado demais trabalhando na reconstrução do acampamento. Caguei pro acampamento, eu quero o Henry babaca supremo de volta! E minha mãe achou que eu estava muito pra baixo, então me levou pra San Diego. Queria visitar La Jolla*, dizendo que queria pegar uma cor.

— Mãe, a senhorita é quase uma albina e quer ganhar uma cor, só se for vermelha...

— Me deixa! Vaca mirim! — ela riu, estava com os pés no console da frente, balançando-os no ritmo da música Sugar do Maroon5.

— Nossa vaca mirim foi ótima! — ri dela, e ganhei um dedo médio na minha direção.

Chegamos ontem de tarde a San Diego, reclamei que eles me trouxeram fora da época da Comic Con. Sou muito fã dessas coisas, uma nerd mesmo (Acho que isso explica minha falta de amigos...).

Meu avô tem um apartamento aqui, então não precisamos gastar com aluguel, o que quer dizer que posso comprar mais coisas! Pena que o vô Vicenzo viajou, adorava chegar na casa dele e ele oferecer bombons de doce de leite.

Ao entrarmos na casa, lembrei-me de algumas cenas da minha infância com a vó Eleanor fazendo pizza pra mim e pra minha prima, Alice.

Antes de morarem aqui, eles moravam em Los Angeles num bairro italiano, eu e Ali tínhamos amigos lá. Nosso vizinho, Enzo vivia brincando conosco na rua.

— Filha, vem comigo pra praia, que tal? — minha mãe me tirou do torpor das memórias.

— Pode ser, mas eu não vou de biquíni! — brinquei. Mas realmente, vou de short e uma cropped, biquíni não.

Arrumei-me e passei protetor solar, briguei com Starkiller porque ela comeu um pacote de Oreo e dei um ralho em Robb por deixar o pacote acessível a ela.

— Robb! Chocolate faz mal pra ela, cachorro não pode comer chocolate! — pus uma mão na testa e outra na cintura.

— Desculpa, mas ela que pegou e não eu fui eu quem deu pra ela! — ele riu. Droga de padrasto que parece até pai! Amo ele, não consegui ficar com raiva dessa alma.

— Seu chato! Vou pra praia com a Megan, vens?

— Claro! Tua mãe de biquíni e eu aqui em casa? Vai nessa. — ele fechou a cara teatralmente. Realmente, a definição de linda não se aplica à minha mãe, ela é maravilhosa, pena que eu ainda não cheguei nessa parte da puberdade.

Às vezes esqueço que ele é filho de um deus ou que esse deus é meu primo, ou ainda que eu mesma seja uma semideusa e que a praia é território do meu pai.

Já na praia, meus pais ficaram na praia mesmo e eu fugi pro La Jolla Cove*. Esse é um lugar lindo! Cheio de corais, peixes coloridos e um cheiro aconchegante. Alguns tubarões passavam ao longe e sumiam no mar aberto.

Gostaria de deixar claro que tenho horror de mar aberto, só fico nas praias e quando entro no mar só vou até a água chegar à minha cintura. Os recifes são exceção, já que a transparência da água me permite ver onde estou nadando. É, uma filha do deus do mar com fobia do mar...

Havia poucas pessoas no local, a maioria já estava de saída e um garoto de aproximadamente 17 anos estava admirando uma garota de no máximo 16 nadar nos corais. Eu estava mergulhando próximo deles quando um peixe enorme se aproximou do local, me fazendo paralisar e esquecer-me de voltar pra respirar.

Meu fôlego foi se esvaindo e então percebi que posso respirar de baixo d'água. Mas essa descoberta passou despercebida ao notar a aparência do peixe mutante: seu corpo na parte traseira era de um peixe muito colorido e brilhante, a parte da frente era um garanhão branco com olhos reluzentes. A criatura era linda e eu já vi cavalos marinhos, posso jurar que não são assim.

Livro I - Filha Do MarWhere stories live. Discover now