Cap. XIII: LEMBRANÇAS, PERGUNTAS, SURPRESAS

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Talvez você estranhe como as coisas aconteceram tão rápido nestes últimos dias, mas nem sempre a minha vida foi tão agitada assim.

Na verdade, eu e minha avó vivíamos tão, ou ainda mais pacatamemte que a maioria das pessoas de Enforks, até ela, meus pais e eu sofrermos um terrível acidente de carro justamente quando nos mudávamos para uma cidade litorânea da qual não me recordo mais.

Tudo que sei daquela época, além das fotografias foi contado ou mostrado pela minha avó.

Segundo ela, devido ao acidente, nós duas sofremos muitas fraturas, e ainda perdemos memórias recentes da época. No meu caso, apesar da ajuda de psicólogos para lidar com isso, sempre lutei para associar fotografias que minha avó tinha, mas nunca consegui, até que um dia foi constatado que meu caso foi pior que o dela. Com quase seis anos eu perdi aproximadamente três anos da minha vida, o que infelizmente varreu mais de noventa por cento das minhas recordações de como eram os meus pais, por exemplo.

Apesar de seu evidente ceticismo, a recuperação de minha avó mesmo com seus cinquenta anos bem conservados, também foi um milagre. Sempre admirei o fato de que ela parecia não envelhecer desde que me entendo por gente!

Atualmente, eu lidava melhor com meu passado nublado, até que encontrei no apartamento do professor Newton, todos aqueles documentos super estranhos fazendo referências à minha avó e até ao meu próprio sobrenome.

Robert, apesar de minha resistência em associar aqueles papéis a minha própria história, estranhamente insistiu em me conhecer melhor para que juntos, talvez descobríssemos mais sobre aquilo tudo.

Confesso porém, que minha mente agora era bombardeada por perguntas sobre meu passado, e até sobre meus antepassados, sem esquecer também do fato de o professor Newton ter aqueles papéis e documentos antigos guardados no apartamento dele.

Como já estávamos de férias e minha avó não voltava naquela semana, fiquei na mansão dos Bullen.

Segundo Robert, Kirsten resolvera viajar para Monterra, uma cidade na Itália, com os tios Demment, Errosalie, Alince e Vasper. Eu respirei aliviada por saber que não encontraria minha inimiga bem na casa dela.

Quando a vi pela primeira vez no colégio, nem liguei muito pois ela nem me notava. O problema foi quando Robert se aproximou de mim, aí as provocações começaram.

Bullyng, desprezo e racismo disfarçado das mais ridículas maneiras não puderam me dizer quem eu era ou deixava de ser.

Eu era Rosanne Redine e não precisava provar nada a ninguém, a não ser eu mesma, apesar do inferno em que logo a irmã daquele aluno atrasado que entrou pela porta aberta, estava tentando transformar a minha vida.

No entanto, desde que conheci Robert Bullen e me tornei amiga dele, era como se nada, nem ninguém mais importasse.
Na verdade, ainda me lembro duma discussão que acabei ouvindo entre os dois onde ele conquistou ainda mais, ao me poupar o trabalho de quebrar a cara dela porém com palavras.
- Eu não vejo uma pessoa de qualquer outra classe, raça ou tipo, Kirsten. - Robert gritava no andar superior da casa - mas sim uma mulher incrível e minha melhor amiga. Não que Rose precise de mim, para defendê-la, mas...
Atreva-se a insinuar algo inapropriado sobre ela, outra vez, que eu te parto em duas!
- Não acredito que você também contou isso pra eles, Robert? - Ela gritou enfurecida e quase chorando.
- O quê? Não é você quem quer bancar a adulta, minha cara? Então vai ter de aprender a ser primeiro.
- Te odeio, Robert! - Ela gritou quebrando alguma coisa lá em cima, enquanto eu me acabava, tentando segurar umas boas gargalhadas lá na sala de visitas.
- E quem disse que isso é problema meu? Vai se tratar, garota! - Robert respondeu surgindo como um borrão bem aí meu lado.
- Bora, Rose? - Ele disse girando a chave do carro nos dedos. - Vou te levar em casa.

[ UDG ] A GAROTA DA CAPA. O CONTO REPAGINADOOù les histoires vivent. Découvrez maintenant