Capítulo 26

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Safira

- Quando estiver de volta...Eu...Preciso lhe dizer algo. - digo com os olhos fechados. Sinto seus dedos desenhando minha boca.

- Me diz agora. - abro os olhos e ele estava mais perto do meu corpo. - Tenho medo de não conseguir voltar para ouvir o que tem a dizer. - quando ele fala assim eu sinto uma dor enorme em meu peito.

- Não me venha com essa Heitor. - eu não suportava ouvir aquilo. - Eu não vou falar...Assim você tem um motivo para voltar.

- Motivo é que não falta. - ele esboça um sorriso.

- Esses motivos são fortes sufiente para fazer você voltar? Não importando com as circunstâncias? - encaro ele.

- Esses motivos são muito forte. - ele me puxa e me abraça. Fico surpresa mas não ignoro, pelo contrário, eu aperto ele o mais forte que posso como se isso impedisse ele de ir a qualquer lugar. Ele coloca a mão na minha cabeça e beija a mesma. - Meus motivos são muito forte...Eu tenho minha família, tenho que estar presente para não deixar minha irmã espancar o Yago..- ele ri e eu também. - Tenho que tomar conta do meu bando, tenho que assumir um posto de supremo, quero estar presente quando meus amigos encontrarem suas companheiras...e tenho um motivo muito maior que anula qualquer desses motivos que já falei. - ele passa a mão na minha cabeça mais uma vez e me aperta. - Tenho que proteger uma certa princesa...- aperto ele e quando menos espero minhas lágrimas começam a brotar. Isso me deixa irritada porque estou ficando cada vez mais fraca quando estou perto dele. - Safira...Você é meu motivo maior para voltar...Eu não posso te deixar. E você não sabe o quanto eu quero ficar...é tudo por causa de você que ainda não fui.

- Então não vai. - digo com meu rosto colado em seu peito e tento parar as lágrimas, não quer que ele me veja assim.

- Se eu não for será pior. - ele suspira. - Fica aqui...Fica comigo até seus pais voltarem...Aí eu posso ir.

- Por quê sinto que isso é uma forma de despedida? - falo chateada. - Não gosto dessa idéia Heitor.

Ele nos separa e fica surpreso quando vê que estava chorando. Ele passa a mão no meu rosto limpando os vestígios das lágrimas.

- Você não vai fazer isso quando eu ir não é mesmo? - ele pergunta rindo. Reviro o olho.

- Claro que não. Isso aqui foi porque meu olho estava ardendo. - digo e ele sorri.

- Safira...- ele segura meu rosto com suas duas mãos. - Promete pra mim que quando eu for....Você....- ele chega mais perto e beija abaixo do meu olho. - Você não vai chorar, promete que não vai a trás de mim, promete que não vai falar para ninguém, promete que vai ficar bem sem mim.

- Claro que vou ficar bem sem você. - reviro o olho. - Você não significa nada pra mim mesmo. - ele ri.

- Não significo nada? - ele pergunta com os olhos semi cerrados e eu confirmo.

- Nada.

- Ok..Já eu não significo nada...eu posso dizer que não te amo. - assusto e meu coração falta sair pela boca. - Por quê tá assustada? Eu não significo nada pra você e eu estou confirmando que eu não te amo...Mas se você dizer que eu significo...Aí sim posso dizer que...eu te amo. - fico olhando ele tentando digerir cada palavra que acaba de sair de sua boca.

- Vo...Você...- empurro ele de perto de mim e começo a bater em seu peito. - Como você faz uma coisa dessas comigo Heitor? Você é um abruti sem consciência....porque me disse isso se sabe muito bem que estou mentindo? - abaixo minha cabeça apoiando seu peito. - Você não pode fazer isso e me deixar Heitor.

Ele levanta a minha cabeça e faz eu olhar seus olhos. Ele parecia surpreso pelo o que eu disse e confuso ao mesmo tempo.

- Sabia que nesse momento estou prestes a jogar tudo pro ar, só pra ficar com você? - eu abro a boca mas não dá tempo de falar nada.

Heitor toma meus lábios em um beijo carinhoso e quente. Eu não acredito que ele realmente vai me deixar. Não acredito que vai me abandonar. Paramos o beijo e ele me abraça novamente.

- Você vai ficar aqui comigo? - ele pergunta.

- Você tem que ir mesmo? - pergunto apertando seu corpo.

- Tenho. Se eu não for vai ser pior. Eles podem vir a trás do bando e principalmente...Podem fazer alguma coisa contra você. - suspiro.

- Eu sei me defender. Mas se você tem que ir mesmo...Eu fico. - ele me aperta. - Mas você vai dormir no chão e eu na sua cama.

- Hei..- ele me empurra encarando meu rosto.

- Pensou que ia dormir comigo? - levanto uma sobrancelha.

- Claro...Já que as coisas entre nós está resolvidas. - ele diz e eu nego.

- Nada está resolvido. - me afasto dele. - Quando você voltar, nós resolvemos nosso relacionamento.

- Safira, você é tão...complicada. - ele passa a mão na cabeça. - Eu praticamente falei claro em auto e bom som que eu gosto de você. - mas uma vez aquelas palavras me atinge como se eu tivesse recebendo minha primeira confissão. - Você quer que eu fale mais claro que isso?

- Você quer tanto dormir comigo? - encaro ele. - Você realmente está no cio. - falo rindo. - Nada muda. Com confissão ou não...pra mim nada fica claro em quanto você não voltar seja lá a onde for.

Me viro entrando no apartamento, mas sou parada com um abraço dele.

- Desculpa ter que ir Safira. - mais uma vez estava me segurando para não chorar. - Você pode se fazer de difícil o quanto quiser...Você tem direito. - sinto ele sorrindo.

- Acho que a minha chantagem não vai fazer muito efeito em você. Disse que quando voltasse tinha algo a te dizer...Mas tá tão claro quanto água o que eu iria te falar. Você com certeza sabe...Eu praticamente quase falei. - ele me aperta e beija a curva do meu pescoço.

- É eu realmente sei...Mas eu queria ouvir claramente da sua boca. Então me diga quando voltar. - ele suspira e deposita outro beijo.    

Já estávamos deitados. Ele estava no chão e eu na sua cama. Estava bem na ponta da cama olhando ele se mexendo, estava procurando uma posição confortável.

- Parte meu coração ver você desse jeito. - digo e ele levanta rápido.

- Então vai me deixar dormir na cama? - começo a rir.

- Você lá. - aponto para outro canto da cama. - E eu aqui.

Herdeiros 4° - Heitor Lewis Where stories live. Discover now