Capítulo 18

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"A Bíblia diz: 'Amai ao próximo.' Isso poderia significar algo como: 'Deixe-o em paz.' "
- Charles Bukowski

Acordei no Domingo faltando pouco para meio dia. Meus olhos estavam pesados, pedindo por mais alguns minutos de sono. Passei a mão na cara e levantei da cama.

Meu celular, que estava sobre o criado mudo, piscava anunciando uma nova mensagem. Não dei muita importância e fui para o banheiro lavar o rosto.

A Casa estava silênciosa, só dava para ouvir minha respiração e o som do ar condicionado.

Quando cheguei no banheiro a primeira coisa que fiz foi urinar. O que se torna quase impossível com o amiguinho acordado. Depois disso eu segui para o espelho.

Tomei um susto com o que vi no reflexo. Aquele, definitivamente, não era eu.

O cabelo estava toso amassado do lado em que eu dormira, e o cumprimento dele também já não me agradava mais. Iria cortar, ainda hoje. A barba estava para fazer a alguns dias. Os olhos fundos e sem vidas.

Peguei um pouco de água com a mão e joguei no espelho, para borrar a imagem.

-

Quando finalmente sai do banheiro me joguei na cama, sem roupa mesmo.

Fiquei olhando para o teto por alguns minutos, pensando no que minha vida tinha se tornado.

Minha mãe sempre me dava conselhos ótimos, que me levantavam depois de qualquer tombo. Queria ela aqui comigo agora.

"A vida é Roda-Gigante com defeito, Bruno. " ela diria. " Não importa o quão baixo estejamos, uma hora ela vai dar pani e parar bem lá no alto. No melhor da vida."

Chutei um travesseiro que estava perto do meu pé e sentei escorado na cabeceira da cama. Passei a mão no meu rosto e os pelinhos que começavam nascer pinicaram um pouco. Iria deixa-los crescer. Ia ser a marca da minha mudança. O simbolo de um novo Bruno.

Levantei e coloquei uma roupa confortável para ficar em casa mesmo.

P lugar ainda estava sobre um silêncio incomodo , não sabia onde Tiago estava até agora. E, sinceramente, não me importava.

Minha barriga roncou e eu fui em direção a cozinha. Antes de chegar no cômodo desejado eu teria que passar na sala, e um detalhe me fez para por momento lá.

Tinha uma foto perto de onde ficava a televisão. Eu tinha colocado lá  alguns anos atrás. Nela mostrava Tiago e eu, estávamos em um parque de diversão aqui da cidade. A foto foi tirada enquanto esperavamos na fila da Roda-Gigante, na hora lembrei da suposta frase que minha mãe diria. Fui para perto e peguei a fotografia  na mão, analisei por um tempo. Parecíamos tão felizes na foto, tão cúmplices.

Em um momento de fúria taquei o porta retratos na parede mais próxima, o que resultou em um monte de caco de vidro pelo chão.

Ta na horada minha vida dar Pani e para bem lá no topo. E, seu eu queresse mesmo isso, alguém teria que ficar no chão, me olhado lá encima. E eu já sabia quem era esse alguém.

-

Entrei na cozinha e a cena que se seguiu me fez ficar em choque.

O Monstro (Romance Gay) Where stories live. Discover now