Capítulo 15

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"Talvez você nunca perceba que eu te amo. Talvez eu nunca perceba que me ame também."
-Mr John




Eu estava saindo da faculdade, felizmente consegui continuar de onde parei. Mais dois anos e estaria formado, e se Tiago não for um pé no saco eu certamente estarei trabalhando em um ótimo restaurante num futuro próximo.

Tinha um pouco de massa na blusa, e como ela era preta estava bem evidente. Parei um pouco de andar e tentei, em vão, tirar aquilo da minha roupa. Sem sucesso.

Voltei a andar sem prestar muita atenção à minha frente. Se eu fosse personagem de um livro, essa seria, certamente, a hora em que eu ia esbarrar em alguém, ter uma pequena discussão e depois virariamos melhores amigos. Mas como minha vida não é nada parecida com os contos que lemos por ai, eu simplesmente sai do pátio da faculdade e segui ao ponto de ônibus.

Antes de chegar recebi uma mensagem.

Pizzaria: Ta afim de almoçar?


Um sorriso se formou em meu rosto. Era uma mensagem de Rodrigo, puxei a tela para cima e digitei a senha. Quando eu ia responder a mensagem um carro veio parando do meu lado. Era um carro todo preto, um modelo bem caro e que eu conhecia muito bem.

Respondi a mensagem em tempo record.

Bruno: Sinto muito. Monstro na área.

Espero que Rodrigo tenha pêgo a referência. Guardei o celular no bolso da bermuda e parei de andar.

O carro também parou, Tiago desceu os vidros do passageiro e se inclinou sobre o banco para abrir a porta pra mim. Abrir a porta pra mim não era algo que ele costumava fazer, mas decidi não criar um pequeno questionário interno.

Conhecendo ele como conheço. Sei que seria uma questão de tempo para ganhar uma má resposta ou para ele fechar esse lindo sorriso que se formava em seu rosto.

Entrei no carro e joguei minha mochila no banco de trás.

– Oi. – Falou já acelerando. Não fiz questão de responder, e depois de alguns segundos de silêncio ele continou. – Como foi seu segundo primeiro dia?

Olhei sem entender.

– Segundo primeiro dia?

Ele parou no farol e olhou pra mim.

– É. Quer dizer... A algum tempo atrás foi seu primeiro dia, né!? – ele olhou para pista. – E agora você voltou. É como um segundo primeiro dia.

Acho que entendi.

– Ah. – Eu disse. – Como qualquer outro primeiro dia: Assustador.

O que era, de fato, uma mentira. Já que consegui cumprir todas as tarefas e ainda ganhei como melhor prato apresentado em uma das aulas práticas.

Depois de um tempo andando, percebi que não estávamos indo em direção ao morro. Era um caminho diferente, que ia para o centro.

– Para onde estamos indo?

Ele não respondeu de imediato, apenas seguiu dirigindo.

O Monstro (Romance Gay) Where stories live. Discover now