Forty-Four / HAYES

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Esperei Loren entrar na sua casa para ir em direção ao apartamento da Lucy. Pelo que eu entendi, Lucy tinha alguma coisa muito importante para falar comigo.

Bati rapidamente na porta, já impaciente com todo o mosteiro que ela estava fazendo. O que era tão importante a ponto de não poder falar pelo celular?

A loira abriu a porta e deu um pequeno sorriso, me dando espaço para entrar em seguida. Ela estava usando algum dos meus milhares moletons que eu acabava esquecendo aqui.

— Oi — Eu me aproximei, com a intenção de beija-la, mas ela virou o rosto — O que aconteceu?

— Quando você ia me contar?

Arregalei meus olhos e engoli em seco, sentindo todos os meus músculos ficarem tensos.

— Contar o que?

Ela revirou os olhos e foi na direção do seu quarto, voltando alguns minutos depois com dois papéis na mão. Lucy sentou no sofá, batendo no lugar ao seu lado, mostrando que era para eu me sentar ali e assim eu fiz.

— Quando você ia me contar isso — Ela jogou os papéis no meu colo.

Um dos papéis era uma foto daquele dia em que carro estragou, quando eu e a Loren nos beijamos pela primeira vez desde que ela voltou. No outro, estava escrito um recado, insultando a Lucy de todas as formas possíveis, o que me deixou incomodado.

— Por que não me contou essa merda?

— Porque eu não queria te machucar, apenas tinha medo de machucar uma pessoa tão maravilhosa quanto você.

Ela suspirou e soltou uma risada sarcástica, fazendo com que todos os meus pelos do corpo arrepiassem.

— Além de ser um traidor, você é um mentiroso do caralho — Ela disse com raiva — Você não me contou nada disso porque você simplesmente quer ter um plano B, você quer ter o controle de tudo e todos, você gosta de mexer com os sentimentos das pessoas apenas por diversão e é por isso que você anda tão infeliz ultimamente.

Fechei os olhos e respirei fundo, controlando a minha vontade imensa de chorar ali mesmo, porque tudo o que ela estava falando era verdade, sem excessão.

— Por que você está me massacrando, como se a culpa fosse toda minha? Não sei se vide sabe, mas ninguém beija sozinho.

— Eu não acredito que você está mesmo jogando a culpa na Loren — Ela passou as mãos pelo cabelo — Sabe quem bateu na minha porta dois dias depois que essa porta foi tirada? A Loren, contando tudo o que aconteceu e pedindo desculpas por isso.

— Lucy, eu... Eu não sei o que falar.

— Eu te odeio.

— Não, você não me odeia, talvez você não me ame mais, mas você não me odeia.

— Você tem razão, eu te amo, mas eu me odeio por isso.

— Lucy, nós podemos tentar de novo, eu juro que não vou fazer de novo e...

— Não precisa mentir, você ama a Loren, você quer ela, você precisa dela e eu nunca vou ser ela.

Eu assenti, abaixando a cabeça e tampando meu rosto com as minhas mãos. Eu estraguei o meu relacionamento, tudo bem que não era o melhor relacionamento do mundo, mas a Lucy fazia eu me sentir bem comigo mesmo.

— Eu sou um idiota.

— Sim, você é o maio deles.

— Você deve estar querendo me matar nesse exato momento.

— Eu poderia contratar um assassino de aluguel se eu tivesse dinheiro.

Eu soltei uma risada abafada, ouvindo ela fazer o mesmo em seguida. Levantei minha cabeça e a encarei, conseguindo ver o exato momento em que suas bochechas ganharam uma cor avermelhada.

— Tá bom, agora você vai sair da minha casa — Ela se levantou, indo na direção da porta.

— Amigos, pelo menos? — Eu estendi a mão.

— Nem pensar — Ela fechou a porta.

Eu encostei minha cabeça na porta, fechando os olhos e sorrindo comigo mesmo, pelo menos eu sei que ela não vai guardar mágoas. Eu acho.

— E nem pense que eu vou devolver seus moletons.

Rock Bottom ;; Hayes GrierWhere stories live. Discover now