Capítulo 12

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"Emocionante não é? Quebrar as regras!"
- Hermione Granger

Sexta-Feira. Tiago tinha acabado de sair, dizendo que ia resolver uma "parada". Nem prestei muita atenção, meu foco no momento era outro: Almoçar com Rodrigo.

Eu poderia estar sendo trouxa, afinal, há alguns anos atrás Rodrigo foi o pior dos canalhas, me largando em um lugar bem distante de casa para voltar a pé. Mas, como dizia minha Avó  "O quê é um peido para quem já está todo cagado? "

Pior do quê Tiago ele não deve ser.

Assim que ele saiu pela porta, com a promessa de quê voltaria para o jantar, eu subi para o quarto.

Agora, cá estou eu; olhando para o guarda roupa, na esperança de achar algo legal para a ocasião. Tinha roupa até na etiqueta, eu não saia mas adorava comprar, o problema era que Rodrigo nem se quer me falou onde íamos almoçar. Então eu não tinha ideia de que rouba colocar.

Cansado  de olhar peça por peça, apanhei um calção que não marcava em nada minha bunda,  afinal minha vida não é uma ficção adolescente onde qualquer peça de roupa marca a bunda dos rapazes, peguei uma camisa de manga branca e um tênis velho que eu adorava. Tentei dar um jeito no cabelo, tentativa falha. Achei um boné e pus na cabeça. Taquei um perfume no corpo e pronto.

Rodrigo não poderia vir me buscar, o que veio muito a calhar, mesmo se ele pudesse eu inventaria qualquer coisa para ele não subir aqui.

Peguei um cartão que estava colado na geladeira e liguei para um taxista já conhecido vir me buscar.

Em poucos minutos Beto estava buzinando na frente de casa. Sai todo atrapalhado, com medo de alguém ouvir e isso cair nos ouvidos dr Tiago. Catei o celular da mesa e joguei a carteira no bolso da bermuda. Nem tempo de dar uma ultima olhadinha no espelho eu tive.

Entrei no carro e fui recebido , não um "Bom dia!", mas sim um:

– 'Tava cagando, rapaz?! Uma demora pra sair de casa.

Acho que fiquei vermelho na hora. Ri sem graça e disse:

– Não. O Senhor que 'tá com mais pressa que eu.

– Tá. Ta. E vai pra onde? – ele tava meio rude hoje, né? O bicho Tiago deve ter mordido ele. – tô com pressa mesmo.

Olhei de novo a tela do celular e vi o endereço, que eu não fazia questão de onde ficava.

– Aqui. – mostrei a tela do aparelho a ele.

Ele leu e disse:

– Hum. Quer dizer que a pizzaria te convidou pra sair? – ele levantou uma sobrancelha.

– Vai logo! – eu disse sem paciência. Peguei o celular da mão dele e percebi que ele tinha rolado a tela pra ver as conversas. Apertei os olhos.

– Calma, rapaz! O namorado ta esperando, né? Vamo logo então. – parei e olhei pra ele enquanto dava a partida. – É sério? Tu tá até branco. Relaxa a piriquita, eu sei que tu é gay desde o dia em que entrou aqui.

– Eu...

– Isso nem é novidade, hoje em dia esses machos tão tudo virando 'mulhé e as 'mulhé virando macho. – apesar das palavras eu não via preconceito nem nojo no modo dele falar, como eu já disse, seu jeito era de alguém simples, sem papas na língua.

O Monstro (Romance Gay) Där berättelser lever. Upptäck nu