Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃO

32

OBS: capítulo em terceira pessoa

ME ENCONTRA

"Caminho pelo mapa de ponta a ponta,
Procuro de ponta a ponta... você."

Parte três

Jeongguk não queria que ninguém entrasse em seu quarto enquanto estivesse abrindo os presentes.

Tinha seis anos. Era sábado, no mês de janeiro, e estava prestes a começar a nevar em Busan. Enquanto os primos faziam farra no andar de baixo, Jeongguk preferia ficar em seu quarto com seu pedaço de torta, o desenho ligado na TV e seus presentes do amigo secreto sobre a cama.

Era uma tradição de família, por assim dizer. No comecinho de janeiro, depois dos feriados de fim de ano, a família fazia um grande almoço — que se estendia para a hora do jantar —, com a ajuda dos amigos e família: cada um trazia um prato ou uma sobremesa. Além de que faziam a brincadeira do amigo secreto, mas meio que triplicada, porque todos tiravam três pessoas — e sim, podia repetir. Jeongguk, então, ganhou três presentes.

Eram tempos bons para a família. Tinha muita gente naquela reunião, e até uma cama elástica tinha sido alugada para ficar em seu quintal — e ficaria até o dia seguinte!

Jeongguk ficou animado com a ideia, mas quando viu sua casa cheia, ele... Simplesmente esperou o momento certo para escapar, rumo direto para seu quarto.

Companhia? Não, obrigado. Gostava do primo Tae, mas já havia ficado muito tempo com ele. Jeongguk realmente gostava de brincar sozinho, preferia ficar na sala de estar ou no quarto com seus brinquedos, deixando a imaginação voar longe como uma boa criança faria, mesmo que completamente sozinho.

É, pode-se dizer que ele sempre foi um menininho introvertido.

Naquele dia não foi diferente. Os primos e avós vieram para Busan para passar as férias e as crianças do bairro apareceram para brincar em seu quintal extenso, além dos colegas de trabalho da mãe e do pai.

Mas, ah... Pobre Jeongguk. Ele não gostava nem um pouco daquilo.

As outras crianças o davam medo... e as que não davam, tinham algo de errado que, particularmente, não lhe agradava. Como os primos: Taehyung era divertido, mas lhe tratava como um bebê, já Yoongi só gostava da sua irmã mais velha. Ggukie preferia ficar com seu irmão, mas ele estava ocupado demais ajudando a mamãe e o papai, então...

Então... na primeira oportunidade, ele recolheu seus presentes e correu até o andar de cima. Já havia almoçado e comido a sobremesa, então, não notariam seu sumiço. Ele até pegou mais dois pedaços de torta — deliciosa, amava torta de amora. Colocou a cadeira contra a maçaneta e ligou a televisão.

Sua noite finalmente iria começar.

No andar de baixo, alguns minutos depois, o pai de Jeongguk foi o primeiro a notar o sumiço do pequeno. Quando subiu as escadas de casa, conseguiu forçar a maçaneta e abrir a porta "trancada" do quarto dos meninos.

Encontrou o caçulinha dormindo em meio aos papéis de presente e brinquedos, com a televisão ligada no canal de desenhos e o pratinho com poucos resquícios de torta na mesa de cabeceira.

Riu. Jeongguk sempre dava um jeito de escapar da multidão.

Seu pai, cuidadoso, tirou a calça jeans e o tênis para que o filhotinho pudesse dormir melhor. Ajeitou a cama macia e cobriu-lhe com amor, decidindo que, daquela vez, deixaria-o dormir sem tomar banho e escovar os dentes.