Capítulo 24

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Safira

As luzes se apagam e fica apensa um flash de luz no demônio.

- Uma salva de palmas para minha noiva...Safira Lattanzi.

Nessa hora o flash de luz ilumina eu e consequentemente Heitor. O abruti encara o demônio como nunca vi antes. Ele estava transbordando raiva...mas então acontece algo muito inesperado. Heitor começa a rir.

- Como é? - ele encara o íncubo. -Safira...Sua noiva? - Heitor ri mais uma vez. - Essa Safira? - ele me encara.

- Não conheço outra Safira a não ser ela. - diz o íncubo.

Heitor ainda me encarava. Olhávamos um no outro como se houvesse apenas nós dois naquele lugar.

- Sinto lhe informar...Mas essa Safira já tem dono. - sem perceber Heitor toma meus lábios em um beijo lento que respondia muitas das minhas perguntas.

Não me importei de estar sendo olhada por todos ali presente. Estava tão envolvida naquele momento que não me importei com íncubo, com a adaga colt que Heitor carregava ou o que o bando iria pensar.

- Esse é meu garoto. - ouço Yago dizer.

Sinto um poder demoníaco imenso crescer a cada instante, as mulheres que estavam no salão começaram a sair praticamente correndo e outras estavam voltando sua forma original...Metamorfos. Separo de Heitor e quando olho para a direção do íncubo eu me surpreendo.

Seus olhos estavam tão negro quanto a escuridão. Seu corpo já não era humano, ele estava em sua forma original...e aquilo com certeza era horrível.

- Vocês acham que podem me humilhar dessa forma? - ele diz em sua voz horrenda. Ele bate o pé no chão então quebra até um certo ponto. - Eu irei arrancar sua cabeça Heitor. Vou fazer de você um banquete...

- Me poupe desse discurso ridículo. - Heitor se posiciona e me empurra para trás de seu corpo.

- Você está achando que sou o que? Uma princesa indefesa? - fico frustrada por ele tentar me proteger já que eu posso fazer isso muito bem.

- Pode até ser que não seja indefesa...Mas ainda sim é minha princesa. - se não fosse pela situação eu teria achado graça daquilo. - Não faça nada perigoso....- enquanto ele falava comigo Yago, Lucca e Ryan já tentavam atacar o íncubo o que estava dando um pouco errado já que os três sempre acabavam no chão.

- Qual é seu plano? - pergunto.

- Você não vai participar dele. - ele diz me encarando.

- Não venha bancar o idiota pra cima de mim numa hora dessas Heitor. - bufo. - Anda me fala.

- Só preciso que ele fiquei distraído para adaga atravessar seu peito. Um dos meninos vai fazer isso então não....

Sem esperar ele terminar meu pescoço torce e volta no lugar novamente com minhas presas e garras para fora. Me preparo para ir de encontro com o íncubo mas um metamorfo vem de encontro comigo me jogando para uma parede. Pego em seu pescoço e jogo ele no chão. Piso em seu peito e meu salto atravessa sua carne, ele grita agonizando. Tiro o salto do meu pé e o calçado fica preso em seu corpo, tiro o outro ficando descalço.

Começa a brotar metamorfos de todo canto. Levanto um pouco meu vestido e de minha coxa tiro uma arma. Atiro em todos os metamorfos que estavam prestes a chegar em mim, eles caem no chão e começam a morrer aos poucos por causa da prata.

- Safira abaixa. - Heitor diz e faço o que ele pediu e ele atira. Acerta outro metamorfo.

Começo a andar até o íncubo e quando estou em sua visão ele me analisa por alguns momentos.

- Você fica mais linda quando está com essa aparência. - ele diz.

- Já não posso dizer o mesmo de você. - digo e bem na hora algo me acerta na costa, rosno com a dor. Passo a mão e sinto uma seringa.

- Você aguentou por muito tempo Safira. está na hora de dormir não é mesmo? - minha cabeça gira mas não deixo aquele troço...seja lá o que for me consumir.

- Você vai morrer. - digo praticamente rosnado. Sinto meu corpo voar e cair em cima de uma mesa que estava com algo de vidro pois senti os pedaços entrando em minha costa.

- Minha pobre garota. - o íncubo estava em cima de mim e passava sua mão em meu rosto. - Não precisa sentir dor Safira...Apenas se entregue a mim. Se entregue por vontade própria.

- Isso jamais irá acontecer. - digo com dificuldade e ele coloca suas garras no meu pescoço.

Eu tinha que aguentar aquilo até a hora certa para Heitor atacar. Olho pro lado e vejo Heitor que acaba de jogar um copo do metamorfo no chão e automaticamente nossos olhares se encontra. O íncubo aperta mais e acabo engasgando um pouco com o sangue. Minha visão estava um pouco turva por conta do líquido que foi injetado em mim e minha vontade de dormir crescia a cada minuto, mas eu consegui ver Heitor apertar tanto os punhos que acaba saindo sangue o que deduzi que suas garras estavam para fora. Vejo seu olho brilhar intensivamente e o mais assustador é que parecia que seus olhos não sabiam em que cor ficar...vermelho ou amarelo.

Ouço um rugido que faz meu corpo todo estremecer e até mesmo o íncubo fica assustado...Então percebo que esse rugido saiu da boca do Heitor e que nem mesmo ele está transformado totalmente...O rugido saiu da boca dele com a transformação pela metade.

Mais uma vez nossos olhares se encontram e dessa vez sinto meu olho arder junto com minha marca na nuca. Não sei de onde consegui juntar forças e acabo conseguindo empurrar o íncubo de cima de mim fazendo minha costa afundar mais nos cacos de vidro. O íncubo sai de cima de mim e Heitor ataca ele e apenas com um golpe o íncubo cai no chão.

- Deixa eu dizer uma coisa. - a voz do Heitor...Esta estranha. O que está acontecendo? - Não tenta pegar algo que pertence a mim, porque quem vai sair perdendo será apenas você.

Heitor atravessa a adaga no peito do íncubo e em questão de segundos o corpo se decompõem virando cinzas. Heitor levanta e eu olho para adaga que agora estava caída no chão. Ele pega ela então aquela dor no meu peito volta. Aquela hora eu não estava com medo do Íncubo...Estava com medo do que irá acontecer depois que o Íncubo estiver morto.

Aquela adaga...Aquela maldita adaga. Ela era o motivo da minha dor. Heitor terá que levar a adaga de volta para os caçadores e era perigoso ele não voltar de lá vivo. Afirmar esse pensamento a mim mesma me faz sentir que acabo de atravessar uma espada em meu corpo. Aquele abruti imbecil, ele não devia ter pegado a adaga. Ele vai me abandonar sem a certeza que pode voltar com vida. Esse pensamento me faz sentir um desespero enorme e lágrimas descem sem permissão e meu corpo se rende ao cansaço. 

Herdeiros 4° - Heitor Lewis Where stories live. Discover now