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― E aí, todo mundo sabia desse podre quando ele apresentou o trabalho dele!

Jung Hoseok, no volante, acaba de contar a terceira história polêmica para o meu primo — que claramente adora — e basta somente um segundo para eles caírem na gargalhada outra vez.

Eu não poderia desejar mais estar no meu quarto agora.

Que saco.

Ambos estão no banco da frente e eu no de trás, quieto e entediado. Estou com a bateria social zerada, fingindo que estou escutando algo nos meus fones de ouvidos só para não ser chamado para a conversa. Tem momentos que me sinto irritado e tudo que consigo pensar é no quanto quero estar sozinho.

Eu definitivamente estou tendo um destes momentos agora.

E, tipo, não é que eu não goste de passar um tempo com eles. Eu realmente gosto muito de ficar com os meus hyungs, sem eles eu não seria feliz de verdade, e eu os amo muito. Mas eles também são a definição de encrenca quando estão juntos, e às vezes é... demais.

Como hoje. Eu definitivamente não estou com energia para um Taehyung, que é fã de pegadinhas, e muito menos para um Hoseok, que acredita que devemos fazer tudo que queremos porque um dia iremos morrer.

A junção da personalidade desses dois é simplesmente desastrosa e exige muita calma e paciência para ficar por perto sem entrar em pânico por causa de alguma besteira que ambos decidiram aprontar, algo que definitivamente está em falta em mim hoje.

Que saco.

― O que a gente vai aprontar hoje? ― E como se Hoseok tivesse lido meus pensamentos, ele começa a costumeira conversa travessa.

― Eu vou aprontar o que você quiser aprontar, hyung. ― Eu não posso ver o Tae, mas posso imaginar a cara que ele está fazendo pela forma que sua voz soa.

Acho que está na hora de eu cortar essa conversa.

― Droga, fiquei sem internet ― murmuro e bloqueio o aparelho para guardá-lo na jaqueta, me aconchegando no banco do meio para me aproximar dos dois.

Taehyung imediatamente ajeita a postura, o que sempre acontece quando eu pego ele e Hoseok agindo de forma mais íntima.

― Ótimo! A gente tá pensando no que aprontar hoje. Alguma sugestão? ― Tae olha para mim, sua voz soando completamente diferente de antes.

― Sugiro que a gente ache um lugar bom para assistir o jogo, assim como pessoas normais fazem. Pode ser?

Os dois bufam diante a minha resposta.

― Ah, qual é! Eu sei que por trás dessa personalidade de nerd tem uma mente brilhante e que pensa em inúmeras pegadinhas! Só não faz porque tem medo. ― Hobi diz enquanto contorna a rua do colégio. ― Libere sua pestinha interior!

― Não tem nenhuma pestinha no meu interior, e pegadinhas só são permitidas nos filmes do Adam Sandler. ― Os dois gargalharam alto. Não entendi, não falei nada engraçado.― É sério, não criem nenhuma confusão hoje, por favor...

― Acho que você esqueceu que o meu sobrenome é confusão. ― Tae mordisca os lábios, erguendo as sobrancelhas repetidas vezes.

― E eu me casei com Taehyung no crime.

― São casados agora? — pergunto enquanto Hoseok encontra uma vaga. Ele começa a estacionar.

― No crime. Parceiros no crime, cara. ― Eu definitivamente não quero continuar tendo essa conversa, então não falo mais nada.

Saímos em conjunto do carro assim que Hobi estaciona. Conforme nos aproximamos da entrada principal, mais pessoas aparecem ao nosso redor, animadas para o jogo. Me sinto um pouco nervoso quando alguns caras vestidos de dourado entram gritando que o nosso colégio vai ficar no chinelo.

Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora