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— Então você realmente... Fugiu? — minha mãe perguntou pela quarta ou quinta vez, sua expressão facial preocupada me dava nos nervos, de verdade.

— Deixei tudo nas mãos da Jiwon. E não é como fugir, é como... Tirar um tempo para respirar. — Jin tomou uma postura séria. — Além de que Jiwon é a pessoa mais inteligente que eu conheço. Sério! Acho que já teríamos falido sem ela por lá.

— Oh, não diga isso... — meu pai murmurou com um sorriso torto.

— Juro! A empresa não anda sem aquela mulher. — Jin disse risonho, revisando entre me olhar, olhar para Yein e então para a porta. Ele queria fugir? — Huh... — então voltou a encarar os mais velhos. — Credo, família! Cheguei do Japão depois de dois anos e vocês vão ficar me olhando como se eu tivesse cometido um crime de ódio? Assim eu volto pra lá, é sério.

Sua brincadeira pareceu suavizar o clima, assim rimos leves e minha mãe suspirou envergonhada por estar com o coração na mão desde que Jin contara que saiu de sua empresa sem avisar ninguém que não fosse sua assistente Jiwon. Claro que isso alertou mamãe e papai por motivos óbvios de Seokjin ter batalhado duro quase cinco anos inteiros, sem descanso, para abrir sua empresa. Ficara famoso no meio do ano passado, tipo, realmente famoso. Chegou a estendê-la por todo Japão e China e, desde então, só vem impressionando cada vez mais com os projetos e vendas absurdas. Então é claro que meus pais e avós ficaram alarmados quando o dono da empresa — vulgo Kim Seokjin — que trabalhou tanto apareceu do nada dizendo que fugiu do país por conta do estresse. Eu sabia que sentiam saudades sim do Jin, mas não queriam que ele perdesse tudo por conta de uma pequena folga.

— É sério, parem com essas caras. Não há problema em eu sair um pouco. Jiwon ficará de olho nos próximos meses. — Jin repetiu mais uma vez, cruzando seus braços e deitando as costas na poltrona.

— Certeza, né, filho? — meu pai, apenas para confirmar, perguntou outra vez.

— Sim. — sorriu largo. — Quis tirar umas férias em casa, caramba. — então ele me olhou e não consegui segurar o sorriso. — Há um lugar para mim em seu quarto, não é, Jeongguk?

Me levantei do sofá.

— Sempre tem pra você, Jin-hyung. — o clima pesado havia sido desfeito, então fiz questão de fazer o que queria desde que Jin apareceu na nossa sala novamente após quase três anos inteiros ausente.

Corri e me joguei em cima do meu irmão mais velho, lhe abraçando com toda a força que eu tinha.

Porra, como senti saudades.

— Hyung! — Taehyung veio choramingando da mesa e se jogou encima de mim, onde Jin deixou de me apertar no abraço para gritar dolorido.

— Por Deus, vocês estão pesados! — reclamara alto, mas não deixou de nos envolver com os braços longos e abraçar com carinho.

Jin havia saído de casa quando eu era bem novo. Na verdade, ele mal cresceu comigo e com a Yein. Apesar de ser sim nosso irmão de sangue, ele viveu a vida inteira com a irmã do meu pai, no Japão. Eu nunca soube o porquê dele ter ido para lá tão novo, acho que é algo relacionado aos colégios e a cultura. Apenas sei que Jin preferiu viver lá. Ele costumava vir de três em três meses para cá, até que a nossa tia que lhe criava faleceu e ele teve que se virar sozinho. Não quis voltar para casa, mesmo com nosso pai insistindo, Jin-hyung permaneceu lá e alcançou seus sonhos. Agora tinha uma grande empresa no Japão. Ele é incrível, de verdade.

Meus pais só foram abraçá-lo com o carinho necessário agora. Creio que é porque ele explicou sua "fuga" e deixou claro que não havia problema em fazer isso. Me afastei para dividir meu irmão com meus avós, que trataram de se levantar e abraçarem-o com a força de um grande sentimento de saudade. Observei meu irmão de ombros largos e cabelos castanhos e quase quis chorar. Quis chorar porque eu ficava incrivelmente alegre quando ele estava por perto e apenas assim percebo o quanto sua presença é necessária em minha vida.

Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora