Capítulo vinte e dois

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                    Ricardo

Estou com uma dor de cabeça insuportável, sinto meus olhos pesados mas tento abri-los mesmo assim, porém tudo que vejo é uma escuridão, os fecho novamente e apago.

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Ouço vozes alteradas, sei que tem alguém aqui, estou confuso mas reconheço meu quarto, procuro me concentrar nas vozes e entender o motivo dessa discussão e também o por quê de eu estar me sentindo tão mal, e o que ouço não faz nenhum sentido.

-Tem que levá-lo a um médico.

-Já disse que não será preciso.

-Ele vai morrer se continuar assim.

-Não se intrometa, quer perder o seu emprego.

-Não senhor   -   a voz é de uma mulher e parece estar aflita.

-Então faça o que eu mando.

Aos poucos as vozes foram ficando mais longe e eu já não ouvia mais nada, acho que durmi novamente.

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O queimor que sinto é muito grande até parece que estou em chamas, tudo dói, tento abrir os olhos e nem isso consigo mais.

Uma voz doce invade meus ouvidos, uma voz melodiosa que parecia de um anjo, acho que estou delirando ou morri.

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Depois de um tempo sentindo que eu estava dentro de um forno, um alívio, sinto uma mão acariciar meu rosto e logo depois algo é colocado em minha testa dando uma sensação de frescor, estou morrendo de sede, mas não consigo nem pedir um pouco de água, a sensação de frescor é tão boa que volto a dormir, dessa vez com mais tranquilidade pois sinto que um anjo vela por mim.

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Mais uma vez tento abrir os olhos e diferente das outras vezes agora à uma luz, não sinto mais como se estivesse queimando vivo e minha boca está molhada.

Tento me mexer e meu corpo dói por inteiro mas mesmo assim não desisto, forço meus braços e consigo sentar na cama me escorando na cabeceira, noto que no meu braço tem uma agulha ligada a um soro que está pendurado ao lado de minha cama.

Estou sozinho no quarto ou pelo menos pensava que estava até ouvir um barulho de água escorendo vindo do banheiro e logo em seguida a porta se abre e quando vejo quem saiu do banheiro tenho certeza de que ainda estou delirando e tendo um lindo sonho.

Olho para aquela visão e não consigo evitar um sorriso e quando ela sorri de volta entre lágrimas e caminha até mim meu coração implora para que eu não acorde antes que ela me toque.

-Você acordou   -  ela me abraça e seu perfume me embriaga   -  tive medo de que você desistisse, tive muito medo de perdê-lo    -   sinto seu coração batendo em descompasso e suas lágrimas molham meu ombro só então me dou conta de que não estou sonhando.

-Helena?!!!  -  pronuncio seu nome pare ter certeza de que não estou mesmo delirando.

-Sim, sou eu meu amor   -   eu ouví bem? Ela me chamou de meu amor?   -    nunca mais faça isso entendeu? Quase me matou de tanta preocupação foi horrível, jamais quero sentir isso de novo, nunca mais vou me afastar de você.

-Eu ouvi bem, você não quer mais se afastar de mim, não estou entendendo, o quê aconteceu comigo? Por que você está aqui dizendo essas coisas, não que eu esteja reclamando de você estar aqui, muito pelo contrário tê-la aqui é a coisa mais maravilhosa que me aconteceu nesses últimos dias, mas eu preciso entender o quê aconteceu comigo e o por quê de eu estar me sentindo como se tivesse caído de um penhasco.

Batalhas Do Coração Where stories live. Discover now