Capítulo 31 - Coração Partido

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Toda vez que eu fecho meus olhos, É como um paraíso escuro, Ninguém se compara a você, Mas não há mais você, exceto nos meus sonhos. (Dark Paradise — Lana Del Rey)

POV: Elena

— Elena, você tem que comer algo. Por favor, filha. — implorou mamãe pela a décima vez hoje e eu não estou brincando. Ela e Caroline tentam de qualquer maneira me fazer se alimentar. Mas eu não tenho ânimo para nada, nem para comer e nem para sair do quarto. Está sendo cada vez mais difícil ficar longe do Damon.

— Não estou com fome. — respondi empurrando a bandeja para longe.

— Você disse isso ontem e anteontem também. Há dias você não come. — ela passou os dedos nas mechas bagunçadas do meu cabelo, como sempre fazia quando eu era pequena. — Aconteceu algo aonde você estava? Ele fez alguma coisa com você, filha?

Sim, mamãe. Ele me fez se apaixonar por ele. Respondo em meus pensamentos.

Percebi que sua voz ficou embargada. Não tocamos muito nesse assunto depois que expliquei a ela o que aconteceu. Omiti sobre a parte que me apaixonei pelo o meu sequestrador e que dormia com ele todas as noites, é claro. Apenas contei o que ela deveria saber, eu havia sido sequestrada, fiquei trancada dentro do quarto por semanas e a CIA estava atrás do meu sequestrador e por isso ele nos mandou de volta para casa. Mamãe queria ir na polícia quando soube, queria denunciar o Damon por tudo que me fez. Mas eu tratei logo de convencê-la a desistir, dizendo que eu não queria me lembrar de tudo novamente. Ela demorou a concordar, mas por fim aceitou minha decisão. Caroline estava comigo, ela era uma refém também. Mamãe deixou ela morar aqui com a gente, já que Caroline não tinha família. Uma parte de todas essas mentiras era verdade, Damon havia me mandando embora e talvez eu nunca mais pudesse vê-lo. Enquanto minha mãe chorava pensando que eu havia sofrido, eu chorava porque havia perdido o grande amor de minha vida.

— Está tudo bem, mamãe. E eu não quero me lembrar disso. — resmunguei me aconchegando em seu colo. Não queria me lembrar que Damon havia me deixado e que estamos a quilômetros de distância. Que eu iria passar dias, meses ou anos sem poder vê-lo.

— Filha, eu sei quando você está mentindo. — ela me repreendeu.

E droga, ela me conhecia tão bem. Ela sempre sabia quando eu não estava bem, quando algo me incomodava ou quando eu apenas não queria contar o que estava acontecendo comigo. Eu não sei como ela fazia isso, mas ela apenas... fazia. Ela sempre me dizia que uma mãe conhecia seu filho mais que qualquer pessoa, porque o elo que existe entre a mãe e o seu é uma das ligações mais forte da natureza.

— Não estou mentindo, mamãe. Eu estou bem agora, e é por estar bem que eu não quero me lembrar dos tempos que estava com Damon.

Eu tento soar o mais verdadeira possível. Eu não posso contar a verdade para ela, por mais que eu odeio mentir, eu não posso. E me lembrar do Damon só vai me deixar mais triste ainda.

— Você sabe que deveríamos ir na polícia. Esse homem merece pagar pelo o que fez a você.

Ah não. Ela vai vim de novo com esse assunto? Já conversamos tanto sobre isso.

— Mamãe, já falamos sobre isso.

— Eu sei, eu sei. Eu entendo seus motivos Elena, mas não concordo com sua escolha. — ela suspira. — Esse homem merece apodrecer na cadeia.

Eu baixo a cabeça, respirando fundo.

— Por favor, mamãe... — eu peço baixo.

— Está certo. Não vou mais falar sobre esse assunto.

Desejo ProibidoWhere stories live. Discover now