Capítulo Trinta e cinco

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Nas asas do trauma


Enquanto todos comemoravam la fora, entrei no vestiário para tomar uma ducha a fim de tirar o suor do corpo. Precisava chegar até o Colorado o mais rápido possível pois no dia seguinte era o baile de outono, no qual eu havia prometido à Sarah que seria seu par. O problema é que para chegar lá tão rápido só tinha uma forma.

O motivo pelo qual Sarah e eu fomos até o Colorado de carro da primeira vez não foi por que eu queria me divertir acelerando ao máximo com meu carro na estrada vazia, por mais que eu realmente gostasse daquela sensação eu havia dito aquilo à Sarah como pretexto para não ter que revelar a verdade à ela. Bom, a verdade é que eu nunca tinha viajado de avião. Depois do acidente dos meus pais eu nunca havia passado nem perto de um aeroporto. Tive diversas oportunidades pela universidade de ir para a Europa e para a Ásia para assistir palestras dos meus cientistas e escritores prediletos mas desisti de todas elas quando soube que precisaria viajar de avião até lá. Assim que terminei meu banho me enrolei numa toalha, apanhei meu celular e notei que havia milhares de notificações, todas elas dos meus amigos e fãs que me marcaram em suas fotos me parabenizando pela vitória. Deixei de lado todas aquelas notificações e fui direto na única mensagem que eu queria ler.

Parabéns Sr. Michelangelo, vocês fizeram um jogo incrível, só espero que não repare no quanto minhas unhas estão destruídas quando chegar aqui, pois esse jogo me deixou muito nervosa.

Beijos.

Sorri. As mensagens de Sarah sempre me faziam ter essa reação. Infelizmente eu não tinha boas notícias para dar à ela, precisava dizer que tinha que ir até o Colorado me encontrar com Diggory para resolver a questão a respeito do testamento mas não queria preocupá-la com meus problemas. Tentei ser parecer o mais tranquilo possível.

Agradeço pelos elogios Senhorita Grace. Infelizmente recebi um telefonema de Diggory há poucos minutos e preciso ir até o Colorado agora mesmo para resolver alguns assuntos sobre o meu processo, mas espero que até lá você consiga arrumar suas unhas, afinal, odiaria ter como par do baile uma garota com unhas mastigadas.

Beijos.

Assim que terminei de secar meu cabelo vesti minha roupa e coloquei uma camiseta dos Shultz limpa e então apanhei meu celular novamente. Liguei pra Diggory e perguntei para ele se era realmente urgente que eu fosse até lá naquele momento. Ele me disse que não demoraria muito tempo para que meus tios soubessem através de seus informantes que meu advogado havia comparecido até o cartório e pego o tal testamento falsificado, era preciso que eu fosse até la para que pudéssemos abrir uma ocorrência a respeito do testamento falso. Diggory tinha um amigo que era Juiz e ainda trabalhava para o governo e poderia nos ajudar mas para isso era imprescindível que eu estivesse lá para comprovar os fatos e assinar a queixa.  Ele disse que até tinha como adiar minha ída até la no máximo até o dia seguinte mas então eu lembrei que não poderia fazer aquilo pois Sarah estava contando comigo como par para o baile no dia seguinte.

Desliguei o celular e respirei fundo. O treinador Reich apareceu na porta do vestiário e me disse que o táxi que eu havia chamado para me levar ao aeroporto já estava me esperando lá fora. Por mais que eu estivesse nervoso me levantei. Era hora de encarar aquele trauma de asas.

Assim que entrei no táxi meu celular começou a tocar. Era Sarah.

-Olá Senhorita Grace, já conseguiu consertar suas unhas?

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