Capítulo 33 - Final

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Matt

Não faço idéia do que estou sentindo ao certo, só sei que não é nada parecido com qualquer coisa que eu já tenha sentido por alguém.

De repente o meu medo tornou-se mais forte do que tudo o que eu sinto por ele e também me sinto um filho da puta covarde por isso, a situação fugiu do meu controle por completo e não posso fazer nada em relação.

Quando levantei pela manhã, assim que o céu começou a clarear, pensei mil vezes antes da decisão. A decisão mais difícil da minha vida, ficar ou ir, ser feliz ou viver em paz.

Relutei por quase meia hora antes de deixá-lo sozinho na cama, senti vontade de levar um soco na cara por ser tão babaca.

Droga! Depois de ontem, eu deveria deixar de ser tão egoísta pelo menos uma vez, ele se entregou por completo para mim, foi definitivamente a melhor foda da minha vida, e eu vou descartá-lo como um nada.

Não! Eu não me imagino sendo gay! Eu não sou gay, apenas tive um momento de curiosidade, vou parar de pensar nele em breve, não é como se eu tivesse apaixonado, nunca estive, por que seria diferente dessa vez? Só porque é a minha primeira vez com um cara? Afinal, a porra do amor nem existe.

Antes de deixar o quarto e observá-lo por alguns minutos, decido partir, e espero que seja para sempre. Eu só preciso procurar alguma coisa para ocupar a mente, uma garota mais gostosa, ou sei lá.

Ainda na porta, olho para trás. Minhas pernas pesam e se recusam a irem embora de vez. Definitivamente não posso partir sem antes observar o anjo que estou abandonando por razão das circunstâncias. Eu quero muito voltar e deitar, mas não posso.

Saio do seu quarto, saio da sua casa e saio da sua vida, tenho impressão de que uma parte de mim fica em cada um desses lugares, e surtar e socar tudo dentro do carro para que ninguém veja não vai adiantar em nada.

Ace

Me recuso a abrir os meus olhos imediatamente por conta de uma pequena esperança que milagrosamente ainda tenho.

Começo a tatear a cama ainda de olhos fechados e não o sinto, também não fico surpreso, eu já poderia Imaginar que não seria diferente dessa vez.

Não posso dizer que estou bem ou que não estou decepcionado pois estou. Percebo que é besteira procurar mensagem de texto no celular ou bilhete pela casa. Respiro fundo e decido tentar esquecer tudo, sei que não é fácil para ele.

Tenho que ir na escola para recuperar tudo o que perdi quando faltei, posso procurar saber de Lewis mais tarde, acho que ele não vai ficar pior do que estou, caso eu não vá vê-lo, o motorista do meu pai já começou a buzinar na frente da minha casa, não tive muito tempo para pensar e acabar chorando, graças a Deus.

-Você não está bem.-Diz Amber, parece até que ela estava só esperando o momento em que eu apareceria.-E não diga que está, pois eu te conheço muito bem.

Tento escapar, não quero ter que falar sobre o que estou sentindo, ou o motivo de eu não estar bem. Eu não quero conversar com ninguém que não tenha um solução para todos os meus problemas. Amber me acompanha, ao meu lado, me encarando, ainda bem que as pessoas saem do seu caminho.

-Não conhece...-Respondo.-Você não sabe de nada.

-Sim. Eu sei.-Adianta os passo até chegar a minha frente e me impedir de continuar andando. Reviro os meus olhos.-Pedi para o Zack te buscar ontem. Você não estava respondendo as minhas mensagens, eu fiquei preocupada.

-Só isso?-Pergunto, sem paciência, desejando que me ela me deixe em paz. Não é porque a conheço desde a sétima série que preciso da sua preocupação.

O Novo AmigoWhere stories live. Discover now