Capítulo quinze

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Ricardo

Sabe quando você se encontra em um pesadelo e tudo que mais deseja é acordar, as últimas horas da minha vida tem sido exatamente isso, um pesadelo sem fim.

Meu mundo caiu no instante em que me vi sem Helena, no instante em que ela disse me odiar, mais ele deixou de existir no exato instante daquela explosão.

Tudo foi muito rápido num momento o barco explodia e no outro vários pescadores pegavam suas pequenas embarcações para tentar salvar Helena.

Mesmo alguns deles não querendo me joguei dentro de um barco e fui em direção as chamas que queimavam por sobre a água, parei de chorar e não conseguia nem falar com ninguém em meus pensamentos só pensava uma coisa tenho que encontrar Helena não posso aceitar que algo de ruim aconteça a ela.

Ao chegar perto dos escombros que não eram poucos visto que apenas alguns haviam afundado, um nó se formou em minha garganta e fiz algo que nunca fiz olhei para o céu e implorei por um milagre, orei a Deus mesmo sem saber ao certo como se faz, mas orei assim mesmo e pedi que ele poupasse a vida de Helena pedi que Deus não a tirasse de mim, ela não merecia isso.

A noite dificultava as buscas e mesmo tendo vários pescadores ajudando a procurar os minutos foram passando e o desespero aumentando.

Derrepente alguém grita e diz ter achado um corpo, tudo ao meu redor gira e o pânico ameaça me tomar, respiro fundo e tiro forças não sei de onde e peço ao pescador que não passava de um adolescente para que se aproximasse do local e quando chego perto respiro aliviado ao ver que se tratava de um homem, embora o corpo estivesse quase todo queimado deu para ver que era um homem, provavelmente o dono pois só estavam ele e Helena no barco, não que eu desejasse a sua morte mais o fato de não se tratar de Helena me deixou imensamente feliz.

Se passaram vários minutos e nada, parecia que eu estava no inferno sobre as águas, continuava pedindo a Deus que ela estivesse viva, mas a cada minuto que passava as chances diminuíam, até que o rapaz que estava comigo avistou algo e mesmo com a pouca luz de uma velha lanterna vi que se tratava de uma pessoa, ele rema até o corpo que está com um colete salva vidas mas que não está dando sinais de vida, me jogo na água e vou até o corpo que está virado de bruços quando viro o terror me toma por completo vejo que é Helena e ela não se mexe e parece não respirar.

Grito desesperado e rapidamente vários pescadores chegam para ajudar, ela parece estar morta mais me nego acreditar nisso.

Retiramos o corpo de Helena de dentro da água e noto que tem várias queimaduras no rosto, das suas roupas restaram apenas trapos e um grande corte na cabeça jorrava sangue sem parar eu a abraço e começo a chorar em total desespero, alguns pescadores tentam me acalmar mais o medo que sinto é tão grande que reajo como se o mundo me sufocasse.

Não sei como mas me arrancaram de cima dela, acho que entrei em estado de choque pois quando percebi já estávamos num barco a motor indo a toda velocidade para a cidade, só reagi agora que entramos num pequeno pronto socorro e vi vários médicos vindo em nossa direção.

Levaram ela para uma sala e eu me joguei no chão sem saber o que fazer mas ouço algo que me chama a atenção.

-Helena Fernandes, o nome dela é Helena  -  olho para o lado e vejo Sebastian conversando com uma enfermeira, ela diz algo que não entendo e ele responde  -  não sei a idade dela minha senhora.

Me levanto e caminho  até onde eles estavam.

-Vinte seis anos  -  eles me olham mas não dizem nada, a enfermeira continua a digitar no computador.

-Sabe o tipo sanguíneo dela  -  pergunta agora já olhando diretamente pra mim.

-Não, não sei, você pode me informar como ela está?

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