06

59.7K 7.7K 29.1K
                                    

Dei uma última escovada nos meus cabelos e, pouco depois, ajeitei-os com meus próprios dedos. Eu ficava parecendo um palhaço quando penteava meus fios daquele jeito: arrumado e caindo para trás.

Suspirei em frente ao espelho, cara, a única coisa que eu não queria fazer hoje era sair. Eu estava com um sono do caramba porque, na noite passada, não dormi bem por, sabe, lance com o ChimChim e, poxa, após ter sido desculpado eu sentia que finalmente conseguiria relaxar. Dormir um pouco. Ok, dormir muito já que amanhã é sábado.

Só que, infelizmente, eu fiz a cagada de deixar Taehyung me descobrir. Descobrir que eu estava vendo um vídeo do Jimin, e agora, eu teria de arcar com as consequências.

— Boa noite. — ouvi a voz do meu pai e deixei de olhar para o tênis que eu amarrava nos pés para encará-lo.

— Oi. — vi-o entrar no meu quarto, deixando a porta aberta.

Uma coisa que eu nunca gostei era como meu pai entrava no meu quarto só para mudar tudo nele. Ele era meio controlador quando o assunto era organização e, sempre que ele chegava depois do trabalho e entrava no quarto para me ver, ele mudava algumas coisas de lugar, trocava a direção do meu ventilador de teto e abria as cortinas. Porque ele gostava daquele jeito e eu tinha que esperar ele sair para mudar tudo de volta, ou ele ficaria frustrado.

— Tudo bem? — confirmei com a cabeça, recebendo um beijo na testa após isso.

E, não me entendam mal, por favor. O meu pai é o cara mais legal do mundo. Eu gosto dele, é uma pessoa muito boa. Só tem seus poucos defeitos, como todo mundo por aí. Mas ele é realmente legal.

— Ah, pai... — resmunguei, vendo-lhe mexer na minha escrivaninha.

E lá estava ele mudando minhas coisas de lugar.

— Ok, ok. Parei. — riu da minha frustração. — Ei? Você está se arrumando? Vai sair?

— Vou sim. — a cara assustada dele dizia que ele não esperava mesmo por aquilo.

— Por quê? — era realmente raro eu sair de casa, por isso sempre que eu saía tinha que ter um motivo. E, bem, sim, sempre tinha um.

Mas isso não quer dizer que eu o diria o motivo real.

— Deu vontade. — vi-o andar pelo meu quarto, se sentando na cadeira perto da escrivaninha. — É nessa hora que você me oferece dinheiro e diz "finalmente meu filho está virando um adolescente normal"! — fiz uma voz engraçada, fazendo-lhe rir um pouco.

É, eu podia me aproveitar um pouco disso também.

— Dinheiro para quê? Impressionar um certo alguém? — ergueu uma das sobrancelhas. Ri e neguei.

— Não... eu só quero comer mesmo. — é, eu ia mesmo gastar com comida. — E normalmente não se usa dinheiro pra impressionar alguém. Se impressionar, é porque a pessoa impressionada não é a pessoa certa. Não acha?

— Hum, seu esperto. — girou sobre a cadeira de rodinhas. — Você não tem nenhum alguém especial, filho?

Meu pai também tinha isso de vir me perguntar sobre o amor. Mais do que qualquer um, ele era o que mais queria saber sobre a minha vida amorosa. O que era engraçado em alguns aspectos, mas deixava-o mais legal.

— Não pai. Eu tô solteiríssimo.

Ele riu.

— Ah, Jeongguk. Meu filho, você sabia que namorar é uma das melhores coisas na adolescência? Na vida também. — dei de ombros.

— Você acha, é?

— Claro! Você vai ver. Quando acontecer com você, meu filho... Hah! Não conseguirá viver sem.

Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora