Capítulo dez

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                   Ricardo

Acordo num sobressalto com um pesadelo, parecia tão real que pude sentir uma dor aguda em meu peito, no pesadelo vi Helena em um caixão e o pior a culpa era minha, todos me apontavam e diziam que eu tinha sido o culpado pela sua morte e começaram a me atacar, então eu acordei.

A princípio senti um grande alívio por notar ser apenas um pesadelo mas quando notei a falta de Helena ao meu lado novamente me apavorei.

Levanto de pressa e procuro pelo pequeno quarto algum sinal dela ou quem sabe um bilhete mas não encontrei nada, como ela pode sair assim sem dizer nada depois dessa noite quente que  tivemos.

-Só pode ter acontecido alguma coisa muito grave para ela ter saído sem se despedir ou será que simplesmente ela não quis falar comigo?

Falo a mim mesmo na esperança de acalmar essa sensação de que algo deu errado.Tentei ligar mas ela não atendeu, definitivamente tem algo errado.

Tomei um banho rápido, nem tomei café e fui direto para o hospital, ignorando as várias ligações do Alberto e sequer  olhando os emails que tinham que ser respondidos ainda hoje.

Assim que cheguei ao hospital me encaminhei para o local onde a mãe de Helena estava, chegando a porta hesitei pois mesmo estando aqui a quase três semanas ainda não falei com dona Marta, ou melhor Helena não deixou que eu a visse e sinceramente não achei uma má ideia pois sei que a partir do momento em que me aproximar também de sua mãe estarei tomando um caminho meio que sem volta e não estou disposto a nada além de sexo sem compromisso nesse momento, mas para falar com Helena terei que correr esse risco.

Bato na porta e escuto uma voz dizendo para entrar, reconheço a voz como sendo de Helena respiro fundo e entro.

-Oi   -  falo sem graça com um sorriso amarelo, assim que entro.

-Ricardo? O que você está fazendo aqui?  -  ela fala tão baixo que custo entender o que está dizendo e vejo pela sua cara de espanto que ela não esperava me ver aqui.

-Desculpe ter vindo mas é que você saiu sem que eu visse eu liguei e você. ....

-Acho melhor conversarmos lá fora   -   ela me deu um olhar mortal   -   agora.

-Ricardo?  -   ouço a voz de dona Marta que acorda e me olha como se eu fosse um monstro com sete cabeças   -   Aquele Ricardo?  -  sua voz mesmo estando meia fraca sai alta e me parece com raiva.

-Mãe por favor, depois eu te explico   -   é impressão minha ou Helena está apavorada com minha presença diante de sua mãe.

-Depois nada, quero esse homem fora daqui agora, eu não o quero perto de você, como você pode deixar ele se aproximar depois de tudo que te fez.

-Por favor Ricardo saia.

-Mas Helena eu só....

-Saia   -  ela veio abriu a porta e falou apenas num sussurro.

-Depois nos falamos.

Saí para o corredor sem entender o que tinha acabado de acontecer, pude ouvir que elas discutiam mas não entendi o que  diziam.

Fiquei um bom tempo ali do lado de fora até as vozes se acalmarem mas como Helena não se dignou a sair voltei para o hotel.

O dia passou se arrastando a todo instante olhava para o celular para ver se ela havia me ligado, mas nada, nenhuma mensagem.

Problemas e mais problemas era assim que estava sendo meu dia, Alberto exigia a minha presença na capital o mais rápido possível, Joseph dizia que faltava pouco para que todos da ilha resolvessem vender suas casas mas que precisava da minha assinatura nos contratos, minha filial na Itália também pediu que eu comparecesse urgentemente por lá, o mundo desabando e eu aqui com a cabeça nas nuvens pensando somente em Helena e o motivo dela não me ligar.

Batalhas Do Coração Where stories live. Discover now