Compramos roupas para Nico

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P. O. V. Elena

Estávamos na véspera das férias de inverno, eu estava estudando feito uma condenada para as provas bimestrais e tentando passar logo. Assim, quem tirasse acima de 9,5 em todas as matérias ficava sem dever de casa durante o recesso. Recesso esse que seria do dia 15/12 até 10/01.

Como eu tinha mais o que fazer, fui me esforçando pra tirar notas legais e me livrar de possíveis atividades de trigonometria.

Logo, toda sexta-feira, eu e Hazel pedíamos pro Nico resumir os assuntos de exatas e ajudar a gente e eu ajudar eles em humanas e biologia, Hazel arrebentava em inglês, espanhol e francês, quebrou um galho pra gente de novo.

No último dia de aulas, que por acaso era o dia da avaliação de álgebra, fazia muito frio. Tive que usar couro, o que me fez parecer uma metaleira, já que eu só tinha couro preto.

Eu estava com um gorrinho verde que minha avó me deu de presente (junto com vária outras coisas), Nico me encarava toda hora, acabei tirando.

— Espero que tenham estudado, não estou a fim de corrigir dever de casa de quinze questões de ninguém! — disse a professora. Como se eu quisesse fazer.

Duas horas depois, eu finalmente acabei a maldita prova. E fiquei esperando ela corrigir... a one year later...

Sem dever de casa pra você, senhorita Bonnatti. 9,5 estourado. Pode ir.

Saí da sala e assim que fechei a porta: yeeees! Passei, passei. Viaado!

Nico já havia acabado a prova (gabaritou, filho d...), agora faltava a Hazel. Ela saiu feliz da sala, aos saltinhos.

— Vamos, vamos! Agora é só arrumar as malas! — disse eu, feliz da vida.

Minha mãe tinha comprado as passagens pra mim, ela e Robb. Star ficou com os McKennan, o pai do Henry prometeu cuidar bem dela durante esses três dias que meus pais estivessem fora. Se eu o encontrar no acampamento, cuido dele de volta.

No avião, tivemos muita turbulência e foi um saco. Mas pousamos em segurança, sabe-se lá como, já que chovia muito e os raios estavam brincando de pique-pega no céu.

— Bem, agora só temos que esperar a chuva passar e poderemos ir pro hotel. Acho que seu tio tá bravo... — demorei um pouco pra entender de que tio ele falava.

Quase tivemos que vender as joias pra poder pagar o almoço no aeroporto. Pense num cheeseburger caro! Se eu não estivesse morrendo de fome e minhas bolachas e meus biscoitos não tivessem acabado, jamais pagaria 60 dólares em um lanche.

Depois que a chuva passou (leia-se quatro horas depois), pegamos um táxi fomos pra um hotel em Manhattan. Nico havia me dado um dracma pra caso precisasse falar com eles, não vi necessidade. Mas eu queria testar as mensagens de Íris.

Fui fazer compras com a minha mãe e fizemos a limpa nas lojas da Times Square. Quando chegamos ao hotel Hazel e Nico já estavam lá.

— Você não vai levar isso pro acampamento, vai? — Nico analisou a mala de compras, com um sorriso sarcástico.

— Não, vai com a minha mãe. Vou levar só uma mochila e alguma coisa que eu comprei.

— Poxa, eu queria ter ido... — Hazel disse meio cabisbaixa.

— Amanhã a gente vai. Eu você e o Nico, meus queridos (Ir) responsáveis vão passear e iam me abandonar aqui. - sua expressão ficou fofa e Nico ficou com certo desespero nos olhos.

Eles ficaram no quarto ao lado e de noite foram embora pra lá.

Fiquei pensando neles, Hazel havia se tornado uma grande amiga, quem sabe até a melhor que já tive. Mas nunca chegaria ao patamar do Henry. Que saudade do meu irmão, tomara que ele esteja bem.

E tinha Nico, ele se tornou um amigo bem legal também, mas um mês depois que a gente se conheceu, eu começava a me sentir estranha perto dele. Espero que seja coisa da minha cabeça muito fértil, não sou afim de um garoto desde... Muito tempo, muito mesmo.

