Capítulo trinta e um

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                    Helena

Tudo em mim dói, meus olhos ardem e meus pulmões custam buscar ar, o fogo agora já tomou quase tudo e no momento só consigo agradecer por estarmos vivos, Ricardo me deposita no chão e olha para trás.

-Você está bem? Não está ferida? - ele pergunta todo preocupado.

-Estou bem e você?

-Estou - ele olha novamente para as chamas.

-Quero que saiba que eu não arranquei nosso filho como ele disse eu jamais faria isso eu.....

-Shiiiii - ele coloca o seu dedo em meus lábios - eu sei que você nunca faria uma coisa dessas pois eu conheço o que vai aqui - leva a mão no meu coração e mais uma vez olha pra trás - eu te amo Helena nunca se esqueça disso, você é o meu mundo mas eu não posso deixá-lo morrer lá desse jeito - ele beija suavemente meus lábios, se levanta para sair e eu seguro em sua mão.

-Não vai, por favor não volte lá.

-Eu já volto.

E para meu desespero ele entra novamente no chalé em chamas, ouço umas sirenes ao longe.

-Ricardo!!! - e a última coisa que vejo antes da escuridão me envolver foi o teto do chalé desabando.

Vinte oito dias depois

Ultimamente só o que tenho feito é chorar e chorar, tudo está muito confuso sem o Ricardo, não consigo ficar sem ele, me pergunto o tempo todo como alguém pode ser tão imprescindível para a vida do outro assim.

Sempre que me pego sozinha é impossível não voltar naquele dia terrível, e hoje então está sendo mais difícil do que todos os outros dias juntos.

Dia do incêndio.

Depois que eu cometi a idiotice de brigar com o Ricardo por que ele falou em termos um filho juntos, parei para pensar e vi o quanto eu havia sido injusta afinal de contas ele não faz idéia do que aconteceu comigo, fui atrás dele e o Nestor me informou que ele havia saído para a cidade e que não demoraria voltar.

A noite chegou e nada do Ricardo, a culpa me consumia e acho que agora chegou a hora de contar a ele tudo que se passou depois daquela noite em que ficamos juntos.

Tomei banho e fiquei esperando no quarto até que ouço um carro chegando me levantei e corri até a sala e assim que abro a porta saindo para a varanda ouço um tiro o pânico me toma quando vejo Nestor já caído no chão e o outro segurança conversando com Alberto que lhe entregava um pacote para logo em seguida ele entrar no carro e partir.

Voltei correndo para dentro do chalé mas antes que eu trancasse a porta Alberto já a empurrava e eu soube naquele exato momento que estava perdida.

-O que pensa que está fazendo hein sua vadia imprestável, não acreditou mesmo que eu deixaria barato o fato de você ter destruído a minha vida não é? Chegou o dia do nosso acerto de contas e eu garanto a você que o que me deve não será fácil de pagar - tento manter a calma e começo a andar para trás até que encosto na parede, procuro aparentar calma mas minhas mãos tremem e quando falo minha voz quase não sai.

-Vamos conversar Alberto, não faça nada que vá se arrepender depois, tenho certeza que o Ricardo vai entender e perdoar tudo que aconteceu - ele me olha e começa a rir e só agora noto que estou falando com um homem que está completamente fora da realidade e não vejo muita esperança para eu sair dessa situação então do nada ele vem até mim e me dá um tapa tão forte que vou ao chão.

Batalhas Do Coração Where stories live. Discover now