Capítulo 38 - Deixe-me ir

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E você vai acordar sozinho no chão. Não é tarde demais. Apenas confie em mim agora. (Alive — Gabrielle Aplin)

POV: Autora

Outro murro foi o bastante para Elena cair no chão. Sem forças para se levantar, ela apenas se encolheu no chão. Seu lábio inferior estava cortado e o gosto de sangue na sua boca incomodava. Talvez fosse a gravidez que fazia ela se sentir enjoada.

— Vamos lá Elena — instigou Katherine abaixando-se para ficar na altura dela. — Eu estou jogando limpo, tente apenas acertar um soco em mim.

— Você é uma vadia — murmurou Elena, tocando seu lábio cortado.

— Isso não é nem de longe um insulto para mim. Na verdade, isso é um elogio. Eu tenho orgulho de quem eu sou.

— Orgulho? Você mata pessoas. Como pode se orgulhar disso?

Katherine sorriu e passou a mão pelo o cabelo de Elena.

— E o que você achava que Damon fazia? — ela rebateu. — Mas isso não importava, não era mesmo? Você o amava e isso era o bastante.

— Você sempre gostou de colocar a culpa nele. Tudo de ruim que acontecia, era sempre ele. Mas não foi ele quem fez você ser assim. Você escolheu isso por si só.

— Ele quem me fez ser assim. Tudo é culpa dele — ela gritou.

— Não — Elena falou hesitante, escolhendo as palavras certas para dizer. — Você o culpa por tudo de ruim na sua vida, mas ainda não percebeu que a culpada aqui é você. Você que escolheu esse caminho. Você que está machucando as pessoas e a si mesma.

Katherine apertou o pescoço de Elena, fazendo a garota levantar sua cabeça e encarar ela.

— Quem você pensa que é? Acha que sabe tudo sobre mim?

— Eu não sei — ela murmurou com dificuldade.

— Então, deixe-me te contar uma história.

Katherine soltou o pescoço dela, deixando a mesma cair no chão frio. Ela começou a contar toda a sua história, sobre os seus pais e o pai de Damon. Não escondeu nenhum detalhe. Contou cada momento ruim da sua vida miserável. Elena não disse nada enquanto Katherine falava.

— E agora? Você acha mesmo que eles são inocentes?

— Você tinha apenas 15 anos, era muito jovem — Elena sussurrou ainda abalada pela a história que ela havia a contado. — Era apenas uma garota boa em um mundo ruim. Você perdeu seus pais, seu tio abusava de você. Você não tinha ninguém que a amava, não tinha ninguém que pudesse amar. Não te culpo pelo que se tornou, mas não pode continuar com isso Katherine. Essa vingança não vai trazer seus pais de volta. Essa vingança não vai levar a nada. Você vai ficar sozinha, sem ninguém ao seu lado.

— Não preciso de alguém que tenha pena de mim, Elena.

— Mas você não pode continuar com isso...

— Eu posso fazer o que eu quiser — gritou ela, fazendo Elena estremecer com medo.

Katherine estava pronta para continuar falando sobre como conseguiu enganar os Salvatores quando um estrondo lá fora aconteceu.

— Droga — Katherine grunhiu saindo no "quarto" em que Elena estava.

— Não me deixe aqui — Elena gritou ainda sentada. Sua perna agora latejava, Katherine havia lhe dado um belo chute no machucado.

Tiros e mais tiros eram disparados lá fora e Elena estava ficando com mais medo. Não sabia o que fazer. Estava machucada e não podia sair dali. Estava sozinha.

— Elena... — gritaram do outro lado da porta.

Ela reconhecia aquela voz. Era ele. Stefan.

— Aqui — ela gritou de volta.

A porta se abriu depois de alguns segundos e Stefan entrou acompanhado de um homem que ela não conhecia.

— Não temos muito tempo. Vamos tirar você daqui — disse Stefan enquanto ajudava Elena a se levantar e a colava em seu colo.

— Stefan... — ela sussurrou.

— Estamos quase saindo daqui.

Stefan acelerou seus passos e os dois conseguiram sair da casa abandonada em que Elena estava.

— Minha barriga está doendo — ela gemeu colocando a mão em sua barriga. Seus olhos agora pesavam e as pontadas em sua barriga era mais fortes.

— Não feche os olhos, Elena. Olhe para mim.

E tudo começou a ficar escuro e a voz de Stefan pedindo para que ela ficasse acordada ia ficando cada vez mais distante.

(...)

Elena abriu os olhos lentamente, ainda se acostumando com a claridade do quarto. Aquele lugar parecia familiar e ao mesmo tempo estranho. Ela levantou-se com cuidado e sentou-se na cama. Agora, sentada na cama, ela conseguiu ter uma visão completa do quarto. Oh Céus. Ela sabia onde estava, sabia perfeitamente que quarto era aquele. Era do Damon. Era o quarto deles dois. Mas sem Damon ali, era apenas mais um quarto.

Apoiando sua mão na cama, ela colocou sua perna no chão, não doía como antes. Alguém havia trocado o curativo em sua perna. Ela caminhou para fora do quarto, andando pela aqueles corredores que tanto conhecia. Ela não sabia para onde estava indo, ela apenas não queria ficar trancada naquele quarto. Sozinha.

— Oh céus. O que você está fazendo em pé? — Elena olhou para trás se deparando com Caroline encarando ela.

Ela estava viva.

— Caroline — ela sorriu indo até ela. — Eu pensava que você...

Ela a interrompe.

— Eu estou aqui. Viva. Foi apenas um tiro de raspão. Estou pronta para outra.

— Não fala isso nem de brincadeira, Forbes. — advertiu Klaus saindo do quarto de Caroline.

Elena olhou para Klaus e sorriu. Todos pareciam estar bem. Mas por que ela não se sentia assim? Era como se algo estivesse faltando.

— Ele me salvou daqueles idiotas. E agora virou meu guarda costas — Caroline sorriu piscando para ele. — Mas, isso não importa agora. Eu tenho uma surpresa para você.

— Uma surpresa?

— Sim, sim. Me acompanhe.

Caroline enrolou sua mão na de Elena e as duas caminharam até a sala. Klaus acompanhava as duas, caminhando logo atrás. Antes mesmo dos três chegarem ao fim do corredor, Elena avistou seu antigo quarto.

— Vocês podem irem na frente, eu preciso fazer algo — ela falou parando ao lado de Caroline.

— Mas... — Caroline tentou argumentar.

— Deixa ela, Forbes. Quando ela se sentir bem, ela desce. Não vamos pressioná-la.

— Certo. Não demore muito, okay?

Elena assentiu e entrou no quarto. Tudo ainda continuava o mesmo. Algumas de suas coisas ainda estavam no lugar, outras haviam ido para o quarto de Damon. Aquele lugar trazia lembranças ruins, mas também havia lembranças boas. Nem tudo era perfeito, mas para ela era o bastante.

Ela tocou em seu colar, lembrando do dia em que Damon havia lhe dado. Aquele dia havia sido tão especial. Tão único.

— Elena...

Ela ouviu aquela voz grave e rouca e ao mesmo tempo sentiu seu coração disparar. Aquilo poderia ser um sonho, e se fosse, ela queria permanecer nele. Seu corpo se arrepiou por completo e seu coração bateu aceleradamente contra seu peito, e, ainda hesitante, ela virou-se para o lado. E lá estava ele, olhando para ela com aquele perfeito sorriso de lado. E não havia mais dúvidas, era ele. Era realmente ele.

— Damon

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Desejo ProibidoWhere stories live. Discover now