Capítulo 19

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Lauren POV

Assim que chegamos ao hospital, Benjamin foi levado rapidamente para a ala de emergência pediátrica, ainda com muita dificuldade em respirar e com o coração acelerado. Eu nunca tinha o visto naquele estado, tão aflito e tão amedrontado, encolhido no colo da Camila, com lágrimas nos olhos. Ela, por sua vez, tentava transmitir calma ao filho, depositando, em sua testa, beijos suaves, mas no fundo de seu olhar, eu sabia que ela estava desorientada por dentro, quase que destruída, toda vez que o menino respirava com dificuldades.

A médica já de meia idade e parecendo ser bem experiente, aparentemente já conhecida por Camila, demorou longos minutos para nos convencer a aguardarmos na sala de espera, enquanto Benjamin recebia os primeiros atendimentos. Era claro que eu queria ficar ao lado do garoto, segurando sua mão, assim como Camila, mas nós teríamos que confiar na médica e mantermos a calma.

—Vai ficar tudo bem. – Eu murmurei simples, depositando minha mão sobre a perna da Camila, sentada ao meu lado.

—Essa é a pior parte... esperar por notícias. – Ela disse num tom fraco, com os olhos ainda marejados.

—Eu entendo... – Eu falei com um suspiro. – Quer que eu ligue para a dona Sinu? – Eu perguntei atenciosa e ela assentiu com a cabeça.

—Por favor... – Ela pediu simples. – Enquanto isso eu vou a recepção ver se consigo alguma informação sobre o Ben. – Ela avisou se levantando do banco e eu concordei pegando o celular em meu bolso.

Enquanto esperava dona Sinu atender ao telefone, eu observei Camila conversando com uma das enfermeiras, gesticulando com as mãos e tentando a todo custo arrancar da mulher algo sobre o estado do filho.

Eu sabia como aquela situação era difícil, eu sabia o que era o medo de perder alguém querido, eu sabia o que era ter que esperar pela pior notícia, eu sabia o que era a dor, eu tinha visto tudo isso de perto durante os últimos dois anos...

Eu só não sabia que com ela ali e com Benjamin, isso seria muito mais intenso e mais amedrontador.

Dona Sinu não demorou muito a atender a ligação e poucas palavras minhas foram suficientes para que ela entendesse a situação, encerrando a ligação e deixando o aviso de que estava vindo para o hospital imediatamente.

Quando Camila voltou a se sentar ao meu lado, apenas analisando seu olhar, eu sabia que sua tentativa na busca por informações não havia funcionado e que teríamos que esperar por mais algum longo tempo.

Tentando esboçar meu melhor sorriso acolhedor, eu deslizei um dos meus braços por suas costas e senti sua cabeça se apoiar em meu ombro, em um gesto silencioso de acolhimento.

Dona Sinu chegou ao hospital algum tempo depois, na mesma hora em que a médica voltou à sala de espera, com uma prancheta em mãos e com o olhar sério.

—Dra. Petterson, como ele está? – Camila foi a primeira a perguntar, se aproximando rapidamente da médica.

—Estável, por enquanto... – Ela disse com um suspiro, alternando seu olhar entre nós.

—O que isso quer dizer? – Sinu perguntou preocupada.

—Quer dizer, que conseguimos controlar a situação com medicamentos intravenosos e com aparelhos que o ajudam a respirar, mas isso não será suficiente por muito tempo... – Ela começou a explicar, antes de focar seu olhar em Camila. – Você sabe como a situação dele é delicada, Camila... nós tentamos contornar a gravidade do caso como podemos, mas ele precisa dessa cirurgia, é a melhor chance dele. – Ela disse séria e eu observei Camila me encarar aflita.

PJ's Heart - CamrenWhere stories live. Discover now