O Novo Amigo

Capítulo 16 - Viagem, Parte 1

Ace

Matt me obriga a ir. Eu me recuso a acordar as quatro da manhã para viajar, mas ele insiste. Diz que sem mim não vai ser a mesma coisa. Decido ir só por causa da consideração.
Passamos para pegar Daisy, que grita de alegria ao me ver no banco do fundo, se eu não estivesse tão morto de sono teria mandado ela calar a boca.
Os dois discutem durante toda a viagem, eu sinto vontade de abrir a porta do carro e me jogar em plena pista em movimento.
Acordo assim que o carro para, ouço imediatamente Daisy reclamar dos pernilongos. Levanto-me do banco. Estamos em uma espécie de floresta? Ouço o barulho de água, como uma cachoeira, porém, ainda não a vejo. Deve ser por volta de oito da manhã, sinto minha barriga roncar, ansiando por comida, mas eu não vou comer pra no final de tudo acabar vomitando, como sempre faço, se meu pai estivesse presente, diria imediatamente que vou contrair uma anemia logo, se não já tiver.
Matt desce do carro e caminha até o porta mala para pegar o cooler com as cervejas que comprou mais cedo.
-Ele acha que estou apaixonada.-Daisy sorri para mim.-Acha que vai me comer e vou ficar caídinha por ele.
-Você é esperta.-Respondo.
Daisy desce do carro, e eu, é claro, a sigo. Todos os caras do time estão aqui. Já bebendo, e até fumando. Matt junta-se a eles.
Logo vejo a cabeça loura de Amber sair de uma das barracas enormes. Ela nos chama.
-Nada de se perder.-Avisa Matt para nós.
-Não sou criança.-Daisy me puxa pelo braço.-Se me dá licença...
-Eu falei para o Ace...-Ouço Matt murmurar, Daisy também ouviu, mas ignorou...
Quando entramos na barraca, vi imediatamente boa parte das líderes de torcida. Você já pode imaginar o tanto de palavras que meu cerebro teve de processar ao mesmo tempo. Todas falando, rindo, me pedindo dicas sobre com qual garoto dormir hoje, eu tive mil motivos para não querer vir hoje.
Na hora reservada para contar aventuras sexuais, coloco os meus fones de ouvido e me recuso a ouvir essas coisas.

Matt

Nas primeiras horas da noite, percebi o quanto foi importante trazer muita cerveja. Ainda ouço risos na barraca onde estão todas as meninas, e Ace. Posso ver as sombras lá dentro devido a uma lanterna que foi acesa.
Logo vejo aquela silhueta familiar se aproximar da saída. Ace então sai de lá, até eu percebo vendo a sua expressão o quão chato estava lá dentro.
-Ei, vem cá!-Diz Riley para Ace, que imediatamente parece perdido.-Sim, você mesmo.
Ace se aproxima, receoso, ele é assim com todo mundo.
-Tem alguma menina sem roupa alí dentro?- Pergunta Riley. Ace assente, ainda um pouco afastado.-Por que não pede para elas virem brincar aqui fora, cara?
Ace se prepara para tentar falar algo, se fosse eu quem tivesse perguntado isso ele responderia imediatamente perguntando se tem cara de cafetão, porém alguém é mais rápido.
-Ele está aproveitando a oportunidade para ser comido hoje, não percebeu?.-Diz Noah.
E na moral, não sei quem trouxe esse cara aqui, ele ainda está com um olho roxo, com a boca cortada, e com mais alguns cortes no rosto, mas não perde a oportunidade de ser babaca. Alguns dos idiotas riem, Ace não se importa com isso, ele apenas lhe olha e dá um meio sorriso, como se soubesse de algum pecado seu. Noah, subitamente, levanta-se e sai de onde está, deixando todos sem entender nada.
-O cara é perturbado.-Diz Riley, se referindo a Noah, que some na floresta.-Vamos continuar. Senta aqui.
Ace senta-se em um dos bancos montáveis alí, ao redor daquela fogueira.
Vejo Daisy sair da barraca das garotas, ela pisca para mim, e vai até uma barraca vazia e menor. Eu conheço esse sinal devido a experiência que tenho com garotas, e então levanto-me imediatamente.
-Olha o atacante!-Diz um dos caras. Todos ali presentes olham, e vêem que sigo Daisy até aquela barraca, inclusive Ace, que agora segura uma garrafa de vodka. Ele sorri pra mim, um pouco forçado, eu continuo andando.
Assim que entramos alí, Daisy começa a tirar a roupa, e então me ataca, enquanto ainda tiro a minha roupa. Ela começa a me beijar e então chupa o meu pau. Não resisto, e bastou colocar a camisinha para começarmos aquela sessão inacabável, e a julgar pela sua disposição, eu diria que Daisy não era mais virgem antes de mim, mas enfim, eu conclui mais um desafio meu, feito a mim mesmo.
Saio da barraca somente para ver como Ace está, e bem, ele não está lá.
-Foi com tudo?-Pergunta Riley, já que ainda estou vestindo o meu casaco do time e com o cinto aberto.
-Cadê o Ace?!-Tento não parecer desesperado.
-Sei lá, cara.-Ele diz.-O Noah disse que o levaria para mergulhar.
Meu desespero começa a transparecer, não, Ace não pode estar com aquele idiota!
-E você deixou?!-Começo a me aproximar, claramente irritado, e de punhos cerrados.-Ele estava bebendo?!
-Todos estavamos!-Riley levanta as mãos.-Ele já estava quase caíndo quando saiu daqui. Sinceramente, eu não sei porque você se importa tanto.
Vejo uma garrafa de vodka vazia perto do banco onde Ace estava sentado. Eu não posso ficar tranquilo sabendo que posso perdê-lo, jamais! Eu vou procurá-lo, enquanto o meu maior medo é de que o pior tenha acontecido.