Batalhas Do Coração

Capítulo dezesseis

Helena

Acordo com uma sensação estranha, minha cabeça dói e meu corpo parece que foi atropelado por um trem o simples ato de respirar faz com que doa por inteiro.

Abro os meus olhos e a claridade me cega então os fecho imediatamente, minha respiração fica pesada e começo a entrar em pânico por não entender onde estou e o que aconteceu para eu estar sentindo tanta dor.

" Meu Deus onde estou e o que será que aconteceu comigo".

Penso e sinto uma lágrima escorrer por meu rosto começo a respirar devagar e volto a abrir meus olhos e vejo uma mulher vestida toda de branco com um sorriso amável acolhedor, tento falar mais a voz não sai.

-Calma minha querida, não se esforce, tudo vai ficar bem, eu me chamo Joana, sou enfermeira - Enfermeira? Então estou em um hospital, começo a ficar mais agitada por não saber o que estou fazendo num hospital e ela volta a tentar me acalmar - Ei!!! Fique calma você está bem o pior já passou, respire devagar e se acalme.

-O que aconteceu? - falo tão baixo e enrolado que fico em dúvida se ela entendeu alguma coisa, mas para meu alívio ela responde.

-Você sofreu um acidente, agora preciso que fique tranquila e que não durma está bem? Vou chamar o médico e avisar para sua familia que acordou, volto logo - me dá um sorriso e sai do quarto, me deixando completamente perdida.

Não demorou nem um minuto e a porta do quarto foi aberta abruptamente, vejo duas pessoas entrando mas meu olhar foca somente em uma, Ricardo. Nossos olhares se encontram e no mesmo instante sinto uma dor lacerante tomar meu peito, foi como se eu tivesse levado uma descarga elétrica, desvio o meu olhar e flashes de uma briga, conversas, nós dois discutindo eu entrando num barco, tudo explodindo, lembranças misturadas e confusas, volto a olhá-lo e já não consigo mais respirar ouço um bipe indicando que meus batimentos cardíacos dispararam a enfermeira se aproxima junto com um homem que deve ser médico e antes deles aplicarem alguma coisa em mim consigo dizer.

-Tirem ele daqui, por favor - vejo espanto em seus seus rostos e vou apagando devagar.

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Não sei por quanto tempo dormi novamente mas quando acordei meu corpo já não doía tanto como da ultima vez.

Abro os olhos devagar e vejo Elisa falando ao celular e assim que ela nota que estou acordada para de falar, desliga o celular e vem correndo me abraçar.

-Você acordou minha querida, você acordou - ela me abraça e começa a chorar e automaticamente comecei a chorar também - tive tanto medo de te perder, e garanto uma coisa se você morresse eu não te perdoaria viu, você é minha irmãzinha a irmãzinha que eu não tive mas que sempre esteve ao meu lado, mas eu disse ao Tomás que você é teimosa de mais para morrer assim - ela para de chorar e beija minha testa, fico tão emocionada com essa demonstração de carinho que deixo um caminhão de lágrimas caírem como se aquelas lágrimas lavassem minha alma.

-Não achou que ia se livrar de mim assim fácil né, precisa mais do que um barco explodindo para acabar com minha vida - tento fazer graça mas a verdade é que lembrar de tudo que aconteceu me dói mais do que tudo no mundo - quanto tempo faz que estou dormindo?

-Tempo suficiente para a Kate pirar, mas não se preocupe ela contratou um estagiário bonitão para ajudá-la  - ela brinca sobre Kate pirar mas sei que é verdade.

-Faço uma ideia ela realmente pira sem mim, e que bom que ela contratou alguém, mas quantos dias fiquei fora do ar Elisa? 

-Dez dias em coma, e mais dois depois que acordou e teve aquela crise de pânico - fico calada pensando e digerindo essa noticia sabia que tinha sido grave mas dez dias em coma me surpreende - mas o pior já passou os médicos fizeram vários exames e você está bem, quebrou algumas costelas e o pé, teve também algumas queimaduras que já estão cicatrizando o médico disse que você é muito forte e que está se recuperando muito rápido, e me pediu que assim que acordasse para chamá-lo imediatamente, então não saia daí que eu já volto.