Cap. IX: VISÕES: A ESTAÇÃO INTERDIMENSIONAL

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Continuei lendo enquanto aquelas imagens que curiosamente retrataram tudo que eu lia,tornavam-se ainda mais nítidas - eu praticamente sentia o vento entrando por algumas janelas distantes do trem.

Era como se a paisagem além das janelas panorâmicas daquele trem também fossem vistas por mim, de dentro dele, tão imersa que eu já me encontrava naqueles manuscritos:

Algum tempo depois... Leza fecha a porta de seu aposento bem devagar, e para que ninguém perceba que saiu, coloca a mão no chão, fazendo o gelo derreter, e atraindo toda a água de volta, até que o chão fica completamente seco.

- Obrigado alteza! - o rapaz de preto, agora sentado no chão do aposento da princesa agradece admirando sua incrível habilidade:

- Nunca vi alguém que controlasse assim um elemento da natureza, além de meio meio-irmão, Petros Corvinus.

- Obrigada! - Leza diz secando as mãos com um lenço enquanto se senta numa poltrona ali perto.

- Em pensar que eu sempre quis ver um vampiro de perto. Deve ser coisa do destino!

- Talvez sim! - o jovem diz sorrindo.

- Mas não quero que se prejudique por minha causa está bem?

- Fique tranquilo! - Leza diz enquanto lá fora... O trem se aproxima de um denso nevoeiro.

- Então, Senhor Conde... - Leza murmura baixinho.

- Você é...

- Um vampiro! - o jovem clandestino e agora convidado responde sorrindo:

- Sim. Entretanto, meu pai me levaria até a estação central da Transilvânia pela manhã, de onde pegaria o trem para a escola de Blogwarts.
Graças às minhas habilidades.... Nós até recebemos a carta trazida pelas corujas dos próprios diretores da escola, Lorde Urgannus e Madame Villannard, porém...
Ontem à noite...

- O que houve? - Leza pergunta intrigada. - Se você recebeu o convite, não precisava invadir o trem.

- Aliciada por um anjo renegado escondido havia mais de um século entre os homens, e que desejava aniquilar todos os monstros em meu mundo, uma turba enfurecida de malditos mortais - sem ofensas...

- Tudo bem! - Leza releva, e ele conclui:

- Atacou o castelo de meu pai, e tivemos que fugir de lá às pressas!

- Mas e seu pai? - Leza pergunta ainda admirando o peitoral quase à mostra do rapaz, que parece ter uma formidável musculatura escondida sob a roupa preta e surrada.

- Ouvi alguns guardas dizendo que ouviram vários guinchos de morcego, meio que misturados a rosnados em cima do trem.

- Nós dois conversamos em dialeto animal, alteza. - Senhor Conde diz encostando as costas na lateral de uma cama atrás dele.
- Ele enviou-me para Blogwarts para que eu fique seguro, enquanto procura meus demais irmãos desaparecidos e se vinga daqueles que também foram responsáveis pela morte de minha mãe humana. Relação essa da qual sou... Um fruto proibido, por assim dizer!

- Ora essa. Mas, que história fascinante a sua! - Leza resmunga sorrindo, quando o vampiro pergunta:

- Todavia, como Vossa Alteza pretende explicar minha presença aqui, aos seus guardas?

- Será fácil! - Leza diz acenando para colocar o capuz.

- Ah sim! - o rapaz diz cobrindo a cabeça. - O sol.

- Veja por trás da cortina mesmo! - Leza diz apontando para a enorme janela panorâmica em seu aposento.

- Realmente estamos chegando na estação Strangeville? - Senhor Conde pergunta ao contemplar um painel do trem que indica uma estação cada vez mais próxima.

- Sim, meu amigo! - Leza responde sorrindo, quando uma estranha chuva começa a cair sobre o trem, e o nevoeiro denso desaparece dando lugar a uma cena grandiosa e aterradora.

Então o que é aquilo? - o vampiro pergunta ao ver o trem descendo na direção duma cachoeira colossal que parece surgir do nada.

Mas o que é isso? - o jovem vampiro grita preocupado quando dos turbilhões de água cada vez mais próximos...

Emerge uma estação de trem flutuante e gigantesca, que possui três edifícios metálicos colossais, em cuja base de formato cilíndrico se abre uma enorme plataforma cheia de luminárias, de onde uma ponte metálica com trilhos irrompe e se conecta com...

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Emerge uma estação de trem flutuante e gigantesca, que possui três edifícios metálicos colossais, em cuja base de formato cilíndrico se abre uma enorme plataforma cheia de luminárias, de onde uma ponte metálica com trilhos irrompe e se conecta com os trilhos à frente do trem.

- Aí está ela! Estranhópolis! - Leza diz olhando para a construção monolítica de arquitetura futurista, enquanto esta sobe cada vez mais acima das águas caudalosas que caem, desaparecendo nas trevas duma enorme abertura entre copas de árvores gigantescas.

Duma vista mais panorâmica é possível contemplar o trem adentrando a estação agora erguida bem no centro das cataratas colossais, porém apesar do tamanho descomunal a estrutura metálica sequer toca o solo.

[ UDG ] A GAROTA DA CAPA. O CONTO REPAGINADOWhere stories live. Discover now