Os irmãos que não parecem irmãos

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Hey, bolinhos!
Mais um encontro hoje! Vamos ao capítulo ;-)

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P. O. V. Elena

Depois do encontro entre mim, Tyson e Ella, passei só mais duas semanas em San Diego antes de voltar à Berkeley.

Minhas aulas voltam dia primeiro de Setembro, e fiquei em uma turma de novatos, até que pode ser legal, não vai ser aquela galera de sempre.

Nesse dia tive um encontro com Tyson no Starbucks de tarde, ele ainda insistiu em me levar para o acampamento. Disse a ele que iria pensar na proposta.

Naquela hora, ao invés de estar me preparando para dormir, cá estava eu a jogar Assassin's Creed e beber bons drinks de suco de morango. Já era meia noite e lá vai bolinha, não estava com sono, mas minha aula era de manhã, deveria eu estar no sono profundo. Acabei desistindo da ideia de virar a madrugada e fui jogar videogame, mas estava ficando turvo e percebi que finalmente vou dormir e pausei o jogo.

Eu devia estar roncando alto pra minha mãe perceber que eu ainda estava dormindo. Ela me acordou na base de cutucadas e cócegas, o que é deslealdade já que não tenho como me defender.

— Anda, tá atrasada. Tem quinze minutos pra levantar, tomar café, trocar de roupa e ir direto ao carro. — dona Megan listou.

Porra! Daqui que eu me levante... Tô indo tomar banho, faz uma marmita pra mim? Eu como no carro. — pedi, me dirigindo até o Box do banheiro.

Depois de uma boa ducha quente, coloquei uma camiseta e um moletom. Um jeans e um all star terminam meu estilo preguiça fashion pra escola. Fui para o carro e meu café estava no banco de trás. Cappuccino e panquecas, meu café fitness e bem light.

Robb me deixou na escola e foi com a minha madre pra base médica da Marinha Americana, sabendo que ela é uma SEAL.

Eu preferia ter ido pra lá, seria menos perigoso. Vi Rebecca e Brad se pegando atrás de uma árvore e dei um sorriso de canto eles vão engolir um ao outro. E a bunda dela vai explodir de tanto ele apertar.

Continuei andando, fui até as salas do nono ano e procurei a sala da turma três. Depois que achei, fui a uma cadeira no fundo da sala. Mas um garoto já havia sentado lá.

— Cai fora, é meu lugar aí. Nerd senta na frente e retardado atrás, a regra é clara. E a cadeira do canto é para nerds retardados como eu. Sai. — acho que ele, assim como eu, se assustou com meu humor matinal e foi pra cadeira da frente bem longe da que eu dominei. Esse lugar é meu desde a pré-escola, isso ninguém tira de mim, minha dignidade talvez, meu lugar não!

Encostei a cabeça na parede e fechei os olhos pra tentar melhorar meu humor. Ao abrir de novo, olhei para o garoto e pedi desculpas pelo ocorrido, fiquei com pena dele. Ele aceitou de boa e mais um monte de gente entrou na sala. Subi o capuz do moletom e deitei a cabeça na mochila, que estava em cima da mesa. Dei um cochilo e acordei com o toque do sinal. Péeee! Ah vá pra merda. Barulhinho chato pra caramba.

A professora entrou na sala e de repente o zona que havia se formado fazia silêncio funerário. Estão com medo da Sra. Regan? Quero ver a professora Howard se apresentar pra eles...

Depois de meia hora de faladeira, um casal irrompe a porta da sala, assustando todo mundo.

Ele era alto e tinha os cabelos negros na altura dos ombros, a pele era pálida como papel velho. As roupas pretas o faziam parecer uma assombração.

Já ela era baixinha e os cabelos crespos estavam presos em um rabo de cavalo, ela tinha alguma marca no braço esquerdo, os tons de chocolate de sua pele eram muito bonitos e ela estava com um sorriso fofo meio envergonhado. O olha dourado dela era hipnotizante, mas as mãos eram nervosas e achei ter visto um rubi na mão dela.

— Desculpe-me, professora. Tivemos um problema na chegada e nos atrasamos. — ela falou rapidamente.

— Claro, minha querida. Procurem um lugar vazio e acomodem-se. — ela apontou pra umas cadeiras próximas a minha. Shit.

O garoto sentou ao meu lado e garota na minha frente. Dei um sorrisinho pra ela que retribuiu puxando assunto.

— Oi! Sou a Hazel, e você? Como te chamo? — a garota/Hazel se apresentou assim que a professora liberou a turma pra tempo livre.

— Sou Elena. E você? – me virei para o garoto ao meu lado, que se virou rapidamente pra se juntar à conversa.

— Na verdade ele é meu irmão. É que a gente não se parece muito.

— É, digamos que nosso pai goste de diversificar em namoradas. Ah, meu nome é Nico. — ele estendeu a mão pra mim, fizemos um aperto de mãos e acabei levando o anel de caveira para o chão. Peguei e entreguei pra ele.

— Por que demoraram pra chegar? Meia hora de atraso é incrível. — sou a very inconveniente, mas fazer o quê?

— Acabamos de revidar um assalto. Estou toda ralada e peguei uma facada de raspão aqui. — ela estendeu o braço.

Peguei um Band-Aid na bolsa, ando com uns por causa do skate, me arrebento muito. Henry não me ensinou a descer dele em movimento. Para de pensar nele, ele disse que ia te enviar uma mensagem de sei-lá-o-quê e nada.

— Toma, não é um tratamento hospitalar de qualidade, mas é o que eu tenho. — entreguei o curativo pra ela.

— Valeu! Quer um pra testa, Nico? — ele negou a oferta.

— Qual de vocês é o mais velho?
— A Hazel, por uns dias. A gente tinha uma irmã mais velha, mas ela morreu num acidente.

— Eu nem a conheci, mas já fico pra baixo. Imagina você que foi meio criado por ela!

— Eu conheci meu irmão mais velho há dois meses e sei que tem outro em NY, mas não o conheço.

— Que barra, seu pai deve ser que nem o nosso. — ela disse quase rindo. Apenas assenti.

— Ou da mesma raça... — Nico me olhou bem suspeito, como se tentasse ler os meus pecados.

Admito que fique meio 'assim' com os irmãos, mas eles pareciam bem legais até.

Passamos o resto do dia juntos. Na saída, eu havia combinado de encontrar o Tyson e lá estava ele me aguardando.

— Baixinha! — ele me abraçou. — Ei, acho que já vi aqueles dois. — ele observou Nico e Hazel.

— Eles são novos aqui. Aquele é o Nico e aquela é a Hazel.

— Legal! Conhecer gente nova faz bem.

— Que gracinha. Bem, vamos. Tô com fome e quero rosquinhas recheadas.

Fomos embora e Hazel nos viu, acenei pra ela e seguimos caminho. Quando olhei pra trás de novo, eles haviam sumido.

Livro I - Filha Do MarOnde as histórias ganham vida. Descobre agora