Capítulo 1

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Se eu fosse dedicar uma música para a minha história e a do Tiago, vulgo monstro, essa música seria "Indispensável" da banda Malta.

Aqui, meus caros leitores, deixarei uma pequena parte da música. Parte essa que me define dos pés à cabeça:

E eu de olhos fechados te segui.
Se eu busquei a dor eu consegui.
Não era a pessoa que pensei, que pedi para mim.

Minha vida nem sempre foi esse desastre. No começo; ah O começo. Como eu amo os começos, é tudo tão bom, tão perfeito. Como sempre dizia minha mãe "No começo é tudo flores."

Bom, no começo ele era tudo, absolutamente tudo que eu buscava em alguém... Enfim, era Tudo flores, até que eles chegaram. Quem são eles? Ora, os espinhos é claro.

Mas os espinhos são bons. Não são? Afinal as mais belas rosas têm espinhos, e nós aprendemos a suportar eles, cortamos, arrancamos e pronto, os espinhos deixam de ser um problema. Mas e nas pessoas? Os espinhos não ficam a mostra. Como fazer para tirá-los? Não dá.

Ah como eu queria poder arrancar fora os espinhos de Tiago. Seria tudo tão perfeito. Tão melhor.

Logo que as coisas começaram a mudar eu tive esperanças de que ele voltasse ao normal, mas como a vida nem sempre é justa, as coisas só pioraram.


-

2 ANOS ANTES.

- Eu sei. Eu sei, 15 minutos de atraso. Foi mal. - falei enquanto passava apressado por Felipe, meu chefe.

Felipe é do tipo, oito ou oitenta. Ou você ama muito ele, ou você o odeia. E eu? Bom, eu odiava esse baixinho gordinho. As vezes eu tinha vontade de socar ele até afundá-lo no chão.

- De novo, Bruno? É a terceira vez que chega atrasado esse mês, não sei se você sabe mas temos horários a cumprir aqui.

Abri o armário e coloquei minhas coisas lá; mochila, celular, carteira... Essas coisas. Respirei fundo e disse olhando para ele.

- Não vai mais se repetir. Você sabe, a faculdade toma muito do meu tempo...

- Não. Essa desculpa de faculdade não cola mais comigo. Ou chega na hora da próxima vez ou vai pra rua. - ele saiu da salinha onde usávamos para se trocar e voltou para seu escritório. Com certeza ele ia fazer o que sabe fazer de melhor: Se masturbar assistindo porno. Cretino.

Esse trabalho é uma merda, eu sei. Ficar 5 horas em pé, servindo gente bêbada e chata é desgastante. Para piorar tudo, ainda tinha a faculdade. Gastronomia não é assim tão fácil quanto pensam.

Coloquei um boné com o logo do bar onde trabalho. BRUTOS. Eu nunca entendi o porque de o bar se chamar assim. Eu nunca, em todos os meus cinco meses de trabalho vi alguém com cara de "Bruto" entrar aqui. Como o lugar era caro só vinha playboyzinhos e gente engravatada.

Revirei os olhos e fui em direção ao balcão. O bar era grande. Tinha até uma cozinha enorme. Meu sonho era trabalhar nela algum dia, mas Felipe nunca me deu uma chance.

O bar é todo preto. Alguns funcionários mais antigos dizem que o dono quis que parece com algo relacionado ao rock. Isso, realmente, daria certo, Se não fosse esse monte de gente rica e mesquinha que frequenta o local.

- até que enfim, Bruno. Já estava cansada de ficar aqui nesse balcão. - disse Clarissa, a moça que trabalha no turno da tarde. Ela sempre fica até depois do seu horário me esperando chegar. - Se você não fosse gay, iria ter que me comer para compensar esses atrasos.

Apesar da loucura, Clarissa é uma boa pessoa, mas só quando não está bêbada e chorando por causa de uma desilusão amorosa. Acredite, você não vai querer vê-la assim.

Passei as mãos em seus cabelos loiros e falei.

- Ok, sexta a noite: Eu, você é vários gatinhos em uma boate que acabou de abrir. O que me diz?

-Eu digo, meu querido, que seu eu não encontrar ninguém pra me comer lá. Você é que terá que fazer o serviço aqui. - apontou para calça, na região da vagina.

Tive que rir.

-Vai logo embora, safada.

Ela passou por mim e deu um tapa em minha bunda. Arrumei o boné na cabeça e me preparei para cinco horas de Barman pela frente.


Perto das meia noite, faltando pouco para meu turno acabar e eu poder ir embora, um cara todo esquisito chegou no balcão.

O cara tinha escrito na testa "Oi, eu vim te roubar." As tatuagens, o corpo musculoso e as roupas no estilo, coloquei a primeira coisa que vi na frente. Só confirmavam isso.

Eu sei... Não julgue algum sem conhecer. Mas fala sério esse cara era... Era... Puta que pariu, muito gato. (não vou ficar descrevendo ele, tem a foto na capa do livro ^-^)

- Boa noite, senhor. Vai querer alguma coisa? - perguntei olhando para os lados, não tinha mais ninguém no bar, e eu fecharia tudo logo.

- Eu quero... - ele disse e me olhou de cima a baixo através do balcão. Babaca. - Uma dose da vodka mais cara que estiver. Pura.

Não sei se ele teria grana para pagar. A nossa vodka mais cara custava 50 reais a dose. Parece que ele leu meus pensamentos.

- Pega logo. Eu vou pagar essa merda - Revirei os olhos.

Me virei para a prateleira atrás de mim e peguei a vodka.

- A gente fecha em... - olhei no relógio - quinze minutos.

Ele olhou para mim e pareceu não se importar com o meu aviso.

- Só vai fechar quando eu quiser ir embora.

-

Oi, gente. O primeiro capítulo tá meio cru, mas no próximo vai melhorar. Prometo. :)

Votem e comentem.

Beijos e abraços!

O Monstro (Romance Gay) Where stories live. Discover now