Capítulo 3

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"Não me entenda mal, mas eu nunca falei que eu presto."
-MC Marcelly

Depois de sair correndo do cara e entrar em casa feito furacão, cai na cama sem ver nada. Nem banho eu tomei, estava muito cansado.

-

Acordei as 6 da manhã com meu despertador tocando. Hora de ir pra faculdade. Tragam uma faca, preciso me matar.

Eu já estava me levantando quando me lembrei de algumas palavras de um certo alguém:

"Ou chega no horário da próxima vez ou vai pra rua. "

Como alguém podia ser tão ruim quanto Felipe? Parece que o cara fazia de tudo pra me ferrar. Pra piorar ele se achava o maioral, com aqueles 1,65 de altura parecia mais um anão.

Se eu pretendesse chegar no horário hoje eu teria que faltar na faculdade, e é isso que eu vou fazer. Não vai fazer mal faltar um dia, afinal meu emprego esta por um fio e por mais que gastronomia fosse meu sonho ainda não pagava minhas contas.

Aproveitei que fiquei em casa para organizar tudo. Arrumei todo o Apê, tirei poeira, lavei o banheiro e a cozinha e limpei o quarto. Pelo tanto de sujeira parecia que não morava gente ali a muito tempo.

3 horas e vários baldes de água depois, tudo estava limpissimo, de verdade. Até o brilho brilhava de tão limpo.

-

Cheguei no trabalho 40 minutos mais cedo. Foi meu recorde desde que comecei aqui.

Felipe estava passando no salão, quando me viu parou e ficou olhando pra mim com uma sobrancelha levantada, sua expressão dizia "vendo, mas não acreditando."

Dei um sorriso e fui pro fundo me trocar, iria começar mais cedo e falar pra Clarissa ir embora mais cedo. Ela sempre ficava até depois do horário me esperando, nada mais justo que dar a ela 40 minutos de folga.

- Olha só... Chegou mais cedo hoje. Medo de perder o emprego? - olhei pro baixinho que estava atrás de mim, se ele chegasse um minuto antes ia me ver de cueca.

Dei um sorriso amarelo pra ele e segui em direção ao bar. Eu é que não ia ficar conversando com esse projeto de homem.

-

Perto da hora de fechar o lugar uma figura conhecida entrou. Estava lindo como da ultima vez, de bermuda, chinelos e uma blusa que apertava os músculos, a cara de bar boy fazia ele ficar mais sexy, nem parecia que ele estava em um dos bares mais caros da cidade.

Ele passou por todas as mesas e veio em direção ao balcão. Agradeci aos deuses por ele não ficar em nenhuma mesa, porque como não tinha mais nenhum garçon eu é que teria que ir atender ele, e esse não é meu trabalho. Meu trabalho é ficar em pé, fazendo drinks...

-Uma dose da...

Cortei ele antes de terminar de falar.

- Vodka mais cara?

Ele sorriu e asentiu. Puta merda, o cara fica lindo sorrindo. Ta certo que não foi O Sorriso, mas já ta valendo.

Ele tomava tudo no mais absoluto silêncio, a troca de olhares era constante.

Depois de um tempo só servindo e olhando àquele belo homem eu fui MW trocar no fundo do bar. Tirei a roupa que estava trabalhando e coloquei uma camiseta preta, uma bermuda jeans de cor bege e um chinelo, passei um pouco do meu perfume amadeirado que eu adoro. O cabelo castanho estava amassado e desarrumado, mas nem liguei como dizia minha mãe "Não saindo pra procurar homem mesmo."

Quando voltei pro bar ele ainda estaca sentado terminando de tomar sua dose de vodka cara. Revirei os olhos ao lembrar que um homem desses ligava pra preço, a vodka mais cara que eu bebo é aquela que custa 17 reais a garrafa.

Fui chegando no balcão e ele levantou os olhos e ficou me olhando até eu parar em sua frente. Abaixei a cabeça disfarçadamente para verificar se não havia exagerado no perfume. Estava normal.

Depois dele pagar a conta, que foi caríssima, eu fui preparando o lugar para fechar. Ele continuava no bar, me observando.

Quando acabei tudo fui andando em sua direção para avisar que ia fechar, ele sempre me olhando.

- Cara, já vou fech...

Não deu tempo de terminar a fala. Seus braços foram lançados em direção ao meu corpo, fiquei imóvel. Ele me arrastou até a parede mais próxima e me prendeu com seus braços.

Naquele momento várias coisas me passaram pela cabeça. Tudo de ruim que poderia acontecer: Assalto, assassinato, sequestro, estupro. Tudo que se possa imaginar, menos o que de fato aconteceu.

Ele fechou os olhos e abaixou em direção a meu pescoço. Deu uma cheirada forte e disse algo que eu não entendi. Meu coração estava mais que acelerado. Meu corpo se arrepiou no mesmo instante.

Nunca em minha vida eu havia sentido isso.

- Agora eu vou te beijar, porque eu tô com vontade de fazer isso desde que eu te vi pela primeira vez.

Eu não respondi nada, afinal o que ele disse não pareceu ser uma pergunta ele só disse o que ia fazer. Minha cabeça estava uma confusão enorme.

As mãos dele foram para a minha cintura e me apertaram me trazendo para mais perto dele. Sentir seus músculos me envolvendo foi a coisa mais excitante já vivida por mim.

Seus lábios foram se aproximando dos meus. Quando se tocaram parecia haver eletricidade no ar, o beijo começou quente e depois foi diminuindo o ritimo, acabando com pequenos selinhos e uma cheirada no pescoço que ele me deu.

- Você beija bem, moleque.

- E você não beija mal também. - dei um sorriso e voltei a beijar aquela boca deliciosa.

Senti o pau dele, que já estava duro, apertando sobre o meu, que também estava duro.

Ele foi parando o beijo devagar.

- Se ajoelha e chupa meu pau. - mais uma vez aquele tom de ordem.

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Beijos e abraços. <3

O Monstro (Romance Gay) Where stories live. Discover now