Capítulo 20 - Invasão

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Matt

Na tarde passada enquanto eu estava na detenção, tive esperanças de que Ace aparecesse por lá, malditas esperanças.
Daisy se pegava com um cara no estacionamento, ela tentou disfarçar quando me viu, mas eu não me importei com isso, na verdade, tudo o que eu queria era ver Ace me esperando lá, como sempre fazia. Dessa vez foi diferente.
Aquele maldito adesivo de unicórnio ainda estava no meu para brisa, só para fazer as recordações voltarem para a minha cabeça como um tiro.

Lewis

Infelizmente tivemos que parar quando o intervalo terminou, fiz Ace prometer que continuariamos depois. É claro que não consegui me concentrar durante o resto da aula, com todo aquele tesão em mim, por que me tortura tanto, Ace?!
Não nos vimos depois da aula. Ace teve de sair mais cedo quando o diretor da escola foi na sala em pessoa dizer que seu pai veio o buscar, Ace respirou fundo, e então o acompanhou, me deixando apenas o seu sorriso de "vai ficar tudo bem".
Tive que ir para casa a pé, e tem sido assim desde que meus pais me proibiram de usar o carro, só porque recebi uma multa. Tentei ligar para Ace durante o resto da tarde, provavelmente seu celular estava desligado, deixei algumas mensagens perguntando se posso vê-lo hoje.
-Filho, onde você está?-Pergunta minha mãe no corredor, como se não soubesse que só vivo no meu quarto, não respondo.-A Lexi esteve aqui hoje.
Soco o meu travesseiro de raiva. O que aquela garota quer?! Eu não vou estragar tudo com Ace de novo.
Minha mãe entra no meu quarto mesmo sem a minha permissão, ela está séria, como se acabasse de receber o meu boletim.
-Ela... Disse que acha que está grávida.
Eu tento controlar a minha raiva, é quase impossível. Eu sei que ela não está grávida de mim, assim como sei o tanto de abortos que ela já fez antes, por que não agora? Só para me irritar? Se sim, ela conseguiu.-Filho, nós podemos conversar...
-Acha que sou burro o suficiente para não saber colocar uma camisinha?
-Eu não quis dizer...
-Como pode acreditar nela?!-Interrompo.-Ela transa com um cara diferente a cada dia!
Minha mãe então, tapa a própria boca com a mão, envergonhada, devido ao que acabo de dizer, chego a esquecer as vezes que meus pais são religiosos chatíssimos.
-Me desculpe, mãe, essa é a verdade...-Sento na cama.-Não dê mais atenção a Lexi, todos sabem como ela é.
Ela ligeiramente parece estranhar o fato de eu ter pedido desculpas, normalmente eu teria a expulsado do meu quarto. E ainda bem que ela não me veio com aquela conversa de que sexo é só depois do casamento.
-Desca para o jantar...-Diz, com um sorriso de uma mãe que acaba de recuperar o seu filho, eu sorrio de volta, o que também não é muito comum.-Você está bem mesmo, não é?
-Claro.
-Eu posso saber o motivo?
-Eu... Conheci alguém.
Minha mãe não faz mais perguntas. Ela sorri, feliz, e então desce. Eu sorrio também, mas é porque imaginei a situação de como seria se ela conhecesse Ace.

Ace

Tive o desprazer de ser forçado a sair durante a aula. Meu pai, ele não podia simplesmente esperar.
Disse que precisavamos resolver as coisas sobre a minha mudança, pelo visto ele já conta com a minha guarda, eu não discuti, não adiantaria, por ser milionário ele acha que é maior do que todo mundo.
Decide ir me buscar no corredor da escola, onde guardo os meus livros no meu armário depois de acompanhar o diretor até lá. Alguns dos caras do time que matavam aula lhe perguntam sobre os próximos modelos de carros que sua empresa lançará, meu pai ri, e diz que será surpresa.
Ele me leva até o hotel de luxo onde está hospedado durante esses dias em que está aqui resolvendo algumas coisas, são tantos talheres diferentes no restaurante da cobertura do hotel que nem sei como deveria começar a comer, caso eu comesse.
-Acedric, meu filho, vai acabar contraindo uma doença, sem comer, desse jeito.-Diz, enquanto tenta tomar o seu suco de laranja sem açúcar, olhar seus emails no notebook e me dar sermão ao mesmo tempo. Ele continua como vi da última vez no mês passado, grisalho e vestindo roupas sociais.-Está branco como papel! Sua mãe não vê isso?
-Ela nem liga.-Digo, tentando beber pelo menos o café que pedi.
-Ah, eu tinha esquecido.-Ele ri, como se fosse uma piada.-A bebida a faz esquecer.
Ainda bem que não herdei a idiotice do meu pai.
-Pode me explicar porque não quer ir comigo?-Pergunta, depois do silêncio, eu prefiro observar a água que refletia o por do sol naquela piscina enorme do outro lado do vidro. Sua nova esposa loira de vinte e poucos anos está observando o sol, ela é bem legal comigo, mas usa tanta estampa de onça que parece ter saído da amazônia.-Sabe que não vai ter nenhuma oportunidade ficando aqui.
-Eu... Não quero ir agora.
-Quando então?!-Meu pai então fecha o seu notebook.-Eu estou disposto a pagar uma faculdade caríssima para você, que pelo menos tem um pouco de inteligência, e você prefere ficar aí? Com a sua mãe te matando de fome?
Se ele se acha tão atencioso, por que nunca procurou saber o significado de bulimia?!
-Ela não está...-Respondo, tentando manter a calma.-Eu preciso ir para casa, tenho exame na semana que vem.
-Pense no que eu te disse, Acedric.-Diz, levantando-se.-E logo marcamos uma audiência pela sua guarda.

O motorista do meu pai me deixa em casa as sete. Ele exigiu que eu passasse mais tempo com a minha madrasta no hotel, que a propósito vive fazendo cirurgias, e não é nem um pouco esperta. Ela até me fez rir quando disse que fechando o seu decote poderia estourar o seu silicone.
Quando ligo o meu celular, vejo aquelas ligações perdidas de Lewis, ele me enviou mensagens perguntando se podia vir hoje, respondo imediatamente.
Minha sala está tão silenciosa sem Matt no meu sofá reclamando de tudo o que faço. Eu não quero me ver preso a ele, mas faz falta as vezes.
Enquanto subo as escadas, ouço um barulho no corredor, deve vir do meu quarto, e o mesmo continua. Caminho cuidadosamente até lá.
A porta do meu quarto está aberta, e lembro de ter fechado. Não há nenhuma corrente de vento nesse corredor que possa abrir uma porta fechada. Eu entro, acendendo a luz, e quase morrendo de medo.
Sinto como se alguém me agarrase por trás, eu conheço esse toque. Lewis. Só podia ser.
Ele ri ao ver minha cara de espanto, e ao sentir que meu coração mais parece querer saltar pra fora.
-Deixar a janela da cozinha aberta dá nisso.-Diz, tentando conter o seu riso desesperado. Eu acho graça disso, mas não lhe dou a ousadia de sorrir. Finjo estar irritado.
-Você ficou bisbilhotando esse tempo todo?-Pergunto, vendo que minha cama está bagunçada.-Não acredito...
-Tem segredos para esconder?-Pergunta, sugestivo.
-Claro que não...-Respondo, já saindo do quarto, Lewis me acompanha.-Só... É desconfortável.
-Faz pouco tempo que cheguei.
Estou claramente aliviado. Não sei o que Lewis acharia de mim se visse as cuecas de Matt na maquina de lavar.
-Por que seu pai te chama de Acedric? Eu não sabia que você tem um nome completo.
Reviro os olhos odiando o seu comentário.
-Nós vamos ver um filme?-Pergunta, de repente, sentando-se no "sofá de Matt" ver Lewis alí me proporciona uma sensação esquisita.
Pego o notebook no chão, e sento-me numa poltrona perto da TV. Lewis imediatamente parece frustrado. Eu sorrio pra ele, pois sei muito bem o que ele queria assistir agora, ainda bem que estou de jeans.
-O que há de errado com o chão?-Volta a perguntar, dessa vez ele realmente quer saber. O encaro até ele perder a graça, Lewis então para de sorrir e olha pra baixo.
-Me conta alguma coisa.-Digo.-Sobre o seu dia.
-Foi ruim.
-O que fez dele ruim?
Ele me olha intolerante, eu continuo sugerindo que ele responda.
-Lexi...-Responde, tenso, como se tivesse medo da minha reação.-Disse aos meus pais que estava grávida. De mim.
-Não acredito nela.-Digo, enquanto ainda procuro algo para assistir.-Mais alguma coisa?
-Por que não?
-Ela tava transando com um cara na festa da Amber.
Lewis então relaxa no sofa. Ele permanece fitando a parede, como se estivesse pensando. E então sorri.
Levanto e caminho até o sofá enquanto a TV transmite um filme de terror que escolhi sem pensar. Sento-me ao lado de Lewis que ainda pensa, quieto.
-Ace?-Diz, de repente.-Você prefere o Matt, não é?
Viro-me para Lewis. Ele então me olha. Por que ele acha isso? Será que não percebeu que eu e Matt nem nos falamos mais?
-Meu Deus...-Respondo.-Quem te disse isso?
-Eu... já vacilei muito com você.
-Você pode mudar isso.-Digo, ele meio que sorri incerto.-Mas na próxima, não tem perdão.
Lewis então me abraça, me puxando para perto. Ele me beija, possivelmente na intenção de terminar o que começamos mais cedo.
É claro que ainda há um pouco de Matt no meu coração, e "o que ele deve estar fazendo agora?" na minha mente.
Continuamos por mais algum tempo, Lewis então segura a minha mão, a descendo pela sua barriga, até alcançar o seu jeans, e uma ereção incrivelmente dura ali. Eu então, subitamente, no primeiro momento, tento afastar a minha mão. Lewis não permite. No momento em que o nosso beijo chega a cessar, ele sussurra ao meu ouvido "Eu prometo que não vai doer". Não posso negar que tenho medo, mas acabo permitindo que Lewis use a minha mão, pelo menos. Ele continua me beijando enquanto rapidamente abre o seu cinto e o ziper do seu jeans. Eu não consigo ver por estar de olhos fechados, mas Lewis guia a minha mão até que entre alí. Imediatamente posso sentir o seu pênis. É enorme, e pulsa enquanto o seguro.
Começo a movimentar a minha mão de cima para baixo, e de baixo para cima, assim lhe proporcionando uma masturbação. Lewis parece cada vez mais insaciável, e eu contínuo, aumentando os meus movimentos, enquanto o seu pênis pulsa a cada vez mais forte, e sua respiração parece mais ofegante.
Mudo de posição, estando ajoelhado ao chão de frente para Lewis, agora uso as minhas duas mãos, os seus desejos parecem cada vez mais fortes, ele parece amar essa sensação.
Geme, sua mão segura firmemente o braço do sofá, e então parece um pouco trêmulo, o seu pênis pulsa um pouco mais forte, logo jorrando esperma, tão rápido e tão longe, que chega a alcançar o seu lábio inferior.
Levanto-me, Lewis sorri pra mim, sua camisa está quase completamente suja, volto a sentar ao seu lado.
-Eu te amo.-Diz, então me beijando novamente.

O Novo AmigoWhere stories live. Discover now