Capítulo 35 - Família

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Agora eu acordo em um quarto diferente todos os dias. Vivendo nas nuvens pensando em como tudo mudou. (Four Pink Walls - Alessia Cara)

POV: Elena

Olhei para o teste de gravidez novamente, para confirmar que não estava delirando e que eu realmente estava grávida. Stefan estava ao meu lado, segurava minha mão que tremia por causa do resultado. Eu não conseguia pensar em mais nada além do exame na minha mão. Eu me perguntei por um segundo se Stefan podia ouvir meu coração acelerando. Eu sentia minha pulsação por toda parte, batendo em meu peito e reverberando em minha pele.

— Vai ficar tudo bem, Elena.

Stefan afagou minhas costas em um carinho singelo.

— Estou com medo. — admiti baixo, minha mão involuntariamente foi para a minha barriga, acariciando-a. — Eu sei que deveria estar feliz e eu estou, acredite. É só que agora não é apenas comigo que tenho que me preocupar, é com o meu filho também. E tem a Katherine, não posso deixar ela machucar mais ninguém que amo... — um soluço escapou dos meus lábios e eu não consegui controlar as lagrimas que desciam pelo o meu rosto.

— Ei, vai ficar tudo bem. Isso tudo vai passar.

Balancei a cabeça negando e olhei para minhas mãos.

— É difícil acreditar em um possível futuro, quando as pessoas que amo estão morrendo. Primeiro foi o Damon, agora pode ser qualquer um. Caroline, você ou até mesmo eu. — levantei a cabeça para encará-lo. — Quando eu estava lutando lá embaixo, eu não queria apenas descontar toda a minha raiva naquele saco, eu queria me tornar forte. Queria ser forte para não depender das outras pessoas para me defender. Queria proteger as pessoas que amo.

— Eu entendo, mas você sabe que agora não pode mais voltar a lutar. Terá que tomar cuidado de agora em diante, está gravida.

— Tomarei cuidado. — concordei. — Posso perguntar uma coisa?

Respirei fundo para perguntar aquilo que estava martelando na minha cabeça há alguns dias.

Ele assentiu e então perguntei; — Como ele morreu?

— Por que você quer saber? Isso só vai te machucar mais ainda Elena.

— Eu sei...

— Olha pra mim. — ele pediu levantando meu rosto gentilmente. — Damon daria sua vida pela a sua, ele faria qualquer coisa para te deixar segura. E ele te amou até seu último suspiro, tenha certeza disso. E você não precisa lembrar dele como alguém que te machucou no começou ou aquele que te abandonou, você deve lembrar dele como alguém que cuidou de você, que mudou por você e que te amava mais que qualquer pessoa. Esse, é o Damon... O seu Damon. — ele completou.

Eu não conseguir responder, não havia palavras para expressar o que eu estava sentido. Stefan me puxou para um abraço e eu permaneci ali por alguns minutos.

— Obrigada. — eu sussurrei ainda em seus braços.

— Família é para isso. Sempre juntos, nos momentos felizes e tristes.

Eu balancei a cabeça, concordando. Porque a verdadeira família é aquela que é unida pelo o amor e não pelo o sangue.

— Acho melhor contar a notícia para Caroline, ela não irá gostar de ser a última a saber, você sabe como ela é. — ele rir baixinho. — E eu tenho uma ligação para fazer agora.

— Eu vou fazer isso. — sorri me levantando da cama.

Parei de frente a porta do quarto de Caroline, estava pronta para contar sobre a gravidez a ela. E tenho quase certeza que ela vai pirar. Céus, eu estou pirando.

— Caroline? — bati na porta de novo.

— Hm... Espera um pouco. — ela gritou.

Escutei um barulho de alguém caindo da cama e logo depois um "Porra Caroline", certo, ela estava acompanhada e tenho certeza que era um certo britânico.

— Eu posso voltar outra hora. — sugerir.

— Não, eu já vou abrir. — ela demorou um pouco a falar novamente. — Me dá a chave seu idiota.

— Você sempre acorda de mal humor? — ele retrucou e coloquei a mão na boca abafando uma risada.

E lá estava eu, presenciando um briga entre Caroline e Klaus.

— Prontinho. — falou Caroline abrindo a porta e empurrando Klaus para fora.

— Boa sorte com ela. — ele murmurou ainda com sono. — Ela é terrível de manhã.

— Vem.

Ela me puxou para dentro do quarto e fechou a porta. Caminhei até a cadeira que estava do lado da cama dela e me sentei enquanto ela deitava na cama novamente.

— Não quer vim deitar na cama comigo?

— Acho melhor não. Vocês dois....

Apontei para a cama e balancei a cabeça negando.

— Tecnicamente não fizemos na cama. — ela respondeu revirando os olhos.

— Eu não precisava saber desse detalhe.

Ela jogou a cabeça levemente para trás e riu alto.

— Ah, por favor. Somos adultas e amigas, falamos sobre isso o tempo todo.

— Eu tenho algo para contar. — falei mudando de assunto.

— Certo. — ela sentou-se sobre suas pernas.

— Estou gravida. — falei rapidamente.

Espero que ela entenda porque falar isso em voz alta ainda me assusta.

— Você está gravida? Vou ser tia? — ela perguntou e eu assenti sorrindo.

— Eu vou ser tia? — perguntou ela novamente. — Tia?

— Você vai perguntar isso quantas vezes?

— Até eu ter certeza que isso é real. Preciso me preparar emocionalmente e também preparar minha conta bancaria, vou mimar muito essa criança.

(...)

Passei quase a manhã toda no quarto de Caroline, ela não parava de falar o quanto estava feliz e empolgada com a chegada da mini Salvatore. Apelido que ela deu, não eu. Estava na hora do almoço e ali seria minha escapatória de Caroline e de suas loucuras que planejava fazer com o meu bebê. Meu bebê. Deus, isso parece ser surreal e ao mesmo extraordinário. Eu vou ser mãe. Por mais que seja assustador por eu ter apenas 18 anos, eu acho que me sairei bem como mãe. Eu tenho Stefan, Caroline e minha mãe para me ajudar. Eu tenho uma família. É claro que eu estaria mais feliz se Damon estivesse aqui, mas eu sei, que independentemente de onde ele esteja, ele está feliz.

Paro de frente ao quarto do Stefan que fica do lado do meu. Quero pedi a ele o seu celular emprestado para ligar para minha mãe, preciso contar a notícia a ela. Eu paro minha mão perto da porta quando escuto ele falando com alguém.

— Está tudo bem com ela. — ouço Stefan falando, mas ninguém o responde. — Ela está triste, mas vai superar... Eu juro... Você a conhece, ela é forte. Não vai desistir... Se concentre em ficar salvo, eu cuido do resto... Você precisa ser paciente, já conversamos sobre isso... Preciso desligar...

Estou prestes a bater na porta quando ela se abre e Stefan me olha assustado.

— O que você estava fazendo aqui? — ele perguntou.

— Com quem você estava falando, Stefan? 

Desejo ProibidoWhere stories live. Discover now