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— Aqui. — começou a acariciar os quadris onde dizia que doía, e depois fez uma careta. — Tá calor. — e voltou a abanar o corpo.

— Por que veio com essa camisa gola alta?

— Para ter estilo. — cruzou seus braços.

— Pode ter estilo com roupas mais frescas, Tae. — e ele negou com a cabeça em silêncio. — Por que seu quadril tá doendo, hein?

— Dormi de mal jeito. — resmungou, deitando a cabeça sobre a mesa. — Me sinto... Cansado.

— É segunda. Não te culpo. — afaguei suas costas.

Suspirei observando o pátio externo cheio e também deitei a cabeça sobre a mesa amadeirada. Estava calor e muito agitado porque o período de provas dos veteranos do turno da noite chegara ao fim e, agora às oito da manhã de uma segunda, estamos presenciando todas as turmas livres de aulas, apenas esperando os funcionários do colégio acabarem de organizar o campo de futebol para participarmos das gincanas. Tudo para comemorar o sucesso de alguns alunos. Acontecia todo o ano e até que era legalzinho, mas hoje parecia chato. Não sei se é porque é segunda ou se é porque o Tae está mais sonolento que o normal, não sei. Só sei que quando ele fica assim, eu fico mais desanimado também.

— Oi. — olhei para Hoseok, que também não estava lá muito agitado, soltando sua mochila sobre a mesa.

— Bom dia. — cumprimentamos ele, que se sentou ao lado do Tae.

— Tá quente hoje. — Jung reclamou também, estalando seus dedos.

— Sim. — Tae concordou.

— É porque vocês dois estão usando roupas de inverno. — sim, Hoseok também estava de moletom, o que podia parecer estranho pois estava muito calor.

Mas, claro, ambos tinham seus motivos para vestirem-se daquela maneira. E eu apoio-os totalmente.

Tudo isso porque uma vez Taehyung veio para a escola sem cobrir as marcas no pescoço, e um agente escolar notou os chupões em sua pele. Nosso colégio costuma ficar de olho nessas coisas: alunos com marcas sexuais, rapazes querendo camisinhas, meninas conversando alto sobre pílulas e mais algumas coisas perversas que todo adolescente faz por aí. Apenas querem que nós tenhamos o cuidado necessário com essas coisas porque convenhamos, engravidar na adolescência não é muito legal, e é claro que com o Tae não foi diferente. A mãe dele ficou sabendo através de uma ligação da diretoria. No mesmo dia, eu, Tae e nossas mães, tivemos uma conversa incrivelmente constrangedora sobre se cuidar, transar com camisinha, tratar as garotas com cuidado e mais um monte de merda sobre sexo hétero, sendo que eu não havia feito nada de errado, só fui incluído. Além de ser nojento ter que ouvir nossas mães falando sobre gozo, masturbação, sexo oral e outras várias baboseiras, o fato de nenhum de nós ficar com garotas só piorava tudo. Claro que as marcas no Tae não eram de uma menina, era óbvio de quem eram, e eu não ficava com ninguém.

Desde então o Tae sempre se cobre quando está marcado. É ruim, mas necessário.

— E vocês? Irão participar dos jogos de hoje? — perguntei e quis sair de lá quando o Hoseok começou a massagear o quadril dolorido do Tae.

— Ah eu não-hm... Quero não... — meu primo respondeu. De verdade, era uma bosta ter que ficar com eles naqueles momentos.

— Eu também... Eu também não. — virei o rosto para frente, começando a ficar constrangido. — Ugh... — resmunguei incomodado quando fui abraçado por trás, o que não era lá muito comum porque as únicas pessoas naquela escola que me abraçam estavam bem ao meu lado.

— Jeongguk! — oh, era o Mingyu. — O que vocês estão fazendo aqui? Vamos para a quadra! — olhou-nos.

— Ah eu não quero ir... — Hoseok resmungou. Eu estava agradecendo aos céus por Mingyu ter aparecido para me tirar daquele lugar.

Meu amigo não tão imaginário {jikook} EM REVISÃOOnde as histórias ganham vida. Descobre agora