Capítulo 4

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" num beco sem saída, ele vai ferrar com a sua vida."
-Naiara Azevedo

Eu estava arrumando um amassado que tinha ficado em minha blusa logo após o melhor sexo da minha vida, não acredito que dei para um cara que nem conheço direito no local onde trabalho.

- Eu te levo pra casa tá tarde pra andar de ônibus. - Ele parecia normal, nem parece que acabou de tirar 3 seguidas.


Concordei com a cabeça e fechei tudo antes de sai.

O bar não era tão grande, então não tinha estacionamento. Quem quisesse deixar o veiculo alí tinha que ser perto da calçada.

Mas parece que ele curtia andar, porquê não vi sua moto estacionada na rua, só tinha um carro daqueles caros, nem sei falar o nome.

Fiquei imaginando de quantos salários eu precisaria para pagar um desses, talvez se eu trabalhasse minha vida toda, morrer e reviver, trabalhar mais uma vida eu consiga pagar a metade do carro.

Ele foi calado o caminho todo até chegar perto do tal carro. Botou a mão no bolso e procurou algo, acho que era um celular ou algo do tipo. Cigarro talvez...

No mesmo instante em que ele tirou a mão do bolso as luzes do carro piscaram. Fiquei olhando embasbacado para ele e para o carro.

-Tá de zuera com minha cara? - esse não podia ser dele! Podia?

- O que? - ele fez pouco caso da minha cara de surpresa.

Cheguei perto do carro e passei a mão no capô.

- Isso é seu?

- Seu é que não é! - ele falava com tranquilidade, como se não estivesse acabado de me dar uma bela de uma mal resposta.

Resolvi fingir que aquela mal resposta nunca aconteceu. Talvez fosse algo dele, tipo uma mania, ser assim

- Você trabalha com o que? Vende drogas? - brinquei.

Naquele momento eu não sabia que esse era, realmente, um de seus trabalhos naquela droga de morro.

- Tá com fome? Eu tô morrendo de fome! - ele mudou de assunto e foi abrindo a porta do carro pra mim entrar. A cara de mau tinha se transformado em... fofo?

Esse cara deveria vir com uma placa: Alto índice de bipolaridade. Se bem que com esse tanto de tatuagem deve ter isso escrito em alguma parte. Talvez se eu procurar bem...

Entrei no carro e ele fechou a porta, logo em seguida seguiu até a porta do motorista e entregou também. Segurou na minha cabeça e me deu um beijo. O beijo.

Que delícia.

- Eu moro na... - comecei a falar assim que parei de chupar a língua do bonitão do meu lado. Fala sério, nesta cidade enorme, qual a chance de pegar um cara desses? Vou é aproveitar.

Infelizmente não pude terminar de dar as instruções de onde eu moro, porquê ele me cortou no meio da frase.

- Eu sei onde você mora. Não sou estúpido, te levei lá na outra noite. - esse cara só pode tá de brincadeira, numa hora me dava flores e depois ele me bate com elas.

Idiota!

- -

Chegamos no apartamento bem rápido. Com certeza mais rápido que de ônibus.

O Monstro (Romance Gay) Where stories live. Discover now