Cap. XIX: REVELAÇÕES E SACRIFÍCIOS

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- Princesa Leza! - Lebrir exclama contente.

- Chegou bem na hora! - o coelho se dirige a recém-chegada que descobre a cabeça, revelando uma longa cabeleira branca, amarrada numa trança única, presa por pingentes e uma linda tiara de gelo laminado.

Uma bela mulher, pálida e de lábios azuis agora caminha pelo meio dos professores e alunos.

- Está certo disto, Lebrir? - Ela pergunta cerrando os punhos, e abrindo as mãos, estende os braços para a água.

- Uma vez que eu tocar na água, - a mulher alerta, quando o lugar começa a esfriar e o chão; congelar sob seus pés. - ela se tornará mortal.

- É isto; - Lebrir réplica. - ou morrer nas mãos deles!

- Que assim seja! Ela murmura entrando no lago, cujas águas começam a congelar superficialmente.

- Mas que ser poderoso... - Alguns centauros perguntam uns para os outros:

- Será que ela é uma fada? - alguns grifos e bruxos adolescentes questionam atônitos.

- E se for uma bruxa? - algumas fadas perguntam desconfiadas, quando a estranha princesa, olha para a água que ainda se congela abaixo de seus pés e assopra.

Na mesma hora, dois funis de água, serpenteiam no ar, subindo do lago até que tocam as palmas das mãos dela.

- Vão! - Ela grita quando o lago começa a congelar instantaneamente - Corram!

- Não existe caminho mais rápido que este! - Lebrir grita da outra margem, quando todos os alunos e criaturas que não podem voar, começam a correr pelo leito rio que se congela sob suas patas e pés.

- Mantenham o passo! Mantenham o passo! - alguns grifos e gárgulas gritam sobrevoando os que vão por terra.

- Eu... - uma pequena aluna tróu grita chorando - eu não consigo, me deixem!

- Não! - um jovem ogro que vem correndo logo atrás dela grita agarrando-a pela cintura.

- Ninguém fica pra trás! - a fera conclui jogando a jovem para cima.

- Não! O que você... - a garota ainda berra, quando um grifo agarra-lhe os braços com as patas da frente, e leva até a margem ao longe.

Duma vista panorâmica... Ainda é possível ouvir o barulho abafado e estrondoso das águas sendo congeladas sob os pés e patas de todos que já chegam ao outro lado; quando a jovem de cabelos brancos que ajoelhada à margem mantinha as mãos sobre as águas, também começa a correr pela planície de gelo.

- Leza! - Todos gritam ao vê-la muito distante - Corra!

- Vão! - Ela grita parando; e virando-se para trás diz cerrando os punhos já apontados na direção do leito congelado:

- Alguém vai ter que atrasar estes malditos!

- Não faça isto Leza - uma centauro que já aguardava os fugitivos na outra margem grita com a voz embargada - Ela já matou sua irmã, a Lana, e seu melhor amigo, Otav!

- É um bom motivo para ficar e lutar! - Leza grita quando do leito do rio congelado, começam a brotar enormes bonecos de neve e gigantes de gelo.

- É uma pena você não estar aqui para lutarmos juntos, meu sanguessuga preferido - Leza sussurra divagando por um breve instante.
- Mas, agora... Vingarei o meu reino! - Ela murmura enquanto os monstros de neve e gelo emergem do lago; e se colocam todos em posição de ataque formando um enorme exército que se espalha por toda a superfície congelada.

- Vocês, também são meus amigos!

- Não deixe que façam com este mundo; o que fizeram com os nossos! - Ela diz deixando uma lágrima rolar de seus olhos, mas a gota logo se congela, assim como suas últimas palavras, que deixam todos confusos.

[ UDG ] A GAROTA DA CAPA. O CONTO REPAGINADOWhere stories live. Discover now