Batalhas Do Coração

Capítulo vinte e sete

Helena

Minha sala está um caos não que ela seja arruma mas hoje está muito pior do que os outros dias, para me distrair dos problemas Sebastian teve a brilhante idéia de organizar os vários e vários processos que estão espalhados pela casa especialmente na sala, guardo tudo que leio e com isso quase não me cabe mais no meio de tanto papel.

Paro por um tempo de analisar os papéis que tenho que jogar fora e começo a pensar em tudo que aconteceu nessas últimas vinte quatro horas, nem parece que se passou apenas um dia desde que entrei na casa do Ricardo e vi aquela cena bizarra, parece que aconteceu a tanto tempo numa outra vida quem sabe.

Senti tanta dor naquele momento que chegou a me sufocar, eu queria gritar, queria voar no pescoço daquela vadia e arrancá-la de lá a tapas, queria dizer e fazer tantas coisas, no entanto não tive forças, minha cabeça mandava eu agir, mandava eu tomar uma atitude qualquer, meu corpo porém não obedecia aos comandos da minha mente.

Como eu quis dar uma surra naquela vaca, principalmente quando ela chamou o Ricardo de bebê pois vi no seu olhar que ela fez tudo aquilo para justamente me ver perder a cabeça, mas eu simplesmente não reagi, virei as costas e fui embora, destroçada saí de lá e não consegui dirigir por muito tempo encostei o meu carro e desabei, chorei e me recriminei por não ter feito absolutamente nada, foi quando vi o carro do Ricardo passando em alta velocidade reconheci pois não existe muitos Porsche amarelo rodando por aí, não sei de onde tirei forças mas acelerei meu carro e os segui, não foi difícil afinal já era quase de madrugada e as ruas não estavam muito movimentadas sem contar que não demorou muito vi o carro parando em frente a um hotel de quinta, parei o meu carro a uma certa distância e nessa hora tudo pareceu ficar ainda pior se não fosse minhas mãos trêmulas eu teria ido embora e juro que nunca mais o Ricardo me veria, foi aí que vi ele saindo do carro e praticamente arrancando ela lá de dentro, nesse instante uma pequena fagulha de esperança se ascendeu em mim, foi quando notei o quanto ele estava nervoso e mesmo não ouvindo o que eles falavam vi que estavam discutindo, consegui parar de chorar feito uma boba e respirei fundo para prestar atenção no que acontecia, depois da pequena discussão ele entrou no carro, deixou aquela vadia na calçada gritando com ele e foi embora.

Não entendi o que eu tinha acabado de presenciar, se eles iam passar a noite juntos por quê ele estava tão nervoso e por que foi embora a deixando a essa hora na rua, por um instante fiquei sem saber o que fazer e apenas continuei a observar, ela pegou o celular e fez uma ligação, parecia transtornada, e eu ali apenas olhando.

Esperei por um tempo depois que ela desligou o celular e decide resolver essa situação de uma vez por todas e mostrar a ela que não sou uma completa idiota como deixei transparecer.

Desci do carro e fui caminhando devagar em sua direção, ela ainda não tinha notado minha presença pois estava de costas, quando eu estava quase chegando perto dela apareceu um carro e parou bruscamente em frente a ela o motorista desceu e eu parei no mesmo instante, fiquei atrás de um carro e me abaixei para tentar me esconder pois o homem que havia chegado era ninguém mais ninguém menos que o Alberto.

Eu não podia deixar que eles me vissem e graças a pouca iluminação da rua ainda não haviam me notado e eu esperava que continuasse assim, então começaram a discutir.

-Por que você demorou tanto Alberto? Eu podia ter sido assaltada aqui nesse lugar.

-Mais é uma idiota mesmo né, era para você está na cama do palhaço do Ricardo e não aqui na rua como se fosse uma prostituta, tudo que tinha que fazer era levar aquele paspalho para a cama e nem isso você consegue fazer direito.

Ele está muito irritado e eu tenho a impressão de que ele poderá agredi-la a qualquer momento.

-Pra você é muito fácil falar, só que quando me contratou esqueceu de dizer que o Ricardo está completamente apaixonado por aquela zinha sem sal, ela chegou lá e me viu agarrada no pescoço dele, ele ficou possesso e me enxotou de lá como se eu fosse uma qualquer.