Capítulo 09

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Safira

Meu coração já não tinha um rimo para bater, eu estava pior que uma estátua. Não conseguia parar de olhar aqueles olhos castanhos...Ele chega perto de mim e carência minha bochecha.

- Não corra perigo...pense antes de agir...Não se coloque em perigo por outra pessoa...pense na sua segurança em primeiro lugar. - por impulso coloco a mão no meu colar e ele se afasta. Não sei explicar o porquê me lembrei do guardião...- Não confie muito nele..- ele aponta para meu colar.

- Safira...Heitor. - Yago chega correndo.

- Que foi? - pergunta Heitor.

- A garota sumiu. - eu e Heitor nos levantamos rápido.

- O que? - assusto.

- Não só ela, mas a mãe dela também. - Yago coloca a mão na cabeça.

- Algum rastro? - Heitor pergunta.

- Leste. - Yago fala.

- Guarda isso pra mim. - Heitor me entrega a sua mochila. - Vocês dois ficam vigiando ao redor da vila.

Sem deixar eu falar nada sua roupa fica em pedacinhos ao se transformar em um lobo enorme, negro...que na costa tem um pouco de pelo...branco. Nunca tinha reparado naqueles pelos brancos na costa dele, a minha loba é branca e na costa tem alguns pelos...pretos....

- Vamos Safira. - Yago me chama me despertando dos meus pensamentos.

Voltamos pra vila e a mesma estava um caos de tanta gente que discutia ao mesmo tempo.

Entro na casa onde estamos hospedados, eu ia guardar a mochila, mas achei melhor ficar comigo. Vou no quarto do Heitor e pego uma troca de roupa e coloco na mochila. Saio e vejo Yago falando com Thiago.

- Então? - pergunto.

- Já montamos uma equipe de busca. - diz Thiago.

- Yago da uma vasculhada aqui dentro. - digo e ele confirma. - Eu vou dar uma olhada lá pra fora.

Passo a entrada de pedra e vou em direção leste. Fecho o olho e tento me concentrar...Mas aí me lembro que não posso encontrar Heitor por causa da marca do bando, não podemos sentir o cheiro um do outro....Mas mesmo assim tento me concentrar, mais uma vez fecho os olhos e sinto todo cheiro possível ali e tento identificar.

- Lama...plantas...corvo...sangue? - abro os olhos assustada. Corro o mais rápido possível até o cheiro. Tinha sangue em uma folha, passo a mão e sinto o cheiro mais uma vez e vejo o que tinha acontecido. A imagem borrada me revela que um vulto atinge o lobo, mas quando o lobo vai atacar o vulto desaparece. O lobo começa a andar até chegar em um lago...O lobo...- Heitor. 

Começo a procurar o lago impaciente...Até que encontro. Fico procurando o Heitor...Então algo levanta de dentro do lago e eu levo um susto e caio sentada no chão. Ele me olha e sorri.

- Me procurando? - ele ousa sorrir pra mim em uma situação dessa?

- Idiota. - solto o ar que estava segurando a algum tempo. - Está machucado?

- Já cicatrizou. - ele diz e faz menção de sair da água mais eu faço um gesto com mão pra ele esperar.

- Se transformar e vem pegar sua roupa. - ele ri e confirma.

Fecho o olho, escuto ele sair da água e logo em seguida sinto algo gelado em minha bochecha. Abro o olho e vejo que era o focinho dele. Pego a sua roupa e coloco em sua boca. Rapidamente me viro de costa.

- Até parece que não quer me ver nu. - escuto ele falar em quando veste a roupa.

- Não fale besteiras. - digo e me levanto do chão. Me viro e vejo ele apenas com a calça. - Hei cadê a camiseta?

- Você me deu só a calça princesa. - ele diz sorrindo.

Pego a mochila e reviro até achar a camiseta. Entrego pra ele e o mesmo pega e se vira ficando de costa pra mim. Foi aí que vi uma marca no topo da sua costa.

- Heitor...que...marca é essa? - sem perceber eu já estava com meu dedo desenhando a marca que estava em sua costa. Por um breve momento minha marca do bando que fica na nuca ardeu...Ele termina de vestir a camiseta tampando a marca.

- Nasci com ela. - ele se vira e com isso fica apenas alguns sentimentos longe de mim.

- Nasceu com ela? - pergunto mais uma vez e ele olha pro chão.

- Sim. - ele diz e eu chego mais um pouquinho perto.

- Porque não me responde olhando em meus olhos? - ele me olha. - É porque não é verdade né? Me responde olhando em meus olhos Heitor.

- É maravilhoso ver você me chamando de abruti, mas nas últimas horas, essa é a sexta vez que me chama pelo nome. - ele ta contando? - Não sei explicar a alegria que sinto quando você me chama pelo nome...cuidado que eu posso acabar expressando essa alegria.

- Você tá estranho desde que voltamos da casa dos caçadores. - digo encarando ele.

- Eu só...descidi que vou... - ele passa a mão em meu rosto. - Vou deixar as coisas mais claras.

- Do que você tá falando? - falo tentando não fechar o olho por conta do seu toque em meu rosto. Ele sorri.

- Acho que você é a personificação da lerdeza. - ele diz sem tirar sua mão do meu rosto.

- Heitor você quer morrer? - ele puxa meu rosto e quase acaba o espaço entre minha boca e a sua. Engoli em seco quando sinto sua outra mão em minha cintura.

- Essa foi a sétima vez...- ele encosta sua testa na minha e suspira. - Isso tá me deixando doido.

- Heitor me solta. - ele sorri.

- Você está fazendo isso de propósito? - ele me olha. - Eu vou fazer isso...Mas depois espero que você me bata com tanta força que eu possa esquecer dessa minha estupidez...Mas se você não me bater...Apenas finja que não aconteceu.

Sem mais nem menos ele me puxa e acaba com o espaço entre nós. Seus lábios vai de encontro com o meu e se não fosse por ele estar segurando minha cintura eu com certeza cairia. Mas o pior é que nem lutar contra aquilo eu não lutei, eu apenas esqueci de tudo e todos e retribui o beijo, coloco a minha mão em seu cabelo e ignoro a ardência  da marca do bando em minha nuca..

(Próximo capítulo será bônus)

Herdeiros 4° - Heitor Lewis Where stories live. Discover now