Capítulo 16

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"A vida não liga muito pros nossos planos."

Me olhei uma última vez no espelho antes de sair do quarto. Ele quer guerra? Então toma guerra.

Peguei meu celular e fui pra sala esperar o Tiago. O pior é que ele pode se atrasar, mas eu não.

Menos de dois minutos depois, uma pessoa muito irridata entra na sala, pisando fundo. Ele estava até bonitinho, camisa azul lisa, uma bermuda daquelas de moletom, que marcava bastante sua mala, e um par de tênis preto.

– Olha só, o princeso se arrumo... – começou a falar mas não terminou. Seus olhos se arregalaram e ele ficou parado, me olhando. – Que porra é essa? Vai trocar de roupa. AGORA!

Eu hein. Que bicho mordeu essa  cara. Fiz minha melhor cara de tédio e falei:

– E o que tem de errado na minha roupa? – levantei e girei. Tiago fez um som que eu não consegui decifrar.

– Você ta muito... Só vai trocar de roupa, beleza?

Ate parece!

Olhei para minha roupa.

Blusa regata branca com o logo da, adidas, uma bermuda folgada nas pernas, mas que marcava bem a minha quase inexistente bunda. Um tênis bem no estilo malandrinho, e pra completar, um boné preto da ciclone. Só faltou eu dançar fazendo arminha para virar o fetiche de muita gente por ai. Se eu fosse um traficante eu ia ser muito gato, modéstia parte.

– Eu tô muito o quê? – falei já sem paciência.

Tiago andou até mim e bateu com um dedo na abá do boné. Em seguida ele deu uma cheirada no meu pescoço, que tinha o cheiro de Malbec. Lambeu a área cheirada e um arrepio percorreu o meu corpo. Jesus amado!

– Você é tipo um fetiche ambulante,  – Ótimo. Objetivo concluído com sucesso. – E eu não vou deixar você sair assim. Olha só, tá parecendo um modelo de revista, pow. – me rodou e deu um tapa de leve na minha bunda.

Eu sorri. Eu sorri? Droga!

A minha cabeça deve ser mesmo uma merda fodida.

– Deixa de besteira. Eu estou normal. – Mentira, eu tô um funkeirinho bem gato. – E já ta quase na hora, ou a gente vai agora ou eu não vou mais.

E desde quando eu tenho escolha?

Tiago fez um barulho com a boca e pegou a chave do carro junto com a carteira e o celular.

– OK. – OK? Ele 'tá tipo, me obedecendo? – Mas vê se não desgruda de mim. Aposto que vai ter muita gente te rodando. Vai ta cheio de mulher naquela porra, aposto que até elas vão querer te catar.  – me catar? – E seu eu ver você falando com alguém você já sabe, né? – e apertou os olhos.

Olhei pra ele com cara de tédio e fui passando pra porta, mas ele me parou puxando pelo braço. Me prensou na parede perto da porta, deixando uma mão de cada lado do meu rosto. Cheirou de novo meu pescoço.

– Cheiro de homem bom da porra. – e mordeu de leve chegando perto da minha boca dando um selinho. – Você ta muito gato sabia? – Sabia! – Acho que vou te trancar no quarto junto comigo. O que acha?

O Monstro (Romance Gay) Where stories live. Discover now