Capítulo 17

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"O amor é bandeira de paz. "
-1Kilo

Depois de andar bastante naquela merda de festas, a procura de Tiago. Finalmente o encontrei perto de alguns caras.

Ele estava visivelmente bêbado, e quando me viu veio andando em minha direção com os braços abertos.

– Meu amor. – gritava em uma altura que várias pessoas poderiam ouvir, inclusive os caras que estavam do seu lado, que só riam da cena.

Parece que alguém bebeu demais.

'Vamo embora logo. – já estava sem paciência, ainda mais depois daquela pequena discussão.

Ele me apertou em seus braços, me levantando do Chão e girando.

– Você é muito lindo, sabia? – e riu.

– Eu tô achando que você bebeu até demais, Tiago! – eu  não tava para aturar gente bêbada.

Ele tentou me beijar, mas virei o rosto e ele beijou minha bochecha. Não iria deixa-lo me beijar, não depois de saber que ficou com aquele traste, vulgo Rafael.

Ele pareceu ler meus pensamentos e me soltou.

– Eu não fiquei... – falou me olhando nos olhos. – Eu botei ele pra correr, ele tava com sangue na cara. – riu. – Eu não quero nem saber mais dele, meu amor. Eu vou mudar. Eu juro!  – sua voz saiu meio embolada, mas eu entendi.

Não dei muita atenção ao que saia Sá boca dele. Puxei ele para fora da multidão, indo em direção de casa.

– Você não acredita né, porra? Não acredita! – se soltou de mim e foi andando sozinho, meio cambaleando. Depois olhou para trás apontando o dedo pra mim. – Eu vou mudar, caralho. Por você, amor. A gente se muda dessa porra se você quiser. – abriu os braços e girou em torno de si.

Fiquei parado olhando ele. Parecia tão... Verdadeiro, mas também tão bêbado. Não acreditei em nenhuma palavra, é claro.

– Para! – gritei, já cansado daquela merda toda. – Você é a porra de um mentiroso, sempre foi. Agora quer vir pagar de arrependido pra cima de mim? Mas adivinha. Eu já vi essa história, e já sei o final. – foi minha vez de apontar o dedo pra ele. – Então, vê se para de falar merda e vai pra porra daquela casa tomar um banho e dormir.

Me olhou com os olhos arregalados e, se, eu não conhecece ele tão bem, poderia jurar que seus olhos estavam úmidos. Mas se tem uma coisa que esse monstro não faz é chorar.

Ele se virou e foi andando pra casa, sem falar nada.

Que se foda também.

Esperei ele ir na frente e depois de um tempo também fui.

Tinha me esquecido que as chaves não estavam comigo. Assim que cheguei em casa apertei a campainha, que fez um barulho meio irritando. Nada de Tiago abrir a porta. Apertei e outra vez nada. Ou ele está morto de bêbado, ou realmente ficou magoado com minhas palavras. Não que eu me importasse.

Tive que aguentar tanta coisa nesses quase três anos, nada mais justo que uma noite de palavras pesadas na cara dele. Era bem feito.

Cansei de aperta aquela merda e tentei olhar através do vidro transparente da porta. A casa parecia silenciosa. Tinha que lembrar de colocar um cortina ali, ou trocar por vidros fumê.

Olhei para trás, pro lada da rua. O sol já estava quase se abrindo, e meus olhos estavam meio pesados. De repente lembrei de uma coisa.

O Monstro (Romance Gay) Where stories live. Discover now