Cap. III: ESCOMBROS E ESTRANHA BOA COMPANHIA

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Na manhã seguinte, de volta à escola, numa sexta-feira​ nublada, finalmente...Ao descer do ônibus escolar, no estacionamento do colégio, percebi que poderia descobrir de onde vinha aquele Volvo esportivo preto, e quem era trazido por aquele carro à escola.

Bem que as nuvens poderiam se abrir, iluminando aquela máquina sensacional quando as portas se abrissem, porém o nublado era o clima mais comum daquela cidade.

Por ter sido construída a partir de um vilarejo no coração da floresta, Enforks era uma cidade quase sempre coberta por nuvens e nevoeiros. Era tão pequena que foi esquecida pelos cartógrafos, e por isso já adianto ao leitor, que nem tente encontrá-la no mapa.

Se bem que a Google às vezes deixa escapar algumas imagens mais apuradas no Earth e no Maps; aí pode ser que (segundo alguns dos colegas geeks do colégio), você consiga encontrar locais como ilhas com fauna e flora pré-históricas fictícias, e cidades pequenas como Enforks.

Voltando àquela manhã cinzenta, logo as portas do incrível veículo se abriram, e dele saíram Robert, e um casal mais velho que parecia ser os pais dele, embora fossem bonitos demais para serem apenas humanos normais.

- Eles são podres de ricos amiga! - Uma garota ruiva disse batendo no meu ombro e fazendo com que eu voltasse daquele breve devaneio. Era minha amiga Jane, que descia do ônibus logo atrás de mim.

- Verdade! - respondi sorrindo enquanto caminhávamos para as primeiras aulas.

- Bom dia gatinhas! - August chegou sorrindo como sempre.

- Bom dia August - nós o cumprimentamos, mas ele já vinha com uma estranha pergunta:

- Vocês já viram como ficou o laboratório do professor Newton lá no outro lado do colégio?

- Vi nada menina! - Eu disse cabisbaixa - Fiquei tão impressionada com o desenho que o aluno novo fez do meu rosto que nem fiz o meu e levei um belo de um "zero"!

- Esquece isso, Rose! - August disse, faceiro como sempre. - Você recupera...

- Okay, - agradeci e perguntei confusa - mas o que aconteceu, quando e onde, gente?

- Todo mundo está falando disso! - Tomiko disse se aproximando. Incrível como minha colega asiática sempre surgia do nada.

- Sério? - Eu agora estava curiosa.

- Vamos lá no intervalo? - Jane sugeriu.

- Eu topo! - respondi prontamente enquanto já na sala de aula, esperávamos o professor chegar.

Assim que terminou a aula de Filosofia que precedia o intervalo, Robert Bullen também foi conosco até o laboratório do professor Newton, ou o que havia restado dele.

- Ele era muito obstinado. - um professor murmurou tocando numa coluna rachada e chamuscada.

- Um tremendo cabeça dura! - duas professoras concordavam enquanto caminhávamos com cuidado por entre vários cabos de energia desfiados e cacos de vidro.

- Mas afinal, o que houve aqui? - eu perguntei intrigada, enquanto August já adentrava o lugar em ruínas, tomado pela curiosidade.

- August, cuidado com esses cabos! - Jane gritou, mas Tomiko, como sempre sabendo das coisas interveio:

- A energia foi desligada para que os peritos entrassem, mas ao que parece nem os CSI encontraram nada além de evidências de uma explosão causada por algum curto circuito, ou fórmula combinada de forma incorreta.

- Gente? - Jane perguntou atônita enquanto caminhávamos por um corredor cheio de tubos de ensaio e aquários quebrados.

- Nem os CSI? - perguntei incrédula.

[ UDG ] A GAROTA DA CAPA. O CONTO REPAGINADOWhere stories live. Discover now