Cap. X: AMIGOS IMPROVÁVEIS?

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- Incrível! - Leza exclama quando o trem; atingido por uma leve enxurrada da cachoeira cujas águas já se estabilizam ao redor da estação, começa a reduzir a velocidade.

- E agora? - Senhor Conde pergunta apreensivo enquanto a paisagem outrora um tanto borrada, vai se tornando nítida e deslumbrante.

- Vou correr até o vagão de entrada lá na frente e ver se há algum lugar mais escuro para você. - Leza diz olhando ao redor.

- Tudo que terá de fazer e correr para fora e entrar depois junto com todos.

- Mas, e seus guardas? - o vampiro questiona receoso.

- Eu mesma vou recebê-lo como meu amigo de Estranhópolis, entendeu? - Leza diz sorrindo quando o trem começa a adentrar a estação, cujas colunas são ligadas ao chão por triângulos feitos de algum material translúcido como vidro, porém muito mais resistente.

Pessoas com roupas que lembram as de magos e druidas caminham por toda parte, e entre todas elas, um homem que veste um grande manto vermelho; se aproxima da plataforma, carregando algumas malas, ao lado de uma garota ruiva de cabelos repicados, que parece muito ansiosa pela chegada do trem.

- Entendido! - Senhor Conde diz contente, quando pergunta:

- É uma linha reta, até o vagão que precisamos ir. - Ela diz enquanto os dois saem do aposento em silêncio.

- Você poderia me levar até lá... Rapidinho?

- Sim! - o vampiro diz olhando para os lados.

- Só preciso segurar seu pescoço por trás, por conta do efeito chicote.

- Tranquilo! - Leza diz sorrindo, mas adverte:

- Apenas resista a tentação de me morder, está bem?

- Tem... - Senhor Conde responde, quando Leza sente uma mão grande e fria tocar-lhe suavemente a nuca.

- Minha palavra... - o vampiro ainda fala quando a princesa vê tudo ao seu redor se transformar num borrão.

- Alteza! - Senhor Conde conclui quando os dois se vêem diante das portas do trem que já está parando na estação de dimensões cada vez mais estonteantes.

- Pelas frígias eternas! - Leza exclama eufórica com a velocidade praticamente instantânea em que os dois se moveram.

- Isso foi...

- Alteza! - Senhor Conde interrompe. - Eu sei que foi legal, mas vamos ao plano.

- Sim, é claro. - Leza sussurra.

- Assim que as portas abrirem, faça a sua parte. - a princesa diz olhando para fora quando o trem finalmente para.

- Vou preparar um lugar para você.

- Até daqui a pouco milady! - o jovem diz beijando a mão da princesa, que agradece com um sorriso carinhoso, e se retira correndo para um vagão-restaurante.

[ UDG ] A GAROTA DA CAPA. O CONTO REPAGINADOWhere stories live. Discover now