Capítulo um - Uma Família Quase Perfeita

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Cambridge, Junho de 2014.


Verão.

Dias quentes, ensolarados, e energizantes. Não era atoa que havia se tornado a estação preferida de Scarlett desde sua ida as praias brasileiras. Ela jamais se esquecera da viagem, o sol escaldante, o vento fresco, o mar esverdeado, a alegria contagiante dos habitantes do país e principalmente: sua pele pálida havia adquirido um tom minimamente mais dourado e rosado, o que a fez dar pulos de alegria, mas para sua tristeza, sua pele bronzeada não durou muito tempo após sua volta à Inglaterra. Já haviam se passado dois anos desde as melhores férias de sua vida e ela ansiava voltar a ver o paraíso escaldante novamente.Quem sabe no próximo ano.

Mesmo com o clima um pouco diferente na Inglaterra, a adolescente não deixava de apreciar a estação. O Sol infiltrava-se timidamente através das longas cortinas brancas para dentro de seu quarto.Ainda estava cedo, mas a jovem levantou-se animada e arreganhou as cortinas deixando que os raios solares dominassem o cômodo. As paredes lilás cobertas por pôsteres de artistas famosos e personagens de história em quadrinhos tornaram-se ainda mais vivas.

A Garota de apenas 1, 55m de altura abriu os braços e fechou seus olhos deixando os raios solares tomarem conta de seu pequeno corpo.Como sempre fazia todas as manhãs, a garota seguiu até sua penteadeira e acolheu o pequeno baú de madeira em seus braços que continha as letras "H.F" entalhadas em ouro branco em sua superfície,uma sigla talvez, ela não sabia dizer, fitou seus olhos verdes através do espelho: eles pareciam ainda mais vivos e brilhantes assim como o aro dourado que circulava sua pupila, uma agradável peculiaridade, as maças de seu rosto estavam levemente avermelhadas, sua aparência a fez sorrir para si mesma.O Verão definitivamente a fazia parecer mais bonita, já que a garota se considerava muito simplória em relação as meninas da sua idade.

Abriu o baú e alcançou o objeto que pertencente ao pai que nunca conhecera.Enrolada em um tecido vermelho aveludado estava ela, a grande adaga prateada, perfeitamente impecável e intacta.Na base de seu cabo continha um par de asas abertas( que a garota julgou semelhantes a de uma águia) unidas por um símbolo estranho, uma espécie de linguagem antiga que ela não sabia decifrar, todo seu cabo era revestido por ouro maciço, enquanto sua lâmina era totalmente forjada em prata,nesta por sua vez, extremamente reluzente e pontiaguda estava gravada uma frase que Scarlett não pôde entender, sequer sabia e eram palavras ou símbolos, mas nada disso importava, a sensação aconchegante que aquilo lhe causava a fazia se sentir conectada a memória de seu pai, mesmo que permanecesse ali, apenas olhando-a por longos minutos. Sua mãe, Elisabeth, lhe disse certa vez que seu nome era Mikhael Brachmann, um soldado alemão muito importante que havia falecido acidentalmente em uma de suas missões, tal fato aqueceu o coração da jovem e a fez ter orgulho de ter o mesmo sangue que ele.Seu pai era um herói.

Sendo criada por Phillip Knipper, e Elisabeth junto a seu irmão mais novo Joe, a jovem se sentiu amada o suficiente para suprir a falta de Mikhael, afinal amava Phill( apelido que lhe deu carinhosamente) como um pai, e ele a tratava como sua filha legítima. Apesar de briguinhas e discordâncias bobas, claramente se tratavam de uma família feliz.

Um barulho no andar de baixo afastou Scarlett de seus devaneios e a pôs em alerta.No primeiro momento ela se assustou, logo em seguida tratou de empunhar a adaga instintivamente, incomodou-se com seu peso, porém não por muito tempo, ela agia como se segurar o objeto cortante fosse familiar ao mesmo tempo que apavorante.Tomou coragem e saiu do quarto, todas as porta no corredor mantinham-se fechadas, o que indicava que ninguém havia acordado ainda, tornando a situação ainda mais estranha.

Criaturas Celestiais - A Ascensão [CONCLUÍDO]Onde as histórias ganham vida. Descobre agora