Uma Historia

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Evelyn Narrando

Neste momento estou aguardando Safira em uma sala de estar com tons fortes e claros de verde que um dos seus empregados nos trouxe e pediu para aguardá-la.

Olho um dos retratos de Safira na parede. O papel de parede da um destaque para o quadro pintado de um jeito tão único e perfeito. Toco o quadro para sentir a espessura da tinta e sinto algo estranho que me obriga a retira a mão rapidamente.

-Evelyn, Tobias, já estava ficando com saudades de vocês. -Uma voz feminina fala me tirando de meus devaneios. Olho rapidamente para trás para olhar Safira. Ela está usando um vestido vermelho longo de mangas longas com uma fenda na coxa direita, seus cabelos pretos longos estão soltos e seus olhos vermelhos continuam os mesmo com o brilho sobrenatural. Ela anda até nos de forma confiante com um misto de elegância e antes de me perguntar se ela está com frio lembro que ela é uma vampira e certamente não deve sentir frio como humanos.

-Desculpe por não termos avisado antes que iríamos visitá-la. -Tobias fala se levantando do sofá e segue até Safira.

Safira analisa Tobias com seus olhos vermelhos.

-Espero que fique também Tobias. -Safira fala e cumprimenta Tobias com beijos na bochecha e volta a olhá-lo nos olhos de um jeito intenso.

-Talvez um outro momento, infelizmente tenho alguns compromissos. -Tobias fala olhando Safira de um jeito que ele olha a maioria das mulheres bonitas com que sai.

Reviro os olhos mentalmente devido a cena que estou vendo.

-Quem sabe um jantar. -Safira sugere e sorri.

Olho a cena nem acreditando que está rolando algo entre Tobias e uma das vampiras mais velhas que já ouvi falar.

-Está ótimo. -Tobias fala. -Agora tenho que ir, só vim trazer Evelyn e vê-la um pouco. -Continua ele se despedindo de Safira. Ele se despede dela com beijos na bochecha e depois segue até mim e deposita um beijo em minha testa. Logo em seguida ele se afasta e segue até a porta para ir embora.

Assim que Tobias sai pela porta Safira me assusta me surpreendendo com um abraço.

Ela me envolve em meus braços gélidos e me abraça como se fossemos amigas a séculos.

Respondo seu abraço um pouco sem jeito, mas sentindo como se soubesse que ela não irá me fazer mau.

-Fiquei tão preocupada com o que houve. -Fala ela me soltando. A olho um pouco surpresa, mas logo lembro que Londres inteiro deve saber o que houve comigo em Miami. -Mas o que houve de verdade? -Pergunta ela sabendo que o que falaram em revistas são apenas mentiras. -Quero dizer o que houve em sua viagem de verdade? -Safira pergunta me analisando com seus olhos vermelhos de um jeito preocupado. Penso um pouco antes de responder.

Será que devo contar a verdade? -Penso um pouco receosa com medo de ela me achar um louca. A olho e ela me passa uma confiança que nunca sequer pensei que teria em alguém, nem mesmo Eduarda.

Respiro fundo decidida a falar a verdade para ela.

-Uma voz. -Começo a falar torcendo para que ela não me ache uma louca. -Era a voz de um homem que havia sonhado e senti uma dor horrível e depois ele me chamou de Elizabeth. -Conto tudo de uma vez e Safira respira fundo não me olhando como se fosse uma louca.

Respiro aliviada ao perceber que ela não vai me chamar de louca.

Quando acho que ela irá pedir para eu continuar falando vejo um misto de medo em seus olhos e não sei porque isso me deixa com receio do que ela irá falar.

-Acho que já sei porque veio. -Fala ela em um sussurro um pouco triste. Um pouco sem jeito me afasto o suficiente apenas para ver sua expressão como se ela soubesse o que me atormenta.

-Então não estou louca? -Pergunto um pouco confusa com um misto de receio em saber que não estou louca.

A mesma retorna à sua postura de fria.

-Quando irá completar 20 anos? -Safira pergunta e a olho sem entender.

-Daqui uns 9 meses. -Respondo sem entender o que isso tem a ver com a voz do homem que sonhei.

-Está começando. -Safira afirma num sussurro em um tom preocupada e respira fundo.

-Safira você sabe o que isso significa? -Pergunto ansiosa e com receio de que eu não goste de sua resposta.

-Vamos conversar em outra sala que tem uma vista incrível, soube que gosta de pintar paisagens. -Safira fala mudando de forma repentina e me pergunto como que ela sabe que gosto de pintar. -Digamos que sua avó também gostava de pintar, você é mais parecida com ela do que pensa. -Afirma ela. Rapidamente olho o quadro que toquei momentos antes. -Elizabeth insistiu em fazer um retrato meu. -Safira conta e a olho chocada.

-Minha avó quem pintou? -Pergunto perplexa e me aproximo do quarto vendo a perfeição que ficou esquecendo o assunto de momentos antes.

Toco o quadro novamente e sinto sensações estranhas como se pudesse sentir toda a alegria de minha avó ao pintar o quadro. Retiro a mão rapidamente não entendendo.

-Devo estar enlouquecendo. -Afirmo com a voz trêmula não vendo outra solução para explicar o que está havendo comigo.

-Começou antes de você completar 20 anos, eu pensei que fosse demorar mais. -Safira fala e a olho sem entender.

-O que está havendo comigo? -Pergunto já sabendo que algo que não é normal está me atingindo.

Safira respira fundo e me olha pensando em algo.

-Nem sei por onde começar. -Safira diz deixando eu apenas mais curiosa.

-Comece pelo começo. -Peço de forma calma apesar da ansiedade. -Comece por minha avó. -Peço querendo saber o que houve com avó. -Me diga como a conheceu e o que está havendo comigo. -Peço angustiada.

-Não sei se você está pronta para saber. -Safira diz com um olhar confuso. -Mas que assim seja. -Conclui ela.

Enfim terei respostas que tanto precisava sobre minha avó. -Penso ansiosa e com certo medo.

Safira sorri de forma simpática e estica sua mão pálida para eu pegar. Após alguns segundos decido pegar sua mão gélida. Ao tocar sua mão sinto coisas estranhas, mas algo me diz que posso confiar nela. Ela me conduz da sala até o hall de recepção de sua mansão até uma sala que possui uma enorme parede apenas de vidro que nos permite ver uma vista de um jardim coberto pela neve.

Safira solta minha mão e indica um sofá branco paga me sentar. Sigo até o sofá e me sento, logo em seguida ela se senta em uma poltrona ficando de frente para o sofá.

Reparo a mesinha a nossa frente e em cima dela xícaras e uma jarra de vidro com um líquido verde. Safira me entrega uma das xícaras e me serve do líquido verde.

Respiro fundo querendo controlar minha ansiedade e volto a olhar Safira.

-Deduzo que sua mãe não saiba que esteja aqui. -Safira fala com uma sobrancelha arqueada e lhe dou um sorriso amarelo.

Digamos que mamãe não iria gostar de saber onde vim, por isso decidi pedir uma carona para Tobias.

-Como conheceu minha avó? -Pergunto não contendo minha curiosidade e experimento o líquido que está um pouco gelado e que possui um gosto familiar, mas que não reconheço. Deposito a xícara de volta a mesinha e fito Safira.

-Desde que ela nasceu. -Responde ela e a olho curiosa. Safira respira fundo e cruza sua perna. -Era meu destino a proteger, sempre foi proteger as escolhidas. -Safira conta e a olho sem entender. O que ela quer dizer com as escolhidas? -Evelyn você acredita em profecias? -Safira pergunta me fitando com seus olhos vermelhos.

-Sim. -Respondo rapidamente. Se fosse num mundo onde vampiros não existisse talvez eu diria não, mas com tudo que existe e o que está acontecendo comigo posso acreditar em tudo , mas não quero acreditar que estou ficando louca. -Mas como assim as escolhidas? -Pergunto sem mais delongas.

-Era para você saber disso após seu vigésimo aniversário, mas esta iniciando antes do que eu havia previsto. -Safira afirma com um olhar confuso e olha a vista pela enorme parede de vidro. -Posso lhe contar uma história longa? -Pergunta ela e me olha sério.

-Sim. -Respondo.

-So peço que não me interrompa. -Safira pede e faço que sim com a cabeça e a olho atenta. -Não sei se sabe, mas por trás de todo vampiro há seu criador. -Safira começa a contar com um olhar distante e triste, me pergunto se ela um dia desejou ser vampira. -Sebastian e Sam fora os primeiros vampiros a andarem na terra, ambos possuíam dons raros, Sebastian possuía a magia assim como seu irmão e acreditava na paz e nunca quis transformar nenhum humano pois acreditava que era uma maldição. -Ela da uma pausa e decido não interromper. -Sam por outro lado não queria passar a eternidade somente ao lado de seu irmão e quando provou sangue pela primeira vez sua força multiplicou, sua alimentação fora apenas a base de sangue dali por diante e incentivou seu irmão a provar também. Certa vez Sam se descontrolou e quase matou uma mulher de cabelos escuros e olhos azuis. Com medo de que a mulher morresse ele deu seu sangue mágico a ela e cuidou dela até ela se recuperar por completo, mas quando descobriu que ela estava grávida ele propôs que ela ficasse com ele até a criança nascer pois não queria que ela voltasse para o bordel que vivia. -Continua Safira e presto atenção em cada detalhe. -Após um tempo chegou a hora do parto, a mulher não sobreviveu e Sam descobriu que na verdade a mulher que salvou a um tempo deu à luz a gêmeas. Não querendo que as crianças ficassem órfãs ele decidiu criá-las como se fossem da família. -Safira da uma pausa e respira fundo. -Sebastian mesmo achando loucura ajudou o irmão a criar as duas crianças que dera o nome de Sofia e Rebeca. Com o passar dos anos elas cresceram e Sofia e Rebeca eram as donzelas de cabelos louros mais belas das redondezas, por onde passavam Sofia queria ser mais notada que Rebeca. Rebeca era doce e gentil, Sofia era confiante e gostava de atenção. Com o passar dos anos Sam e Sebastian criarão 10 recém vampiros para a segurança de Sofia e Rebeca. Sofia e Rebeca começaram a receber pedidos de casamento e Sam começou a odiar isso pois começou a nutrir sentimentos por Sofia e Rebeca. Certa noite Sofia irritada por Sam espantar todos os seus pretendentes decidiu falar com ele, era para ser apenas uma conversa, mas resultou em briga e um beijo apaixonado. -Safira da outra pausa dramática e respira fundo. -Foi então que o romance escondido de Sofia e Sam começou. Anos depois Rebeca conheceu um conde e fugiram para viver sua paixão, desolados Sam e Sebastian obrigou seus vampiros irem atras dela. Quando Rebeca voltou para casa a força ela descobriu que estava grávida de seu amado, Sam e Sebastian mesmo desapontados com ela decidiu perdoa-la. Tempos depois Rebeca deu à luz a gêmeas que foram muito mimadas. Sofia começou a nutrir inveja da irmã por receber mais atenção que ela e em uma noite chuvosa esfaqueou e matou a irmã dormindo, o cheiro do sangue de Rebeca pingando no chão de madeira invadiu a mansão e Sebastian e Sam seguirão o cheiro e o choro das bebês até o quarto, quando chegaram no quarto virão que Sofia havia matado Rebeca. Sebastian enlouqueceu e atacou Sofia, mas ao mordê-la sentiu o sabor daquele sangue único e viciante, antes de suga-lá por completo Sam o impediu pois ainda amava Sofia. -Safira fica em silêncio por alguns segundos e quando percebo meus olhos estão lagrimejando. -Sam não queria matar Sofia, mas devia fazer. Ele só não esperava que o seu sangue também estava nas veias de Sofia, antes de conseguir matar Sofia ele percebeu que ela havia herdado sua magia e ela lançou-lhes uma maldição e fez uma profecia que iria fazer Sebastian e Sam dormir por mil anos e que somente o sangue de uma de suas herdeiras poderia acorda-los durante esse período, mas assim que toda vez que eles sugasse o sangue dessa sucessora por completo eles iriam voltar ao sono profundo e que somente o sangue da vigésima escolhida poderia livra-los dessa maldição. -Safira fala e volta a me olhar.

-Como alguém pode ser tão ma? -Pergunto chocada pela história.

Como alguém pode matar a própria irmã? -Me pergunto perplexa.

-Sofia é uma de suas antepassadas Evelyn. -Safira fala e parece que meu mundo desmorona e a olho sem entender torcendo para ter escutado errado.

-Isso é impossível. -Digo não acreditando. -Como que minha avó entra nessa história? -Pergunto perplexa não querendo acreditar que eu possa ser tataraneta alguma coisa dessa Sofia.

Safira respira fundo e se levanta. Ela se senta ao meu lado e pega em minhas mãos que estão trêmulas.

-Evelyn eu sei que é difícil para você acreditar, mas você corre grande perigo assim como sua avó e eu irei protegê-la com minha vida se preciso. -Safira fala tentando me acalmar e olho em seus olhos vermelhos que me transmitem sinceridade e confiança.

-Como conheceu minha avó? -Pergunto após uns segundos em silêncio.

-Como eu disse logo que ela nasceu. -Responde Safira. -Lembra quando eu disse que que Sebastian e Sam criarão 10 vampiros? -Safira pergunta e concordo com a cabeça. -Um destes 10 vampiros fora meu criador. -Conta ela com um olhar distante. -Ele me transformou para seguir os passos de Sofia pois queria vingança. -Diz ela.

-Você o ajudou? -Pergunto curiosa.

-Não, eu o odiava com todas minhas forças e mesmo que Sofia tenha tomado atitudes drásticas contra a irmã eu não consegui matá-la quando descobri que ela estava grávida de um humano que conheceu quando fugiu, eu ajudei a escondê-la e ela se casou com esse humano. -Safira conta e a olho sem entender. -Então nos mudamos para Londres antes das crianças nascerem. Um tempo depois Sofia deu à luz a uma menina e um menino e nenhum deles era especial, antes de morrer devido às complicações do parto ela confessou que suas escolhidas iria pular uma de sua geração e que ela teria uma irmã gêmea de placenta diferente. -Ela da uma pausa e respira fundo. -Desde então toda escolhida eu protegia de Sebastian e Sam mesmo que um pouco distante. -Safira fala e me olha esperando minha reação. 

-Mas e minha avó? -Pergunto querendo saber o que houve com minha avó.

-Ela era diferente, as visões e sonhos começaram antes dos vinte e cinco anos. -Safira fala e a olho seria esperando ela falar logo. -Tentei cuidar dela e alerta em relação aos perigos de ela sair com vampiros, mas então ela começou a ter amantes. Não demorou muito para que o pai dela a forçasse a se casar, pensei que ela iria parar de se encontrar com seus amantes quando teve Ellen, eu sei que ela tentou, mas então do nada ela começou a mudar. -Safira fala com a voz triste e solta minhas mãos. -Ela acordou Sam e Sebastian e ambos começaram a persegui-lá achando que ela era a vigésima escolhida. Elizabeth queria apenas proteger Ellen quando a mandou para o reformatório mais rígido de Londres, logo em seguida um dos seus amantes matou seu marido e segredos voltaram à tona junto de seu outro filho, irmão gêmeo de Ellen que havia morrido logo após nascer. -Safira diz e engulo em seco segurando o choro.

Tudo o que um dia mamãe disse sobre meu avô é mentira! Ele fora assassinado! Ele nem sequer está em uma casa de repouso! -Penso irritada com tamanhas mentiras.

-Ela se matou? -Pergunto com a voz trêmula embargada pelo o choro que seguro me referindo a minha avó.

Safira respira fundo e apenas concorda com a cabeça.

Lágrimas saem sem minha permissão e choro na frente de Safira pouco me importando.

-Este será meu futuro? -Pergunto limpando as lágrimas. -Esperar para ser morta ou me matar? -Pergunto magoada sem poder mudar meu próprio futuro.

Antes que eu fale mais alguma coisa Safira me abraça. Respondo seu abraço e permito que ela me console como jamais permiti que alguém me consolasse.

-Encontraremos uma saída. -Safira fala me soltando e seca minhas lágrimas. -Elizabeth tinha um diário, talvez ela tenha descoberto algo que possa nos ajudar. -Safira fala se lembrando. Olho em sua expressão que parece suavizada e em seus olhos vejo esperança como se soubesse de algo que possa me ajudar.

-Mas onde ele está? -Pergunto tendo algumas esperanças de que talvez eu possa sair desse futuro incerto e amargo.

-Talvez esteja em sua antiga casa, fica aqui em Londres. -Safira responde. Ela me olha seria. -Evelyn ninguém pode saber o que te contei, nem mesmo Eduarda pois ela poderia contar para David ou para Tyler. -Safira me alerta e a olho sem entender.

-Mas porque? -Pergunto curiosa.

Safira respira fundo e vejo certa confusão em seu olhar.

-Tyler e David eram um dos amantes de Elizabeth. -Safira conta. A olho surpresa me perguntando se David ama Eduarda ou se apenas está com ela por causa de nossa avó.

-Safira você tem alguma foto de minha avó? -Pergunto curiosa para ver alguma fotografia de minha avó. -Digamos que nunca vi uma fotografia dela. -Digo querendo ver uma foto de minha avó.

-Conheço Ellen o suficiente para saber o porque disso. -Safira fala se levantando. -Irei buscar. -Avisa ela e um piscar de olhos ela sumiu da minha frente. Antes de eu sentir falta de sua presença Safira volta segurando duas fotografias.

Ela se senta novamente ao meu lado e me entrega as duas fotografias um pouco antigas.

Assim que as olhos fico surpresa ao ver a semelhança entre Eduarda e nossa avó.

Olho chocada Safira suspeitando que David só esteja com Eduarda por causa de nossa avó.

-Eduarda é idêntica à nossa avó Elizabeth. -Digo perplexa querendo não acreditar em tal semelhança.

-Evelyn o que faz aqui? -Uma voz familiar pergunta me assustando.

A Noiva ErradaWhere stories live. Discover now