Cap. XVIII: GUERRA, RELÍQUIAS E MORTE [Pte. 1]

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Há muito, muito tempo; no coração da floresta que num futuro distante cercaria uma cidade famosa por ser sempre, sempre chuvosa...

É noite. Tudo agora acontece em slow motion enquanto uma enorme poça de água exibe cores douradas entre outros tons quentes, que são borradas por grandes gotas de chuva à medida que estas a atingem em cheio, causando ondulações.

De repente... Um impacto terrível ocorre, jogando água para todos os lados e um rugido, absurdamente alto estremece tudo ao redor.

Uma bota que pisou na poça agora é erguida por uma perna feminina e torneada; revestida por algum tipo de roupa de couro e metal, que logo é seguida de outra.

O ritmo então se acelera, e a velocidade vai voltando ao normal enquanto uma mulher alta e forte, vestindo uma grande capa vermelha corre desesperada, de algo que a persegue fazendo o chão vibrar sob seus pés.

A mulher, da qual não é possível ver bem o rosto, graças à escuridão da noite de tempestade, se depara com um grande muro à sua frente, mas levando sua mão direita a algum tipo de bainha em sua coxa, ela puxa o que parece ser algum tipo de vara de condão.

Ainda correndo ela aponta o objeto na direção do muro, mas nada acontece. Irritada ela joga a tal varinha no chão, e fechando os punhos, também cruza os braços à frente do rosto; acelera o passo até que abre um buraco, atravessando-o num salto. Ela continua a correr na direção de um lago que reflete, do outro lado, o enorme castelo gótico, com traços absurdamente futuristas de uma antiga escola de magia e tecnologia que se ergue garbosamente, duma floresta sombria e encantada.

De longe, parece que estão dando uma grande festa, já que luzes e explosões luminosas são vistas por toda parte ao redor do edifício, cujas torres altíssimas arranham o céu, chegando até a desaparecer entre as nuvens mais baixas.

A mulher que até então corria agora está parada as margens do lago, quando o muro que atravessou, explode e é engolido por uma gigantesca língua de fogo!

- Maldita fera! - Ela grita dando um salto, que de tão poderoso a faz desaparecer no céu.

Não demora muito, e agora, do outro lado da margem...

Uma capa vermelha ainda é castigada e jogada para cima, quando o chão feito de pedra polida de um corredor sobre o muro externo do castelo visto outrora é arrebentado por um par de botas, e um punho esquerdo e cerrado atingem o solo.

A capa vermelha então cai sobre a mulher, que se levanta e volta a correr por um cenário totalmente diferente do que aparentava ser; lá do outro lado:

Raios e trovões se fazem ver e ouvir por toda parte, porém ao contrário duma tempestade, eles não vem nem de cima, nem de baixo, mas de todos os lados. Alguns são brancos, outros avermelhados; rosados, outros azulados e outros possuem tons arroxeados e dourados.

A mulher que veste uma capa vermelha agora corre por um cenário de guerra sangrenta; entre pessoas vestidas com longas roupas pretas feitas de alguma matéria semelhante à uma névoa; e que desembainham varas de condão, disparando o que parecem ser ataques mágicos contra crianças e adolescentes que se defendem da mesma forma, porém estes contra atacam dirigindo carros antigos que voam magicamente; montando em hipogrifos, serpentes gigantes, cães enormes e negros de três cabeças, criaturas míticas, e dinossauros carnívoros famosos.

Acima da mulher que continua sua corrida na direção do castelo à sua frente, o céu está coalhado de bruxos, elfos, anões, que batalham uns contra os outros por alguma coisa.

Alguns ataques criam efeitos que mais parecem fogos de artifício, um deles até faz a mulher da capa vermelha olhar para o céu, quando um homem de óculos escuro, vestindo um enorme sobretudo preto, e montado numa vassoura voadora grita mergulhando na direção dela:

[ UDG ] A GAROTA DA CAPA. O CONTO REPAGINADOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora