Uma Taça de Champanhe

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Anteriormente:  -Vocês apenas querem que eu quebre a maldição. -Falo com certo receio, mas sem medo dele ainda me sentindo estranha com sua aproximação.

-Entenda como quiser, mas chegará a hora que ninguém além de eu e Sebastian vai salva-la. -Sam fala em um tom frio não se importando com o que eu disse antes e some em um piscar de olhos.

Evelyn Narrando

-Evelyn. -Uma voz familiar fala me obrigando a sair do transe em que estava. Pisco algumas vezes tentando entender o que acabou de acontecer e coloco a mão na cabeça em uma tentativa de fazer minha fraqueza passar. Olho para Paulo que anda rapidamente em minha direção para me ajudar e me afasto dele deixando evidente que não quero sua ajuda. -Você está bem? -Pergunta ele me analisando e olha para a taça quebrada no chão.
-Estou bem. -Falo seria tentando soar convincente e olho ao redor na esperança de ainda encontrar Sam. Abaixo minha mão.
Volto a atenção para Paulo me perguntando como que ele sabia onde eu estava.
O olho.
Noto que ele está diferente, talvez mais alto e mais bonito do que me lembrava. Seus olhos me analisam e olho sua boca entreaberta e por um momento sinto vontade de beija-lo.
Me repreendo mentalmente suspeitando que eu deva estar maluca pois nunca eu poderia me sentir atraída por Paulo.
-Melhor eu voltar para dentro. -Falo sentindo o vento gélido me atingindo em cheio e me obrigando a cruzar os braços devido ao frio.
-Evelyn. -Paulo fala se aproximando e não sei porque permaneço imóvel olhando seus olhos. Por um momento toda sua elegância some e noto certa malícia em seu olhar. Ele para a centímetros de meu rosto e coloca suas mãos sobre meus ombros me impedindo de me mover. -Pela primeira vez na vida aceite sair comigo, não é possível que você não sinta nada por mim. -Paulo fala de um jeito louco e tento me soltar desviando de um possível beijo seu. Ele tenta me beijar novamente e com certo sacrifício desvio de sua boca mesmo que algo em meu corpo o deseje.
-Paulo me solta! -Falo irritada e tento me soltar não entendendo a sua mudança repentina para tentar me agarrar. Vendo que ele não vai me soltar o empurro com uma força que não pensei que tinha o obrigando a me soltar.
Ele se recompõe e me fita sério.
Olho irritada para ele.
-Evelyn me desculpe, eu não sei o que houve. -Paulo fala me olhando aflito e o fito seria. Ele da uns passos se aproximando novamente e me afasto com certo receio.
-Saia de perto dela! -Uma voz firme e grossa fala. Em um piscar de olhos Tyler para a minha frente impedindo Paulo de se aproximar ficando entre nós. Tyler empurra o ombro de Paulo fazendo ele cambalear para trás e prevejo uma briga entre ambos.
Tyler fita Paulo de um jeito sombrio e confesso que o nunca o vi desse jeito.
Paulo demora alguns segundos para assimilar que Tyler o empurrou e antes que aconteça algo decido não deixar Tyler estragar a noite que é tão importante para Eduarda e seu primo.
-Tyler apenas se controle. -Falo torcendo para que nenhum dos convidados venha xeretar o que está havendo. Coloco minha mão sobre o ombro direito de Tyler na esperança de acalma-lo. Noto que Tyler fica mais calmo com meu toque e rapidamente tiro a mão de seu ombro.
-Isso não vai ficar assim. -Paulo esbraveja entre os dentes olhando Tyler com fúria.
-Podemos conversar quando você não estiver drogado. -Tyler fala sério como se não se importasse com a ameaça de Paulo e saio de trás dele para fitar Paulo.
Paulo nos vira a costa e segue rapidamente para dentro do salão.
-Não precisava de sua ajuda. -Falo para Tyler irritada esquecendo que Tyler acabara de chamar Paulo de drogado pois já havia conseguido me soltar de Paulo.
Tyler se vira e me olha bravo.
-Como iria conseguir se livrar de um viciado? -Tyler pergunta de forma ignorante se referindo à Paulo. O olho seria me perguntando como ele pode saber se Paulo realmente está drogado.
-Paulo não é do tipo que usa drogas ilícitas. -Falo não acreditando em suas palavras e me afasto dele ignorando o frio. Tyler me fita com seus olhos azuis e respira fundo.
-Ele não está viciado nesse tipo de droga. -Tyler afirma de forma séria e o olho com uma sobrancelha arqueada. -Ele está consumindo sangue de vampiro na dose errada e está se tornando perigoso. -Afirma Tyler e noto em seu olhar que ele fala a verdade.
Lembro que uma vez soube que o sangue de vampiro deixava os humanos imune à certas doenças e ajudava de todas as formas possíveis incluindo na cicatrização de machucado, inclusive na aparência e no físico. Em alguns casos havia relatos de que dependendo do sangue do vampiro havia pessoas que ficava drogue e sofria de apagões temporários.
Então é por isso que me senti atraída por Paulo. -Penso sabendo que eu não seria tola de me sentir atraída por alguém justo como Paulo.
Talvez um dia eu já tenha sentindo algo por Paulo, não vou negar, mas hoje o que eu sinto por ele passa longe disso.
-Isso não é ilegal? -Pergunto a Tyler nem acreditando que estou tendo um diálogo com ele. Tyler me olha de um jeito estranho.
-Evelyn hoje em dia o sangue é um grande benefício para os vampiros e humanos. -Tyler fala de um jeito que faz com que calafrios percorram meu corpo.
Lembro do seu interesse pelo meu sangue e engulo em seco.
Sigo de volta para o salão de festa para evitar Tyler e por causa do frio.
Quando entro de volta no salão procuro Tobias.
Como se nada tivesse ocorrido e tentando agir naturalmente ando entre os convidados.
Levo um breve susto quando vejo Eduarda vindo em minha direção a passos rápidos.
-Evelyn eu quero que conheça uma pessoa. -Eduarda fala animada parando a minha frente e antes que eu possa falar algo ela pega minha mão me obrigando a segui-la.
A sigo até David e uma mulher de costa que deduzo que também seja uma vampira.
-Evelyn está é a prima de David e Tyler. -Eduarda fala num sussurro próximo de meu ouvido e quando estamos próximas o suficiente à tal mulher vira ficando de frente para nós duas.
-Você deve ser Evelyn? -A mulher de cabelos castanhos claro e olhos verdes pergunta sorrindo sem nenhuma formalidade. Sorrio para ela de forma repentina devido à sua energia positiva e alegre. Ela está usando um vestido verde claro de cetim de alças grossas combinando com sua palidez. Noto que ela parece mais com David do que com Tyler.
Eduarda solta minha mãe e segue até o lado de David e eles logo se afastam como se esperassem que eu fizesse amizade com Alana.
-Sim, e você é? -Pergunto sorrindo querendo saber seu nome e estico minha mão para um comprimento formal.
-Alana. -Responde ela sorrindo e pega minha mão. Devido à sua áurea serena não estranho seu toque gélido e me pergunto por que raios ela não se dá bem com Tyler ao ponto de não poderem entrar na igreja juntos no casamento de Eduarda.
Solto sua mão saindo de meus devaneios e a fito.
-Seu vestido é um dos mais belos da noite. -Afirma Alana sorrindo puxando assunto e respiro aliviada por ela ter cortado o silêncio e ter começado um assunto.
-O seu também. -Digo a verdade e ela me analisa com seus olhos verdes. Olho para Eduarda conversando com David ao mesmo tempo que olham para eu e Alana e suspeito que ambos querem que eu e Alana nos demos bem.
-Eles querem que a gente se torne "melhores amigas" ou algo do género. -Alana fala como se lesse meus pensamentos e a olho.
-Está bem óbvio isso. -Comento e rio com Alana. Paro de rir e olho a mulher a minha frente que não aparenta ter mais de 20 anos e que por incrível milagre me faz sentir tranquila como uma típica garota de 19 anos que não está preocupada em ser morta ou algo do tipo.
-Não os julgo, eles estão tão felizes e eu faria qualquer coisa por David. -Alana fala e olha David e Eduarda sorrindo. Noto em seu olhar direcionado para David um amor de irmão com misto de preocupação. Respiro fundo sabendo que eu também faria qualquer coisa por Eduarda. Alana volta a me olhar. -Não parece que você gosta muito de festas. -Diz ela com firmeza e a olho um pouco surpresa me perguntando como que ela sabe disso sendo que nem mesmo Eduarda que é minha irmã gêmea sabe.
-Como percebeu? -Pergunto sem jeito deixando evidente que ela está certa sobre eu não gostar de festas.
-Digamos que seja por seu olhar sempre distante e seu sorriso fraco sem vida como se quisesse estar em outro lugar. -Afirma ela me deixando ainda mais surpresa.
-Eu queria estar em outro lugar e no fundo me sinto mau por não estar alegre na festa que é tão importante para Eduarda. -Falo de forma sincera e fico sem entender o porque que estou me abrindo com uma pessoa que acabei de conhecer.
-Me desculpe por meu jeito, eu sou psicóloga e sempre me esqueço que não estou em meu consultório. -Diz Alana sem jeito parecendo estar envergonhada. Olho impressionada para ela pois poderia jurar que ela fosse outra tipo de pessoa.
-Tudo bem. -Afirmo me sentindo a vontade e sorrio. -Você realmente trabalha em um consultório? -Pergunto curiosa puxando assunto e por um momento ela me passa confiança através de seu olhar.
-Sim, eu amo meu trabalho. -Responde ela em um tom alegre. -Quando eu ainda era humana eu sempre quis ajudar as pessoas de uma certa forma e com a psicologia sinto que posso ajudar e amenizar algumas coisas. -Afirma ela com um olhar distante e por um momento noto certa tristeza em seu olhar como se ela não quisesse ter se tornado vampira. Rapidamente ela se recompõe e sorri.
-Faz muito tempo? -Pergunto me referindo ao tempo de que ela deixou de ser humana. Logo me arrependo de tal pergunta tola suspeitando que ela pode não me responder assim que seu sorriso murcha. -Perdoe minha intromissão. -Digo sem jeito.
-Sim, já faz muito tempo. -Responde ela me respondendo e me dá lança um sorriso amarelo. -Soube que você é amiga de Safira. -Alana fala mudando de assunto e respiro aliviada em saber que minha pergunta não a irritou. Noto certa amargura enquanto ela se refere à Safira e suspeito que talvez elas não se gostem muito.
-Sim, eu acho que sou. -Falo a verdade sem saber ao certo se Safira também me considera sua amiga ou apenas sente remorço por não poder ter salvo minha avó e talvez me ajudando ela se sinta menos culpada. Repreendo tais pensamentos rapidamente. -Você e Safira se conhecem há muito tempo? -Pergunto curiosa e por um momento me sinto uma bisbilhoteira por ficar me intrometendo em assuntos que não são de minha conta.
Alana respira fundo com um olhar distante como se lembrasse de algo.
-Safira e eu já fomos amigas, ou talvez no fundo nunca fomos amigas, não sei ao certo. -Alana fala com certo rancor e fico em silêncio contendo minha curiosidade para saber mais.
Quando penso que Alana irá continuar a falar ela olha para algo ao meu lado e fica em silêncio com um olhar como se não fosse a mesma de antes. Em seus olhos vejo raiva com misto de ódio e rancor.
-Alana quanto tempo. -Uma voz familiar fala surgindo ao meu lado. Olho para Tyler ao meu lado que fita Alana de forma fria sem demonstrar qualquer sentimento. -Espero que não tenha se esquecido que ainda sou seu primo. -Tyler fala em tom irônico e poderia jurar que Alana quer enfiar uma estaca em Tyler ou arrancar a cabeça dele.
-Evelyn mais tarde continuamos nossa conversa, foi um prazer conhecê-la. -Alana fala como se lutasse para não fazer algo e se afasta rapidamente.
Olho irritada para Tyler que apenas olha Alana se afastando.
-Tyler será que não a outros convidados para você perturbar? -Pergunto irritada e Tyler me fita com seus olhos azuis. Seus cabelos louros estão sobre os ombros e seu smoking cai perfeitamente nele. Tento não me desconcentrar com sua beleza.
-Evelyn a festa acabou de começar e não pretendo a deixar em paz tão cedo. -Tyler afirma com um olhar estranho. Ele sorri fazendo meu coração acelera e apenas sei que a noite vai ser longa. -E aliás como vai seu ferimento? -Tyler pergunta parecendo ou fingindo estar preocupado, não dá para saber ao certo pois Tyler é um ótimo ator.
-Está melhor. -Minto assim que lembro que ninguém além de Safira sabe que não existe mais nenhum ferimento. -Acho melhor eu encontrar Tobias. -Falo a primeira coisa que me vem à mente para me afastar de Tyler antes que eu perca a sanidade se eu continuar olhando seus olhos.
-Evelyn espere. -Tyler fala e segura meu braço me impedido de ir procurar Tobias. Ele solta meu braço como se tivesse agido por impulso e nosso olhar se encontra. Por um momento sinto que nada ao nosso redor importa e uma parte minha o deseja.
-Tyler. -Uma voz chama Tyler e rapidamente reconheço a dona da voz ao sair do transe em que estava. Celeste surge ao lado de Tyler o cumprimentando com um beijo próximo de sua boca fazendo com que eu tenha que me afastar. Celeste se afasta apenas o suficiente para olhar Tyler e noto que ela olha Tyler com um olhar com misto de desejo e possessão e deduzo que eles se conhecem muito bem e devem ter tido algo ou ainda podem ter. Por um momento sinto vontade de fazer ela se afastar dele. -Espero não ter interrompido nada. -Celeste fala em um tom sínico e me olha de forma fria. Ela sorri de forma um tanto forçado.
Tento não demonstrar o fato dela se insinuar para Tyler me deixa estranha, mas logo me repreendo mentalmente não aceitando que eu possa sentir ciúmes de Tyler.
Raios! Eu devo estar enlouquecendo. -Penso não vendo outra razão.
-Sim, você interrompeu. -Fala Tyler de forma ríspida como se ainda tivéssemos um assunto. O olho irritada por ele falar por nós dois.
-Não. -Afirmo e olho seria para Tyler deixando evidente que nosso assunto por enquanto está encerrado. -Licença. -Falo querendo ficar longe de Tyler e Celeste.
Afasto deles e desvio de alguns convidados a procura de Tobias ou qualquer outra pessoa que me distraia ao ponto de não pensar em Tyler.
Acabei de conhecer Celeste e já a odeio pelo simples fato dela e Tyler poderem ter algo, mas o medo que sentia dela por ela ter uma missão que põe minha vida em risco passa despercebido.

A Noiva ErradaWhere stories live. Discover now