Cap. XXI: SER; OU ESTAR LIVRE?

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- E-eu... - Gaguegei, já que toda e qualquer palavra para mim, de repente perdeu o sentido.

- Me diga uma coisa, Rosanne. - Tomiko perguntou se virando para mim.

- É melhor ser; ou estar livre?

- Eu... Acho que... - Tentei replicar, mas fui interrompida:

- Ela sempre teve um preço alto.
Ainda hoje; costuma exigir sacrifícios, que por mais dolorosos que sejam, demoram para transpôr a distância entre o desejo de se obtê-la, e sua real conquista.
Liberdade.
O maior erro do ser humano sempre foi considerá-la um mero status ou patamar a ser atingido. Razão pela qual, bilhões já se frustraram, e ainda desistem de procurá-la.
Faz a diferença todo aquele que a considera como uma causa, um objetivo, uma razão para lutar e viver, uma vida com propósito.

Ouvir aquelas palavras ditas por Tomiko; era como estar presente em muitos dos maravilhosos sermões do bispo Peter F. M. Jr, presidente da igreja onde eu congregava.

Apesar do ceticismo de minha avó, ouvir os conselhos da primeira dama e esposa dele, a pastora Marise, sempre me fazia muito bem.

Mas agora eu estava ali, diante de inúmeras realidades paralelas bem diante dos meus olhos, que me faziam questionar minha vida, minha sanidade, minha própria fé!

Mas agora eu estava ali, diante de inúmeras realidades paralelas bem diante dos meus olhos, que me faziam questionar minha vida, minha sanidade, minha própria fé!

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- Com a feliz exceção de suas, fé e espiritualidade... - Tomiko disse ainda contemplando o lago que voltara ao normal.
- Sim! Ela foi.

Descobrir, ver, ouvir e sentir tudo aquilo ainda caía como "a mãe de todas as bombas" em cima da minha cabeça.

- Imagino o quanto a verdade sobre você mesma; seja doloroso para você! - Tomiko ainda falava, quando com meu corpo todo tremendo e não podendo falar vi Robert, e um lobo gigantesco chegarem correndo às margens do lago onde estávamos ela e eu.

- E conhecereis a verdade, - Tomiko disse me estendendo a mão direita, quando Robert e aquele lobo imenso se aproximaram e pararam, ambos aos lados dela:
- E a verdade vos libertará.

- Jesus! - Eu sussurrei, não somente diante de uma passagem da Bíblia Sagrada dita por uma amiga que além de budista, revelara ser muito além de um mero ser humano, mas por estar diante de um castelo de cartas, que além de desmoronar, era minha própria vida mostrando que...

- Nunca foi minha. - Eu murmurei, enquanto as lágrimas ardiam nos meus olhos e Tomiko dizia:
- Talvez não seja de todo, concordo. - Ela ainda concluía aquando aquele lobo enorme falou com uma voz grave e ruidosa:
- Mas foi através dela, que você chegou até aqui.

- Tomiko... - Eu disse ainda intrigada com a lembrança daquele momento bizarro ocorrido enquanto eu lia e também via os acontecimentos narrados papéis enfeitiçados, sobre aquela estação de trem futurista e interdimensional que imergira d'água, como se estivesse exatamente ali.
- E quanto àquela garota, daquela visão que tive ao ler aquelas cartas enfeitiçadas?
Do nada virou para mim, dizendo ter me achado e narrativa nas folhas até mudou... Era como se ela soubesse que era eu quem estava lendo aqueles...
- Não se preocupe, Rose. - Tomiko me interrompeu, sem virar para trás. - Isto faz parte duma coisa que você deverá saber como lidar, quando chegar a hora.

- Quê? - Murmurei, ainda mais confusa com o que ela disse.
Espantada com o fato de Calientob, o ex-cunhado de Robert ter se transformado naquele canino monstruoso e falante caminhando ao seu lado, eu continuava questionando sobre o que Tomiko acabara de dizer, quando Robert disse me oferecendo um abraço, que eu aceitei:

- Relaxa, Rose. - Robert sussurrou no meu ouvido, me distraindo e fazendo esquecer da pergunta, enquanto o lobo enorme caminhava ao lado de Tomiko, que agora voltava para mansão. - Vai ficar tudo bem, vou estar sempre aqui contigo.

- Ei, Rosanne... - Tomiko disse olhando para trás e sorrindo.

- Este sim; é o seu Feliz Para Sempre! - ela ainda falava quando; caminhando ao lado do lobo, o seu corpo se desfez, em uma revoada de borboletas brancas.
- Meu, o quê? - Eu ainda murmurava, estarrecida com aquelas borboletas que já ganhavam o céu sobrevoando o bosque e indo na direção da mansão ao longe.

Parados ao meu lado, e também ficando de frente para o lago, Robert e o lobo gigante também observavam as borboletas brancas que sobrevoavam o lago indo para longe, quando ouvimos a voz de Tomiko concluir, porém ecoando por toda parte:

- E ele está só começando.

F I M

[ UDG ] A GAROTA DA CAPA. O CONTO REPAGINADOOpowieści tętniące życiem. Odkryj je teraz