Capítulo 10

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"Ninguém pode fugir da própria história."
-Rango

Entrei em casa e tudo parecia normal. Um silêncio ensurdecedor se fazia presente em todos os cômodos do local. Exceto pelo micro barulho que o ar condicionado fazia, barulho esse que me parecia vir do quarto. Do nosso quarto.

Antes de entrar no quarto e cair na cama eu decidi passar na cozinha e aliviar minha garganta que estava aderndo com um copo de água bem gelada. Quando entrei quase caí para traz. Parecia que um furacão tinha passado ali, fora as caixas de pizza em cima do balcão haviam vários copos, latas de refri e cerveja, sem contar o cheiro de comida estragada que fazia meu estômago vazio revirar. Notei também que as sacolas deixadas por mim no alguns dias atrás ainda estavam ali. Preguiçoso de merda!

No fim das contas nem a água eu bebi. Catei um carregador na em uma DSS gavetas do armário e coloquei meu celular para carregar, já que a bateria tinha se esgotado.

Rumei em direção ao quarto, mas antes de chegar lá dei uma passada no banheiro que também era digno de uma boa lavada no fim do dia. Não droga!

Nota mental: contratar uma diarista. Urgentemente!

Entrei no quarto, que me parecia ser o único lugar limpo dentro daquela casa. Nem cheiro de sexo havia ali, a julgar pelo histórico de Tiago eu podeira jurar que ele estava fazendo sexo enquanto eu estava internado. Não sei se de fato ocorreu sexo entre ele e outra pessoa, mas se 'tiver rolado com certeza não foi nesse quarto. Ele faria questão de manter a sugeira só para esfregar na minha cara que fodia outras pessoa além de mim.

O quarto tinha um banheiro pequeno, que quase não era usado. Peguei uma peça de roupa e fui tomar um banho antes de me deitar. Tive que ter muito cuidado com os curativos e para não molhar a cabeça.

Coloquei uma roupa folgada e me deitei na cama, ao lado dele, que nesse momento parecia em um sono profundo. Estava de barriga para baixo, me dando uma visão de suas costas largas e seu bumbum avantajado. Ah, se não fosse tão estúpido!

Virei de costas pra ele Fechei os olhos. Alguns minutos depois alguém me abraçou por trás, num gesto que descreveria como protetor. Dormir em pouco tempo sentindo a respiração forte em minha nuca.

                               -

Quando acordei já parecia ser noite. E meu corpo doía um pouco, então levantei e fui na cozinha buscar um comprimido que aliviasse isso.

Quando entrei na cozinha me deparei com um Tiago um pouco alterado. Endureci o corpo e continuei andando para o armário. Ele estava sentado na mesa, com meu celular na mão. Merda!

– O que tem de errado com essa merda? Mandei uma mensagem pedindo uma pizza e alguém respondeu "Pizza engorda. Coma uma saladinha. " e colocou uma carinha rindo. – ele falou me mostrando a tela.

No momento eu fiquei sem reação. Como diria minha mãe eu estava "no cu da cobra." essa expressão nunca me fez sentido, mas enfim. O número para o qual ele tinha mandando a mensagem era com certeza o de Rodrigo.

– Eu devo ter salvado errado. – falei fazendo pouco do assunto, tentando passar uma tranquilidade que eu não tinha.

– Sei. Isso ta estranho, não acha? – gelei na hora. Se ele desconfiasse ej estava fodido. – a pessoa nem tem foto de perfil, é um carro.

– Eu salvei o número de um planveto. Nem olhei depois de salvo. Provavelmente digitei algum número errado. – eu disse engolindo o comprimido que achei no armário, me esquecendo de facilitar com um colo de água. Tive que engolir em seco, sentindo o gosto armargo tomar conta de mim.

– Então tá! – falou parecendo não dar mais ideia para o assunto. Ufa! – Eu tô brocado de fome!

A preguiça de fazer algo para comer se fazia presente em meu ser.

– Pede pelo seu celular então. – dei de ombros sentando do seu lado na mesa.

– se eu estivesse achado ele eu teria feito isso. – falou seco. Como se eu tivesse culpa dele perder o celular. Me poupe.

Pensei um pouco e tomei o celular da mão dele.

– Vou ligar pra vê se esta aqui.

Disquei seu número na tela e esperei chamar. No sexto toque algum atendeu.

– Alô! – disse uma voz arrastada do outro lado da linha. Apertei os olhos para Tiago que me olhou sem entender. Era Rafael no outro lado.

Desligue sem responder.

– Esta com seu amante! – falei levantando e indo pro quarto.

Depois de alguns segundos Tiago entra atrás de mim.

– Desde aquele dia que eu não vejo ele. Meu celular estava aqui hoje mais cedo – ele falou tentando se justificando. Ele nunca tentava se justificar ou me explicar nada.

– Então le entrou aqui e pegou seu celular? Me poupe, Tiago! – falei com naturalidade. Já estava acostumado com esse tipo de diálogo.

– Não sei, mas vou descobri. – ele disse indo em direção a porta, mas parou antes de atravessar e olhou pra mim:

– Quanto aquele dia. Eu... Bom, é que... Eu queria dizer que foi mal por aquilo. Eu não sei onde estava com a cabeça. – ele teve um pouco de dificuldade em dizer aquilo. Parecia querer se desculpar. Após falar isso ele saiu do quarto.

Eu só poderia esta ficando louco. Tiago? Pedindo desculpa? Bom, não foi um pedido de desculpas formal, mas também não deixa de ser um.

Que estranho.

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Perdoem os erros, eu não revisei o capitulo. <3

O Monstro (Romance Gay) Where stories live. Discover now