Capítulo dezenove - O Prisioneiro Celestial.

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— Como ela está? — o arcanjo questionou, apertando as barras de ferro celestiais que o prendiam, mesmo que queimasse suas mãos no processo. Ele parecia desesperado e aflito, ajoelhado no chão límpido da cela. Toda sua grandeza e imponência, se esvaindo, como castigo, pelas quase duas décadas na prisão celestial.

Olívia nunca imaginou que um anjo de patente tão alta pudesse ficar exausto dessa forma. Seus olhos verdes estavam sem vida, seu cabelo escuro todo emaranhado, e por incrível que pareça, linhas de expressão se formavam em seu rosto atemporal. Provavelmente, sua punição implicava assemelhar-se a um humano.

A prisão celestial era ainda mais hostil e solitária do que Olívia imaginava. Suas paredes extremamente brancas eram enlouquecedoras e quase cegantes, o ar fresco era inexistente e pesado, o que tornava a enorme saleta sem paredes, sufocante. A Enorme jaula dourada de barreiras mágicas, mantinha o poderoso arcanjo sob os escassos cuidados de ninguém. Ele estava abandonado a mercê da vontade divina.Definitivamente, ninguém, era tão insano e suicida a ponto de invadir o lugar de solidão eterna, nos confins do paraíso, apenas para visitar um prisioneiro. Não apenas qualquer prisioneiro, o mais importante deles.

Mikhael. Ou como era mais conhecido popularmente, O Arcanjo Miguel.

Olívia e Enzo, testavam sua sorte, tentando obter respostas com o arcanjo. Eles sabiam que, se fossem pegos, seriam condenados pelo segundo crime mais hediondo, de acordo com as regras celestiais mais recentes; Traição. E provavelmente, jogados em outras celas, semelhante aquela à frente dos angelicais.

—Ela é forte e resistente. Não se preocupe com sua saúde por enquanto. Nicholas está com ela.—o anjo da morte tentou assegurar, mas nem ela mesmo sabia se a garota estava segura naquele mar de sobrenaturais hostis que queriam matá-la, ou mesmo recrutá-la. No entanto, Miguel não precisava saber disso.

Ao ouvir a pronuncia do outro arcanjo, Miguel cerrou os dentes e rosnou, fazendo questão de apertar suas mãos nas barras mágicas, o que resultava em ainda mais queimaduras, sua pele esfolava e sangrava cada vez mais. Um dos castigos lançados sobre ele; sangrar como um humano, sentir dor. Apenas para que relembrasse repetidamente o crime que havia cometido. Se ao menos Dara ainda estivesse ali...

—Não quero este garoto perto da minha menina!—ele rosnou, suas palavras em um tom de desprezo quase palpável.

— Ele pode protegê-la.—Enzo interviu suavemente, tentando apaziguar a tensão que começava a tornar o ar ainda mais claustrofóbico.—A Situação está prestes a se tornar...caótica. Você sabe muito bem disso.—acrescentou, lançando o mínimo dos sorrisos na direção do arcanjo.

Miguel finalmente soltou as barras e deixou suas mãos caírem em seu colo, no que havia sobrado de sua armadura celestial. Expirou pesadamente e massageou suas têmporas, tentando acalmar a si mesmo.

—Eu sei. É só que...E se ele voltar? Todos nós sabemos que eles ainda possuem uma ligação muito forte, e isso me preocupa. E também tem a maldita maldição...— ele começou a estalar seus dedos, nervoso.— Eu quero protegê-la. Mas não posso sair daqui. Eu conheço minha própria capacidade de destruir essas barreiras, mas se o fizer....Eles....Argh! Malditos!—esmurrou a grade mágica, visivelmente alterado.

Olívia e Enzo trocaram olhares apreensivos antes do anjo da morte se agachar, mantendo-se na mesma altura do arcanjo.

—Nós iremos protegê-la para você.- assegurou, abrindo o mínimo dos sorrisos.— Eu só preciso que você me diga...-ela suspirou por um momento, um pouco incomodada.—Onde está Dara?— o nome do anjo da morte que há muito havia fugido, ainda tinha um gosto amargo na boca da loura, mas ela precisava perguntar.

Criaturas Celestiais - A Ascensão [CONCLUÍDO]Where stories live. Discover now