No dia seguinte fomos ao shopping enquanto meus pais foram a um passeio romântico (1,2,3... que kawai! Mas nojento).

Peguei um táxi com coisa1 e coisa2 e fomos ao shopping mais perto do hotel. Eu e Hazel entramos numa loja muito elegante para comprar roupas novas e já havíamos passado em frente a uma loja de sapatos.

Sorte que eu tinha minha preciosa mesada numa conta e meu cartão era ilimitado, a não ser que as verdinhas acabassem. Raramente eu usava o cartão. A mesada era de $1.500 do Robb e da dona Megan, $600 dos meus avós e $50 do Henry pra ajudar no dever de casa, que estou há um ano sem receber. Eu só sacava $150 mesmo, o resto estava pegando poeira no cofre.

Resolvi usar... Eu e Hazel conseguimos gastar juntas quase mil dólares em roupas! E de quebra arrastamos Nico a uma loja masculina em frente.

— Me nego! Tenho muitas roupas, não preciso de novas.

— Nico, você só tem um jeans que deve ser mais velho que você e meia dúzia de camisetas. E dois sapatos e três pares de meia. Ninguém vive só de cuecas... — Hazel o entregou e ele ficou vermelho da cor do meu all star. Eu apenas ria daqueles dois.

— Tá. Mas eu quero ao menos ter o direito de escolher. — ele se rendeu.

Entramos na loja e fomos à caça. Peguei camisas em cores escuras pra ele não afrescar, tinha azul-marinho, vinho, preto, cinza escuro e lá vai arco-íris dark.

Hazel catou uns jeans e tinha um no manequim que só podia ser do tamanho errado, MUITO justo, fiquei com pena do cara-manequim, deve falar mais fino que cantora de ópera, se em mim, que sou menina, incomoda... Imagina pra quem tem um pacote a mais?

Nico experimentou as roupas e meio que o forçamos a fazer um desfile. Rindo muito da cara dele, pegamos as roupas e fomos pagar. De lá fomos ao Burger King porque a fome me possuiu.

—Mulheres, por que raios vocês cismaram em comprar roupas novas? Já têm tantas... — reclamou.

— Não sei, mas dessa vez eu vou dar minhas roupas, sapatos e tralhas velhas pra quem precisa. Assim fico sem culpa ao comprar coisas novas. — falei, puxando umas fritas da sua porção.

— Hey! Minhas fritas! — ele pegou de volta.

— Tomara que você engasgue e morra por causa delas! — praguejei rindo.

Depois desse showzinho, fomos pro hotel pedi pra Hazel me ajudar com as malas. O que levar e o que mandar pra Berkeley.

Acabamos por dormir em cima das roupas e assim ficar até o dia seguinte, quando Nico nos chamou pra comer e ir pra estrada.

Robb deixaria a gente na Colina Meio-Sangue e iria pro aeroporto voltar pro lar doce lar.

Uma vez largados lá, me despedi da minha mãe e ela chorou horrores, Robb me avisou sobre o lugar e mandou Nico proteger as donzelas a seu cuidado (apesar do fato de eu e Hazel sermos mais 'macho' que ele).

No meio da floresta, eu já tinha caído e me ralado toda, Nico nos mandou parar e fazer silêncio. Ouvi barulho de fogo estalando e vozes.

— Lestrigões, devem estar almoçando. Por aqui, não pretendo virar Nugget de semideus.

— Chama a Sra. O'leary! Ela ajuda a gente. — Hazel acenou pro bolso dele.

De lá ele tirou um apito canino e assoprou e nenhum barulho além dos lesalguma coisa.

Do nada, um urso negro superdesenvolvido apareceu na nossa frente encarou Nico com os olhos vermelho-sangue.

— Sra. O'leary, Elena. Elena, Sra. O'leary. — Nico acariciou o urso.

— Você chamou um urso pra salvar a gente? Tenho cara de Kenai?

— Não é um urso, é uma Mastiff Tibetana Infernal. Sobe nela e ajuda a Hazel.

Assim o fiz e ele a montou depois. Ele disse algo à cadela gigante e ela começou a correr e tudo ficou negro.

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Livro I - Filha Do MarWhere stories live. Discover now