Capítulo dezenove

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                      Ricardo

Uma coisa eu aprendi nesses últimos dias sempre que as coisas estiverem ruins não se preocupe, nem se desespere pois ainda pode piorar e piorar muito.

Como se não bastasse tudo o que tenho vivido com Helena e de todo sofrimento que já causei a ela, agora para completar minha desgraça, estou preso.

Até agora não consigo acreditar que acharam notas de compra de explosivos dentro da gaveta do meu escritório, coincidência ou não, são do mesmo explosivo que explodiu o barco onde Helena estava e foi comprado poucos dias antes, já falei um milhão de vezes que nunca vi essas notas pois não comprei explosivo algum mas nada que eu fale faz com que o juiz me dê o  habeas  corpus.

Ficar preso pra mim não está sendo um problema, por possuir curso superior estou em uma cela com até um certo tipo de conforto, estou sozinho e em uma delegacia onde os policias me tratam bem, o que está me deixando louco porém é saber que posso nunca mais ganhar o perdão de Helena, isso sim é que tem me deixado transtornado, não consegui falar com ela e a essa hora o ódio que ela senti por mim pode não ter mais volta, saber que ela pode estar acreditando que eu tentei matá-la pra mim é insuportável.

Alberto disse que tem feito de tudo para me tirar daqui mas ao que parece o juiz Flores que foi designado para o caso tem feito de tudo para que eu não saia da cadeia.

Alberto também disse que ligou para Helena mas não conseguiu falar com ela, então ligou para Elisa, explicou tudo e ela prometeu falar com Helena e tentar convencê-la da minha inocência, não sei se ela conseguiu, mas sinto que Elisa é minha única esperança.

O que me resta é esperar e torcer por um milagre o que a essas alturas ficou quase que impossível.

Agora pouco um policial veio me chamar e disse que tenho visita, com certeza é Alberto, espero que pelo menos dessa vez tenha trago uma boa notícia, se não vou enlouquecer.

Ouço a porta se abrindo e logo me levando, quando porém vejo quem entra na sala meu coração pula algumas batidas.

-Helena!!!?  -  fico sem ação, buscando algum sinal em seu rosto de que ela não veio até aqui para me acusar.

-Oi Ricardo   -   sua voz sai tão suave que meu coração se abre na esperança de que agora tudo dará certo.

-Oi, eu não estou acreditando que você está aqui  -  dou alguns passos em sua direção e paro a apenas alguns centímetros de seu corpo  -  eu só posso estar sonhando.

-E por que eu haveria de não vir, disse que acredito em você e essa prisão é uma injustiça, não é?  -   ela diz com certa dúvida o que me deixa um pouco apreensivo.

-É lógico que é uma injustiça, não faço ideia de como acharam essas malditas notas de compra em meu escritório juro a você que nunca vi esses papéis, mas se estiver em dúvida da minha inocência farei de tudo para provar de que tem alguém armando contra mim só não sei quem e preso aqui nunca vou descobrir.

-Calma, não se preocupe eu acredito em você, mas é difícil para mim, espero que entenda.

-Eu suporto tudo Helena menos a ideia de que você possa pelo menos cogitar que eu tentei matá-la   -   não resisto e a abraço, ela não se afasta mas também não retribui, o que me deixa confuso.

O abraço não dura muito pois ela se afasta me olhando severamente.

-Estou aqui, mas peço que não confunda as coisas, vim como advogada e apenas isso, sei que o juiz está dificultando as coisas e vou tentar interceder por você, embora até agora eu não tenha entendido como o seu advogado ainda não o tirou daqui, não é algo difícil de se conseguir.

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