16 - União de irmãos & Ironia aflorada

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Louis

Assim que cheguei ao hospital subi direto para o quarto, cumprimentando a recepcionista que já conhecia bem o meu rosto. Abri a porta do quarto encontrando Anne sorrindo sentada próxima a cama, e olhei para Harry que para a minha surpresa estava acordado.

— Você está aqui, Louis? Seu perfume...

— Estou — falei com a voz embargada e com os olhos marejados, aproximando-me da cama e ele sorriu.

— Eu vou pegar café. — avisou Anne levantando-se e piscou para mim ao sair do quarto.

— Deite-se aqui do meu lado. — pediu Harry e subi para a cama, apoiando minha cabeça em seu ombro e o mesmo me envolveu com seus braços, fazendo-me soluçar contra seu peito.

— Não chore. — pediu suavemente beijando o topo da minha cabeça.

— E-eu pensei que você me deixaria. — sussurrei.

— Mas eu estou aqui.

— Ainda não acredito que me contou o final de A culpa é das estrelas. — sussurrei rindo em meio ao choro e Harry gargalhou.

— De nada. — zombou e sorri.

— Eu senti sua falta. — confessei me aconchegando contra ele.

— Eu acho que também senti. — murmurou e apoiei meu queixo em seu peito olhando para ele, e ergui minha mão passando pelo seu rosto e Harry fechou os olhos.

Me inclinei sobre ele e encostei meus lábios aos seus em um beijo suave afastando-me logo em seguida.

— Eu li todos os volumes de Nárnia, apesar de você não escutar. — sorri minimamente.

—Eu farei você ler de novo. — afirmou sorrindo.

— Tenho certeza que fará. — sorri mais ainda, aconchegando-me mais em seus braços.

Harry

Estavam todos aqui, minha mãe, Gemma, Louis e meu pai.

Bem que dizem que catástrofes medicas unem a família. Minha mãe saiu, avisando que compraria o almoço e meu pai a acompanhou. Louis avisou que iria ao banheiro e logo saiu, ficando apenas Gemma e eu.

— Gem... — chamei.

— Oi. — Ouvi ela sussurrar e se movimentar para perto da cama.

— Senta aqui. — pedi apoiando minha mão na cama e senti a mesma afundar e em seguida, sua mão tocou a minha. — Como você está?

— Como assim? — questionou e notei a confusão em sua voz.

— Como você se sente? Agora, nesse exato momento. — falei e ouve um momento de silêncio.

— Bem... — murmurou. — Um pouco cansada, mas estou bem.

— Gemma, você se sente triste? Se sente triste porque a mamãe nunca elogiou ou mesmo visitou sua confecção de moda? Se sente triste pelas palavras e ações de Derek? Você se sente impotente por isso, Gem? — perguntei e ouvi seu soluço.

Gemma pousou sua cabeça em meu peito e acariciei seu cabelo. Pela primeira vez em anos, eu estava consolando minha irmã e ela estava aceitando o meu consolo.

— Eu posso... Posso viver apanhando, Harry. Posso viver sendo ignorada, posso viver sendo esquecida, mas eu não posso viver sem você, Harry. Não me deixe. — pediu. — Eu preciso do cara que sempre quer conhecer meu namorado, preciso do único que mesmo no meio de uma crise de úlcera elogiou minha confecção de moda. Eu preciso de você.

— Eu estou aqui, sempre estive. Mas você precisa entender, Gem, que chegará alguns momentos, que eu também precisarei muito de você.

— E eu estarei lá, eu te prometo, Harry. — afirmou afundando o rosto no meu pescoço e ficamos calados enquanto eu apenas aconchegava minha irmã nos meus braços e torcia para que um dia, ela fosse feliz.

...

Perto da hora do jantar todos foram para casa e Louis ficaria comigo e passaria essa noite aqui. Eu teria alta em dois dias, então apenas nos restava aguardar.

— Sabe, nesses dias vindo para cá, eu encontrei uma loja de doces maravilhosa. — Louis comentou enquanto estávamos deitados na cama.

— E deixa eu adivinhar... Você se entupiu de doces essas semanas inteiras? — sorri.

— Exatamente. — disse e balancei a cabeça em negação.

— Você acabará doente. — avisei.

— E você acabará um velho ranzinza. — retrucou e sorri acariciando seu rosto.

Seus traços eram finos e delicados e eu sempre me perdia neles, talvez eu tenha me apaixonado rápido demais, ou talvez devagar de mais, eu não sei, apenas sei que estou apaixonado pelo meu cuidador.

Às vezes penso que sou apenas, sei lá, um iludido. Louis tem muito pela vida e um dia pode se interessar por um bonitão malhado e que enxergue, as possibilidades de perdê-lo são enormes. E as possibilidades de me quebrar com isso maiores ainda.

— Harry. — ouvi a voz sonolenta de Louis sussurrar.

— Oi. — sussurrei.

— Eu amo você. — sussurrou e logo em seguida sua cabeça repousou em meu ombro, e em poucos segundos o ouvi ressonar.

Ele havia caído no sono.

Tudo bem, talvez as possibilidades de perdê-lo não sejam tão grandes assim.

dark greens ❀ {lwt+hes+mpreg}Όπου ζουν οι ιστορίες. Ανακάλυψε τώρα