Capítulo quinze- Joe.

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Depois de longos trinta minutos trocando inúmeras palavras ofensivas e quase partindo para as vias de fato, o rechonchudo motorista havia aceitado uma boa quantia em dinheiro para deixar que Scarlett levasse seu carro de volta. Ele se apressou em reforçar para a assassina repetidas vezes "Eu não sou corrupto. Eu tenho filhos para criar." O tipico papo de um verdadeiro desonesto. A jovem sabia que não era a primeira vez que o funcionário público aceitava dinheiro em troca de favores, isso estava estampado em seu rosto gorduroso.

São todos iguais. Todos corruptos. Diretos e Indiretos.

Ela concluiu ao deixar o sujeito falando sozinho recostado em seu guincho. Entrou no carro e alcançou seu óculos escuros colocando-o sob seus olhos e ligou o rádio em uma estação qualquer, apenas para ouvir uma música da Taylor Swift reverberar pelo o veículo. Ela riu meneando sua cabeça e se esticou para mudar de estação mas a letra da música lhe chamou a atenção, e subitamente começou a cantá-la enquanto dava partida no automóvel.

-But, I got smater, I got Harder, in the nick of time; Honey i rose up from the dead; I do it all the time; I got a list of names, and yours is red, underline; I check it once, Then i check it twice...- cantarolava um pouco desafinada e fora do ritmo. A letra da música lhe remetia um pouco a si mesma, e ao seu recente desejo em estraçalhar o maldito anjo de olhos azuis.

Nicholas. Aaron. Ainda era confuso para a jovem assimilar a mudança. Mas por que motivo ela se importava com isso? Irritada consigo mesma por manter o anjo em seus pensamentos, ela desligou o rádio abruptamente e pisou seu pé no acelerador fazendo o motor do carro roncar. A velocidade era reconfortante para jovem, e não dava espaço para pensar em um certo abdômen bem delineado e desconcertante...

-CONCENTRE-SE!- ela berrou, esmurrando o volante do carro furiosa consigo mesma.

Respirou fundo antes de retornar a lembrança de um dos ensinamentos de Donatella.

-Qual o único sentimento permitido, Scarlett?- a voz  inerte de emoções de Donatella pressionou a jovem.

Scarlett segurava o arco de metal, que tinha sua respectiva flecha apontada para um alvo com a foto de Phill. Segundo Donatella, isso ajudaria a garota a controlar seus sentimentos e superar o terrível acontecimento. 

"Não deixe seu passado afetá-la. É isso que ele quer, apenas destruí-la lenta e dolorosamente." Era o que a francesa sempre dizia, e Scarlett tentava absorver a profundidade daquelas palavras, mas seu corpo era claramente contra, pois suas mãos que apertavam a corda do arco tremiam de forma vergonhosa para a garota.

-Qual o único sentimento permitido, Scarlett?- ela repetiu, desafiando-a.

-Indiferença.- finalmente foi capaz de responder, apática, ao passo em que soltou a corda e a flecha cortou o ar instalando-se no centro da face fotográfica de Phill.

Donatella caminhou até ela em passos confiantes e astutos, seu longo vestido de seda vermelho arrastando-se pela relva. Ela mantinha uma expressão indiferente em sua face aveludada. Scarlett invejava a elegância e a beleza da socialite. Alta, corpo esguio, cabelos castanhos em um corte joãozinho moderno, a pele sedosa .Era fato que a aparência da mulher era uma ótima máscara para seus atos nada benevolentes. Scarlett já havia escutado muitas de suas histórias de crueldade. "A Beleza mata", ela dizia.

-Você hesitou.- ela repreendeu.- Isso não pode acontecer.Jamais. -frisou- Não aprendeu nada do que eu lhe ensinei? Apenas, unicamente você, manda em sua mente. Não deixe que outros tipos de pensamentos lhe invadam. Você é uma garota, mas não é frágil. Você parece inofensiva, mas não é benevolente.-relembrou-a.- E mais uma coisa, não pense em garotos. Não abra seu coração. Isto será sua ruína.- ela alertou, antes de afagar o ombro de Scarlett e lançar-lhe um mínimo sorriso.- Estamos entendidas, mon chéri?-

Criaturas Celestiais - A Ascensão [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora